A cruzada do presidente dos EUA, Donald Trump, contra os protestos pacíficos realizados antes de todos os jogos da NBA, em Orlando, segue firme. O assunto voltou a ser tratado com críticas e incisão pelo estadista nessa quarta-feira, em participação em programa da rede Fox News. Ele usou palavras bem duras para definir o ato de profissionais da liga de ajoelharem-se durante o hino nacional.
“Quando eu vejo pessoas ajoelhando durante a execução do hino, desrespeitando a bandeira do nosso país, eu desligo. Acho que é uma desgraça. Trabalhamos duro com a NBA para viabilizar o retorno dos jogos e, então, todos fazem isso? É uma atitude inaceitável para mim. Perdi todo o meu interesse no esporte – e sei que muita gente também”, sentenciou o chefe de estado, contrariado.
Trump já havia se manifestado anteriormente sobre o assunto com comentários pouco elogiosos, o que provocou reações dentro da NBA na última semana. J.J. Redick, por exemplo, disse que não se importa – assim como grande parte dos jogadores – com a perda da audiência ilustre. O presidente, no entanto, acredita representar grande parcela da população ao desligar a televisão.
“A audiência do basquete está despencando, como todos sabem. Outros esportes também estão ‘patinando’, como o baseball. Nós precisamos levantar por nosso país e respeitar a nossa bandeira. Sei que muitos concordam comigo. Se estiver errado, no fim das contas, perderei a eleição. É um preço justo a pagar, mas eu sempre vou levantar-me diante de minha bandeira”, cravou o empresário.
Mas, nas palavras do próprio Trump, a questão da audiência levantada é uma fake news. Segundo o serviço de monitoramento Sports Media Watch, a audiência dos três canais que transmitem as partidas da NBA nos EUA aumentou média de 14% comparado aos índices antes da suspensão da temporada. Para o técnico do Los Angeles Clippers, Doc Rivers, a postura do estadista merece apenas indiferença.
“Bem, nós perdemos um telespectador. Um cara, como qualquer outro. Eu não me importo, realmente, se Donald estará assistindo ou não. Nós sabemos que a justiça está do nosso lado, certo? E o que está escrito nesse boné que eu estou usando é o que ele tenta fazer com que nós não façamos: votar. Isso, sim, acho que seria uma desgraça”, rebateu o veterano treinador, sem cerimônias.
O astro LeBron James avalizou as palavras de Rivers e Redick e segue a mesma visão: mesmo sem os olhos do homem no cargo mais importante do país, a NBA sobreviverá e ficará mais forte. “A liga vai continuar sem Donald. Posso sentar e falar sobre o amor de todos que estão aqui por esse esporte, então, sendo bem sincero, não poderia importar-me menos se ele não vai ver os jogos”, concluiu o ídolo do Los Angeles Lakers.