Uma questão de DNA

Luke Walton é motivo de piada para grande parte dos torcedores da NBA, e nem sempre da forma bem-humorada como foi com Brian Scalabrine. Essa é uma das maiores injustiças da liga, porque embora ele nunca vá ser um jogador de elite, é capaz de exercer seu papel de role player muito bem. Além disso, […]

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Luke Walton é motivo de piada para grande parte dos torcedores da NBA, e nem sempre da forma bem-humorada como foi com Brian Scalabrine. Essa é uma das maiores injustiças da liga, porque embora ele nunca vá ser um jogador de elite, é capaz de exercer seu papel de role player muito bem.

Além disso, a capacidade de organização e passe do ala são muito subvalorizadas na liga. Ele tem uma das melhores visões para assistências dos jogadores em atividade, mas infelizmente, o estigma da ridicularização o persegue independente do que ele faça em quadra.

Na faculdade, ele liderou o Arizona Wildcats em percentual de assistências em três de suas quatro temporadas com o time (à exceção da segunda), incluindo incríveis 36.8% durante seu ano de Junior. Após se formar, foi a terceira escolha da segunda rodada no draft de 2003, pelo Los Angeles Lakers.

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Então, sua saga de ridicularização começou. Foi considerado um dos piores jogadores da franquia, que não pegava rebotes, não defendia, não pontuava… enfim. O que é engraçado é que ninguém reparava que, nas estatísticas avançadas, ele sempre figurou entre os que mais davam passes decisivos no time.

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Nove temporadas, dois títulos da NBA  e muitas piadas depois, Walton foi trocado para o Cleveland Cavaliers, e na temporada atual seu jogo chegou ao ápice. É certo que ele não joga muito, mas seu impacto quando está em quadra é inegável, como mais uma vez as estatísticas avançadas comprovam.

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O Assist Ratio (segundo a ESPN) de Walton em 2012-13 é de 38.7%, sendo o único não-armador a figurar entre os 25 melhores da NBA – está em oitavo no momento. Por exemplo, ele supera LeBron James – considerado um dos grandes all-around players da atualidade – de longe, pois o astro do Miami Heat tem apenas 22.9% de percentagem.

De acordo com o 82games.com, a proporção entre assistências e desperdícios do ala é de quatro para um. Por isso, alguns analistas acreditam que ele deveria atuar mais minutos por partida com os titulares e durante os minutos importantes – Byron Scott o limita a apenas 17 minutos por noite.

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Continuando, o Basketball-Reference diz que quando o Cavaliers está com Walton em quadra, a diferença do Offensive Rating da equipe para quando ele não está é de +7,8% e a da Assist Percentage é de +10,0%. Nos 12 jogos em que deu pelo menos cinco assistências, a franquia venceu sete deles.

Ele atuou perto de 20 minutos em todas as vitórias do Cavs na temporada, distribuindo 4.1 passes decisivos, em média; nas derrotas o números caem para pouco mais de 15 minutos e 2.7 assistências. 

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Por fim, após a parada para o All-Star Weekend, seu papel finalmente aumentou dentro da rotação da equipe, e suas médias são de 5.0 assistências em 19.9 minutos. Isso o torna o segundo maior playmaker do Cavaliers no período, atrás apenas de Kyrie Irving, que tem 6.3.

Mas como o jovem armador se machucou e pode não voltar mais nessa temporada, agora a responsabilidade de tornar o ataque da equipe menos engessado cresce pra cima do reserva.

Enfim. Os números só comprovam o que pode ser facilmente observado ao assistir os jogos com Walton: ele é um exímio passador que faz a vida dos scorers mais fácil. Infelizmente, ele não passa disso, mas é inegável que ele é bom no que sabe fazer.

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Seu Career High em assistências aconteceu nessa temporada

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Talvez a qualidade de passe dele seja hereditária, afinal de contas ele é filho do ex-jogador Bill Walton. O pivô foi bi-campeão da NBA (1977 e 1986), MVP da temporada em 1978, MVP das Finais em 1977 e melhor sexto-homem da liga em 1986.

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Infelizmente, lesões no tornozelo o atormentaram  desde o início da carreira, mas uma coisa que entrou para a história foi a sua habilidade como passador. Os torcedores de Portland Trail Blazers e Boston Celtics com certeza não esquecem.

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