Fonte: Reprodução / FIBAHá dez anos, Bruno Caboclo era surpresa no Draft da NBA. Enquanto o recrutamento acontecia, o Toronto Raptors decidiu apostar suas fichas em um jogador de apenas 18 anos com a vigésima escolha. Ninguém entendeu, pois ele não estava no “radar” de ninguém.
Na época, os otimistas diziam que Bruno Caboclo era o futuro Kevin Durant brasileiro. Por outro lado, Fran Fraschilla, comentarista de basquete universitário da ESPN, tirou as esperanças de quem acreditavam na primeira ideia. Segundo Fraschilla, Caboclo estava a dois anos de estar a dois anos. Ou seja, muito cru e que precisaria de tempo para se desenvolver.
Caboclo, que não sabia falar inglês naquela época, recebeu a ajuda de Scott Machado para tentar entender o que precisava fazer na NBA. Mas as coisas não estavam dando certo. O brasileiro não estava evoluindo como a equipe canadense desejava, enquanto ele sentia falta de oportunidades reais. Então, “morou” na G League.
Todo o processo era desgastante demais, mas Bruno Caboclo queria provar aos críticos que o Raptors acertou em sua seleção no Draft da NBA. O problema é que demorou demais e suas ações fora das quadras começaram a aparecer mais do que dentro delas.
O Raptors o trocou após somente 25 jogos pela equipe. Teve a chance de aparecer no Sacramento Kings, mas em vão. Seu contrato de calouro acabou e o Kings não estendeu. Flertou com o Houston Rockets, mas o time o dispensou antes do início de 2018/19.
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Enquanto não crescia de produção, já aos 23 anos, ele teve participação discreta na Copa do Mundo de 2019. Mas o Memphis Grizzlies, que estava em um momento de reformulação de elenco, o chamou para um contrato de dez dias em janeiro de 2019. A equipe deu mais um do mesmo tipo no início do mês seguinte. Então, a franquia decidiu ficar com ele até o fim da temporada 2018/19.
Foi seu melhor momento na NBA, após produzir 8.3 pontos, 4.6 rebotes e 1.0 bloqueio, além de respeitáveis 36.9% do perímetro em cerca de 23 minutos por noite. Então, veio a Summer League de 2019/20. Embora ele tenha feito um bom papel na defesa, seu arremesso teimava em não cair.
Bruno Caboclo ficou no Grizzlies até fevereiro de 2020, quando o time o enviou em troca ao Houston Rockets. Sem tempo de quadra em Memphis, ele poderia fazer um bom papel vindo do bancom em Houston. Mas após 14 jogos entre 2019/20 e 2020/21, a equipe texana o dispensou.
Pela segunda vez.
Parecia que Bruno Caboclo jamais voltaria a jogar na NBA e, mesmo sem conseguir provar os motivos de ser uma escolha 20 de Draft, ainda tinha talento para estar lá. Só que o tempo passou e as oportunidades foram sumindo nos EUA. Enquanto isso, a Europa parecia ser uma alternativa válida.
Entre Europa e o sonho de voltar para os EUA
Financeiramente, Bruno Caboclo poderia seguir normalmente no basquete europeu. Até pode, aliás. Mas isso esbarra em seu sonho de jogar novamente na NBA. Só que ainda tem outro motivo: o filho.
Em junho, o brasileiro deixou o Partizan, seu clube, para ir aos Estados Unidos. A equipe reclamou e não permitiu. Mas pelo filho, ele foi mesmo assim. Era uma audiência importante e Caboclo ainda tentou argumentar.
Então, vieram os compromissos com a seleção no pré-olímpico e nas Olimpíadas.
Dizem que fez treinos para algumas equipes em Las Vegas. De acordo com o portal sérvio Mozzart Sport, Bruno Caboclo foi visto por mais da metade dos times da NBA.
Mas sabe de uma coisa?
Que tal uma reprise de seu jogo contra o Japão, na terceira rodada dos Jogos Olímpicos de Paris? Os 33 pontos, 17 rebotes e o toco mais incrível do torneio até aqui devem resolver.
Definitivamente, Bruno Caboclo deixou para trás o Draft de 2014 e precisa estar na NBA.
Simples assim.
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