Veja quem está com “as costas na parede” na NBA

Listamos jogadores, times e técnicos que precisam ter boas performances na próxima temporada

costas na parede NBA Fonte: MIKE STOBE/AFP

A NBA é uma liga que pode coroar um time em um ano e deixar, logo depois, com “as costas na parede”. Foi o caso do técnico Frank Vogel, pelo Los Angeles Lakers. Apesar de ele conduzir a equipe californiana ao título de 2020, as duas campanhas seguintes foram terríveis. Como resultado, Vogel perdeu o cargo de treinador. Mas outros exemplos existem, seja no comando de um elenco ou, até mesmo, jogadores.

Obviamente, o Lakers é um que está com as costas na parede e, se não conseguir uma campanha de, pelo menos, classificação direta aos playoffs da NBA com o atual plantel, a situação pode ficar insustentável. Então, começamos justamente pela equipe de Los Angeles.

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Los Angeles Lakers

O projeto LeBron James pode ser chamado de vencedor? Um título, uma queda na primeira rodada dos playoffs e duas eliminações antes dos mata-matas. Apesar de a equipe garantir o campeonato contra o Miami Heat na “bolha” de Orlando, o Los Angeles Lakers teve momentos bons, sim.

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Por exemplo, no primeiro ano de James no Lakers, o time ia bem e só caiu de produção quando ele se machucou na rodada de Natal. A equipe ocupava o quarto lugar do Oeste até o dia 25 de dezembro, mas quando LeBron retornou às quadras, pouco mais de um mês depois, já estava em nono.

Depois, foi uma sucessão de erros e o Lakers terminou em décimo.

No ano seguinte, entretanto, a troca por Anthony Davis deu ao time um alento e, na Flórida, o Lakers superou cada um de seus oponentes para conquistar o 17° título.

Só que a diretoria optou por fazer mudanças, especialmente no garrafão. JaVale McGee e Dwight Howard foram embora, Marc Gasol e Montrezl Harrell chegaram e, durante a campanha, o time contratou Andre Drummond.

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Tudo errado. Gasol, o melhor deles, mesmo aos 36 anos, ajudava com uma defesa sólida e dava opção para o arremesso de três (41% de aproveitamento), abrindo espaços para as infiltrações de LeBron. Mas a diretoria achou que Drummond seria mais eficaz…

Já na temporada passada, a experiência com Russell Westbrook foi terrível. Falamos muito disso, então o negócio é tentar esquecer (via troca) ou enfrentar a lógica e fazer funcionar na marra.

Difícil.

No entanto, o Lakers pode ser subdividido em mais três partes com as costas na parede na NBA.

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LeBron James

Vamos lá. Vou tentar explicar de uma forma simples.

LeBron James é um dos melhores jogadores de todos os tempos, ainda faz a diferença, é extremamente inteligente com e sem a bola nas mãos e, por fim, não dá para apostar contra ele.

Até aí, tudo bem.

Mas LeBron vem passando por temporadas de lesões e um de seus principais objetivos é jogar com o filho, Bronny.

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Sim, é justo ele querer atuar ao lado do jovem. Só vai mostrar o quão incrível James é fisicamente. Mas a parte física anda preocupando mesmo.

Nos últimos quatro anos, ele ficou de fora em 84 partidas, uma média de 21 jogos perdidos por campanha. Isso, que em 2019/20, ele só não jogou quando a comissão técnica o poupou. Ou seja, se fizermos a conta de três das últimas quatro temporadas, são 80 embates, 26.6 por ano.

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Muita coisa.

Entretanto, existe um outro componente, o LeGM.

James, constantemente, interfere nas negociações do Lakers. Os fatos de ele ser um dos maiores de todos os tempos, de ser um ícone, estar em atividade em alto nível perto dos 38 anos e ser muito influente, fazem dele alguém que ultrapassa as funções de atleta da NBA.

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De certo modo, ajuda, pois foi assim que ele ajudou a negociar para o time contar com Anthony Davis. Mas atrapalha, pois a contratação de Russell Westbrook está na conta dele.

Como é que ele não previu a falta de encaixe?

Enfim, LeBron quer encerrar a carreira no Lakers e, até onde todo mundo sabe, o time o quer por lá, mas terá de adicionar Bronny daqui dois anos.

Russell Westbrook

Russell Westbrook é ruim? Não, pelo contrário. É um excelente organizador, mas que peca muito em duas coisas: falta de controle com a bola em transição e não tem bom arremesso. Logo, sua função em quadra, ao mesmo tempo que LeBron James, fica prejudicada. Como é que ele vai jogar sem bola se não é um arremessador? Ou, ainda, como tirar a bola de LeBron?

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Não faz sentido para nenhuma das duas perguntas, acredite.

Portanto, Westbrook faz apenas o que sempre fez. Só que no Los Angeles Lakers, tudo tem uma proporção maior. Ou você já ouviu alguém pegar tanto no pé de um terceiro melhor de qualquer outro time na NBA?

Seja pelo fator Westbrook mesmo, que é um cara imã de polêmica ou pelos turnovers, ele vai atrair a atenção mesmo. Adicione a palavra Lakers que a proporção aumenta bem mais.

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Mas Westbrook está em seu último ano de contrato e sua situação pode se resolver ao longo da temporada (antes ou até trade deadline). No entanto, não o vejo terminando a campanha 2022/23.

Anthony Davis

A quarta parte do Los Angeles Lakers com as costas na parede é um dos melhores jogadores da NBA, o astro Anthony Davis. Apesar de Davis não receber tantas críticas quanto Russell Westbrook, ele foi um dos alvos da torcida na temporada anterior. Fora de forma, lento, nada a ver com aquele ala-pivô que brilhou no New Orleans Pelicans e até a “bolha”.

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Embora muita gente não acredite na possibilidade, Davis pode acabar saindo em troca se não mostrar serviço.

Particularmente, não duvido.

Davis precisa produzir como o astro que é. Ele tem talento para dominar o garrafão na liga, mas quer sair muito da área pintada. E a defesa precisa voltar a ser impactante. Comparando o seu defensive rating (estimativa de pontos sofridos por cem posses de bola) nos últimos três anos, ele teve 102 em 2019/20, 104 em 2020/21 e 109 em 2021/22.

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Ou seja, um total desastre.

A melhora de Davis passa, também, pela condição física. Claro que se tornou comum o fato de ele sair durante os jogos com algum tipo de lesão e retornar. Deve ser o recordista nisso. Mas o problema é que ele, assim como LeBron James, perdeu muitos jogos por contusões.

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Nas últimas duas temporadas, Davis não atuou em 78 de 154 embates possíveis. Ou seja, mais da metade (50,6% de ausência).

Agora, chega de falar de Lakers, certo?

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Kyrie Irving

Ou não…

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Apesar de Kyrie Irving ainda ter contrato com o Brooklyn Nets, os rumores de uma ida do atleta para o Los Angeles Lakers seguem firmes. Seja antes do início de 2022/23, até a trade deadline ou na próxima offseason, Irving deve jogar pelo Lakers. Tem cheiro, cor e aparência.

Mas Irving está com as costas na parede, seja no Nets ou perante toda a NBA (exceto o Lakers). As pessoas querem saber se ele é capaz de se concentrar em jogar basquete, puramente.

Esqueça as insanidades, Irving é um jogador incrível. Provavelmente, ele tem o melhor controle de bola da liga, ótimo arremessador, um cestinha nato, mas aparentemente sem motivação. Isso tudo vai pelos ares quando a cabeça dele não está para o jogo. E é uma pena.

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Irving ainda é capaz de fazer grandes coisas na NBA, mas ele se colocou em uma condição que 29 dos 30 times não acreditam mais nisso.

Terrível, mas o tempo está ao seu lado.

Apesar de os cabelos brancos já estarem aparecendo, ele só tem 30 anos. Então, é possível que ele consiga focar no que precisa e fazer o seu melhor. Ao menos, é o que a maioria torce.

Los Angeles Clippers

O Los Angeles Clippers juntou Kawhi Leonard e Paul George na offseason de 2019 para lutar pelo título. Não passou nem perto, entretanto. Agora, com os dois saudáveis, e com um elenco ainda melhor, o time está com as costas na parede, mas uma boa campanha nos playoffs da NBA pode resolver tudo.

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Além de Leonard e George, o Clippers conta com vários jogadores talentosos, como John Wall, Robert Covington, Reggie Jackson, Marcus Morris e Norman Powell, entre outros. Ou seja, elenco qualificado, tem.

É necessário observar como Wall vai jogar, se será titular, quanto tempo terá de quadra, mas ele pode fazer a diferença nos dois lados da quadra. Desde 2017, ele só atuou em 113 de possíveis 300 partidas. Ou seja, cerca de um terço. Embora nas campanhas 2020/21 e 2021/22 a culpa não seja dele ou de lesões (o Houston Rockets o afastou), o atleta está fora por muito tempo.

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Mas eu acredito que o Clippers está próximo de conseguir algo grande. Não sei se título, mas o suficiente para brigar por um. Talvez, mais uma troca seja necessária para tal.

Se der liga, o Clippers é um dos favoritos em 2022/23.

Atlanta Hawks

O Atlanta Hawks conseguiu se recuperar na temporada passada e se classificar para os playoffs, mas o técnico Nate McMillan virou tema de discussão na diretoria. Será que ele é capaz de fazer o time jogar o que pode?

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Após um ano em que o Hawks só parou na decisão do Leste, a expectativa era grande para 2021/22, mas foi uma lástima. Primeiro, o time era só o 12° do Leste no fim de janeiro. Bastou John Collins se machucar para a equipe subir. Faz sentido? Com ele, Atlanta teve 26 vitórias e 28 derrotas em 54 jogos (48.1%). Sem Collins, o desempenho foi de 16 triunfos em 28 embates (57.1%).

Agora, o Hawks não o trocou, pois acredita que ele pode virar o jogo na próxima campanha. Apesar de ele seguir na equipe, todos os jogadores, exceto Trae Young, estiveram disponíveis para negociações. Chegou Dejounte Murray para ajudar na defesa de perímetro, mas tudo indica que Young é quem vai organizar o ataque.

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Estamos curiosos para saber como o Hawks vai funcionar, pelo menos no começo da próxima campanha. Clint Capela vai perder tempo de quadra para Onyeka Okongwu? De’Andre Hunter vai voltar a ser aquele antes da lesão? E AJ Griffin vai ter tempo de quadra?

Hoje, o Hawks é um time de mais perguntas do que respostas. Pelo talento que o elenco possui, não era para ser assim.

Ben Simmons

Assim como Kyrie Irving, as pessoas querem ver Ben Simmons em quadra antes de terem algum tipo de análise. Simmons não atuou na última temporada, mesmo depois da troca para o Brooklyn Nets. Então, a situação é um tanto delicada. Lesão, bloqueio mental, qual é o problema do australiano?

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Torcemos muito para que ele vire a página o mais rápido possível, pois é um dos melhores defensores da liga e sabe organizar um time. Mas se Kevin Durant e Irving ficarem, qual será o seu papel no Nets?

De qualquer forma, é importante que ele entre em quadra e produza. Por enquanto, Simmons está nas cordas, com as costas na parede perante toda a NBA.

De novo, tal como Irving, ele se colocou na posição de questionamento, mas ainda é possível mudar e fazer acontecer. Depende dele, no entanto.

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Steve Nash

Duas vezes MVP, Steve Nash foi um dos melhores armadores de todos os tempos da NBA. Após o fim da carreira, serviu como consultor no múltiplas vezes campeão Golden State Warriors e tem um currículo de respeito perante a liga. Então, o Brooklyn Nets o contratou para ser o técnico de um elenco com estrelas. Tudo certo, né?

Não, nada disso.

Nash jamais repetiu o que fez pelo Nets o que fizera em quadra como armador. Constantemente questionado, ele não tem o mesmo respeito de alguns jogadores. Entre eles, Kevin Durant e Kyrie Irving. Enquanto o primeiro pediu sua demissão como condição para seguir, Irving odeia o treinador.

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Apesar de todo o apoio de Joe Tsai, dono da equipe, a Sean Marks (GM) e ele em rede social, Nash sabe que precisa entregar um trabalho convincente para seguir no Brooklyn.

O recado da diretoria é que nenhum jogador é maior que o Nets, mas Nash precisa ter pulso firme para conseguir colocar o elenco na linha.

Sim, a NBA é uma liga de jogadores e todo mundo sabe que o cargo de treinador não depende só de uma boa campanha, mas a situação de Nash é de total costas na parede. A gente entende que Irving e Durant são divas, que gostam de tratamento VIP e que a direção não quer mais nada disso, mas cabe ao técnico fazer o time render e entender o que ele quer. Do contrário, em breve vamos falar de sua saída do Nets.

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Tom Thibodeau

Digamos que o técnico Tom Thibodeau precisa tirar o coelho da cartola na próxima temporada ou seu futuro no New York Knicks não será tão longo. O treinador ainda tem muita credibilidade perante a NBA, mas o tempo está passando e sua situação não está melhorando.

Na primeira temporada no cargo, ele levou o Knicks aos playoffs, mas o time caiu na primeira rodada quando era favorito para o Atlanta Hawks. No ano seguinte, vários problemas fizeram com que a equipe jamais jogasse algo minimamente próximo de um vencedor. Lesões atrapalharam, mas foram apenas parte do que aconteceu. Aliás, é comum que existam contusões, tá?

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Só que a direção do Knicks e Thibodeau parecem não estar na mesma sintonia.

Quem conhece o técnico sabe que ele gosta de trabalhar a defesa primeiro, certo? Então, o time contratou Kemba Walker. Desde quando Walker defende alguma coisa na NBA? Não é sua característica, ora. Se nos melhores momentos da carreira, Walker não defendia bem, imagine depois de problemas com seguidas contusões.

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Depois, Cam Reddish chegou em troca. Reddish é muito bom defensor e tem futuro na liga, mas Thibodeau evitou utilizar o jogador, mesmo com o time caindo aos pedaços.

Portanto, o treinador e a direção precisam se entender o mais rápido possível.

Ah, e ainda não vi nenhuma palavra dele sobre a contratação de Jalen Brunson. Apesar de a diretoria contratar o pai do jogador como assistente e de Thibodeau o elogiar no passado, ninguém sabe exatamente o que ele pensa sobre.

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Brooklyn Nets

O Brooklyn Nets se preparou para receber grandes jogadores, montou um elenco dos sonhos, mas está desmoronando. Culpa dos jogadores? Sim, mas em partes da direção, que deu força a eles na demissão de Kenny Atkinson. Então, agora, parece que a diretoria está querendo retomar o controle.

Apesar de o time ainda ter o poder de negociar seus astros, a situação é bem difícil. Ninguém sabe onde Kevin Durant vai jogar no início da próxima temporada. Será que ele vai se apresentar normalmente e treinar ou vai dar uma de Ben Simmons com o Philadelphia 76ers? E Kyrie Irving, vai só jogar basquete ou vai pedir afastamentos durante a campanha?

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Muitos questionamentos que precisam de respostas com certa urgência.

A direção está preparada para perder os dois, mas a que preço? O valor de troca de Durant está nas alturas, enquanto o Nets não quer estender o contrato de Irving e pode negociar o jogador antes mesmo do início da próxima campanha.

Ou seja, qualquer previsão sobre a temporada do Nets corre sérios riscos de se perder caso os dois sigam por lá até o início dos treinamentos, no mês que vem.

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