OK, Victor Wembanyama deve ficar com o prêmio de melhor calouro da NBA, mas não será eleito defensor do ano. Apesar de liderar a liga em tocos (3.4), o jovem atua em um time que ainda está longe de ser competitivo. Sobretudo na defesa. Então, mesmo ele ganhando o reconhecimento como já um jogador de elite no setor, dificilmente o francês leva em 2023/24.
Mas está tudo bem. Wembanyama terá inúmeras chances nos próximos anos. E não só disso. Afinal, estamos falando de um atleta que vinha sendo monitorado (em peso) como quase nenhum foi antes de entrar na liga. Então, quando ele precisou mostrar serviço, mesmo com tempo de quadra limitado, o calouro o fez.
Claro que para o currículo de Victor Wembanyama seria incrível vencer o prêmio de defensor da NBA logo no primeiro ano. Pensando lá na frente, óbvio, quando estivermos falando do pivô como um dos melhores da liga. Mas é um papo para daqui uma década. Sem pressa.
Aliás, pressa é tudo o que ele não tem e nem pode ter.
O San Antonio Spurs tem um histórico incrível de jovens que tiveram grandes carreiras, especialmente os de garrafão. David Robinson e Tim Duncan, por exemplo, jogaram apenas pela equipe texana e conquistaram todos os prêmios possíveis, além de títulos. Então, é importante dar tempo ao tempo e confiar no trabalho da direção.
É óbvio que não estamos contando com Gregg Popovich para o resto de sua carreira, mas é certo que o treinador adiou sua aposentadoria por conta do calouro. Quem não faria o mesmo?
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Geralmente, o prêmio de melhor defensor da NBA vai para um jogador de uma equipe que luta pelos primeiros lugares, o que definitivamente não é o caso de Victor Wembanyama. É provável, entretanto, que ele ganhe votos para tal. Então, os favoritos acabam sendo de times como Boston Celtics e Cleveland Cavaliers pelo Leste e Minnesota Timberwolves, Denver Nuggets e, mais de longe, do Oklahoma City Thunder no Oeste.
Isso porque depende de diversos números defensivos. Por exemplo, o Timberwolves é o time que menos sofre pontos na liga. Logo, Rudy Gobert aparece como um dos favoritos. Mas também tem a ver com o ritmo. Minnesota tem apenas o 25° da NBA, então força seu oponente a gastar posse de bola e o jogo fica mais lento. Aliás, não é demérito algum.
Quando um adversário vê que precisa encarar uma dupla como Anthony Edwards e Mike Conley no perímetro e depois caras como Jaden McDaniels e Rudy Gobert, é claro que não será fácil pontuar. Então, logicamente, o oponente vai precisar gastar tempo, mesmo que não queira.
Outros candidatos
Aí você vê o Celtics, que tem o terceiro melhor desempenho defensivo da NBA (Timberwolves é o primeiro). O ritmo é tão mais alto? De jeito nenhum, pois Boston tem apenas o 20° jogo mais rápido da liga. A diferença é que o ataque conta com diversos especialistas em arremessos de três e, assim, produz 121.2 pontos por partida. A equipe de Massachusetts ainda tem defensores incríveis como Jrue Holiday, Al Horford, Kirstaps Porzingis, Jaylen Brown e, principalmente, Derrick White.
Ainda tem o Cavs com Jarrett Allen, enquanto o Nuggets não tem ninguém entre os favoritos e o Thunder tem algum apelo com Chet Holmgren. Mas como Oklahoma City é uma equipe que vez ou outra sofre lapsos defensivos, o calouro cai.
Mas o que faz de Victor Wembanyama um candidato ao prêmio de melhor defensor da NBA?
Bem, aí é necessário olhar o que acontece em quadra, não só os números do time. Vou dar um exemplo de algumas décadas atrás. Shaquille O’Neal tinha tanto reconhecimento pela defesa? Não. Poucas vezes ele foi citado entre os melhores. Resultado disso é que um dos melhores pivôs de todos os tempos só teve três indicações para os times de defesa. Aliás, todas para o segundo.
Mas o que Shaq fazia não contava números, nada. O oponente apenas recusava-se a pisar no garrafão. Quem iria encarar um sujeito de 2,16 metros, muito forte e ágil (nos melhores anos)? Quase ninguém. Acha que armadores arriscavam? De jeito nenhum. Mas como citei, nada disso contava.
Algo similar começa a acontecer com Wembanyama. Ele altera arremessos antes mesmo de eles serem feitos. O “atacante” pensa duas (ou mais) vezes antes de encarar o francês. E em uma liga como a atual NBA que os arremessos de três ditam o ritmo, é apenas natural que os jogadores evitem pisar no garrafão.
E quando você o vê em quadra, tem sempre aquele pensamento de que ele não vai chegar.
Ele chega.
Seus atributos técnicos abraçam os físicos. Assim, ele já conta com 20 jogos bloqueando cinco arremessos ou mais e apenas dois em 63 sem nenhum. Mas dar toco significa necessariamente um bom defensor?
Aí é que ele faz a diferença. Defender é cobrir o oponente, alterar seu arremesso, fazer com que ele reflita sobre o que fazer com a bola.
Quem vai vencer?
Rudy Gobert, provavelmente. Não por culpa de Wembanyama, mas da realidade do Spurs.
San Antonio tem apenas o 22° melhor ranking defensivo e sofre 119.5 pontos por jogo. Ou seja, por mais que existam argumentos para o jovem ser eleito, seu time não é bom o suficiente para tal. Imagine, então, dar o prêmio ao pior classificado do Oeste.
Não tem como.
Mas no futuro? É bom limpar a prateleira, pois ele vai ganhar vários prêmios e não é só de defensor, viu?
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