Uma das grandes decepções da temporada 2023/24 da NBA, o Atlanta Hawks precisa se mexer com urgência, ou seja, fechar trocas até a trade deadline (8 de fevereiro). O gerente-geral da franquia, Landry Fields, tem boas moedas de troca no elenco. Agora, chegou a hora de promover mudanças a fim de evitar que a equipe continue medíocre. Então, o time necessita de uma chacoalhada!
Hoje, a franquia da Geórgia é apenas a décima colocada do Leste. Toronto Raptors e Chicago Bulls estão na cola e prontos para ultrapassarem o Hawks na tabela. São apenas dez vitórias em 25 jogos. Pior, o time perdeu oito das últimas dez partidas. Portanto, está em queda livre.
No que diz respeito às trocas, o Atlanta Hawks tem alguns caminhos a seguir na NBA. A opção mais radical seria negociar o seu principal jogador. O armador Trae Young é o sétimo cestinha da liga (28 pontos) e o segundo em assistências (10,8). Então, o fracasso do time não é culpa dele. O Hawks tem a quarta melhor eficiência ofensiva de 2023/24, sobretudo por conta da produção de Young. São 118,9 pontos a cada 100 posses de bola.
Mas, do outro lado da quadra, Atlanta é uma vergonha. Possui a quarta pior eficiência defensiva, com 119,3 pontos sofridos por 100 posses. Sim, Young não defende nem ponto de vista. No entanto, a fragilidade defensiva da equipe não é culpa exclusiva dele. O Hawks é o segundo que mais leva pontos de contra-ataque. E o quarto que mais tem o garrafão vazado.
Tudo bem, o Hawks joga em um ritmo frenético (quarto pace da liga). Geralmente, isso se traduz em ataque produtivo e defesa frágil. O Indiana Pacers (maior pace, melhor ataque e terceira pior defesa) é outro exemplo disso.
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Em oito temporadas no comando do Utah Jazz, o técnico Quin Snyder se notabilizou por montar um time equilibrado. A equipe de Salt Lake City tinha um ótimo ataque e uma defesa de elite (Rudy Gobert). E jogava em um ritmo mais cadenciado. Mike Conley e Donovan Mitchell não aceleravam o jogo em Utah. Ou seja, um cenário bem diferente do atual, em Atlanta.
Mas o pace elevado do Hawks está ligado à característica de seu craque. Young acelera o jogo. Então, o camisa 11 é o grande problema da equipe? Sinceramente, acho que seria pior sem ele. Acima de tudo, o Atlanta Hawks precisa de trocas para montar um time mais competitivo ao redor de Young, um dos melhores playmakers da NBA.
O Oklahoma City Thunder, por exemplo, joga em um ritmo mais intenso (por conta de Shai Gilgeous-Alexander), mas possui um ótimo ataque e uma defesa consistente (top 7 da NBA nos dois lados da quadra). Ou seja, é um time equilibrado. O Thunder cercou Shai de bons defensores, tanto no perímetro quanto no garrafão. Portanto, um exemplo a ser seguido pelo Hawks.
Os intocáveis
Acredito que, hoje, além de Young, apenas dois jogadores são considerados intocáveis no Hawks: Jalen Johnson e Kobe Bufkin. O combo-forward de 22 anos assumiu a titularidade com a saída de John Collins e se tornou uma peça importante no time. Além de ser um defensor versátil (ótimo encaixe com Trae), Johnson evoluiu como arremessador (42,5% do perímetro). Sem ele (lesionado), o Hawks venceu apenas dois dos últimos dez jogos.
O calouro, por sua vez, apesar de ter atuado pouco, goza da confiança da franquia. Bufkin tem apenas 20 anos e também se encaixaria bem com Young. Afinal, é um bom defensor e sabe jogar sem a bola nas mãos. Mas, uma fratura no polegar esquerdo afastou o combo-guard das quadras. A princípio, Bufkin volta a jogar no fim de janeiro. Ou seja, pouco antes da trade deadline…
Dejounte Murray
Dessa forma, o Atlanta Hawks conta com várias opções no elenco para tentar trocas na NBA. Na teoria, Dejounte Murray seria a moeda de negociação mais lógica. No ano passado, o armador veio do San Antonio Spurs para formar uma parceria de sucesso com Young. Mas, em quadra, não é bem isso que estamos vendo.
Apesar da melhora no arremesso, Murray se sente mais confortável quando está com a bola nas mãos. Como era em San Antonio, quando chegou a ter média de 9,2 assistências. Então, com Young ao seu lado, Dejounte atua mais fora da bola.
Porém, na última offseason, o armador acertou uma extensão contratual com o Hawks. Acordo de quatro temporadas e US$120 milhões em salários. Será que a renovação evidencia a confiança da franquia em Murray? Ou ela foi fechada apenas para impedir que o jogador saísse “de graça” em 2024, já que ele entraria no último ano de vínculo?
Recentemente, o armador deu sinais de insatisfação. Na última semana, Murray curtiu duas publicações no Twitter. Em uma delas, um fã do Hawks descreveu as atuações do time como um “show de circo”. Em outro tuíte curtido pelo atleta, um torcedor escreveu o seguinte: “Eu odeio como eles deixam Dejounte no banco por muito tempo no segundo tempo. Isso faz com que ele perca o ritmo”.
Portanto, se quiser um bom retorno, o Atlanta Hawks precisa disponibilizar Murray para trocas na NBA.
Outras moedas de trocas
Além de Murray, a franquia da Geórgia tem outras boas opções para incluir em negociações. O sérvio Bogdan Bogdanovic, por exemplo, é um dos melhores reservas de 2023/24 e está em alta na liga. Já o ala DeAndre Hunter acabou de completar 26 anos e se tornou uma opção confiável como arremessador do perímetro. Além disso, ele marca mais de uma posição. Ambos têm contratos “amigáveis”.
Outras moedas de troca seriam os alas Saddiq Bey e AJ Griffin. O primeiro tem um contrato expirante e virou titular com a lesão de Johnson. Já o segundanista continua com pouco tempo de quadra. Assim, uma mudança de ares pode ser benéfica tanto para Griffin quanto para a franquia.
No garrafão, o Hawks vive um dilema. Recentemente, o jovem Onyeka Okongwu estendeu o seu vínculo com a equipe (US$62 milhões por quatro temporadas). Por outro lado, o veterano Clint Capela tem contrato até o final da próxima campanha. Juntos, eles vão receber pouco mais de US$36 milhões em salários em 2024/25. Assim, a tendência é que a equipe abra mão de um deles (provavelmente do suíço).
Contando apenas seis jogadores (Young, Murray, Hunter, Bogdanovic, Capela e Okongwu), o Hawks terá quase US$144 milhões comprometidos em salários na próxima temporada. Ou seja, um valor pouco acima do teto salarial estimado para 2024/25 (US$142 milhões). Desse modo, a franquia não teria flexibilização financeira para se reforçar. Sem contar que, na próxima offseason, o time já poderá acertar uma extensão prévia com Johnson, o que é esperado, inclusive.
Hora de agir
Portanto, além do resultado ruim em quadra, o Atlanta Hawks vai precisar fazer trocas na NBA para não ficar “engessado”. Na última offseason, a equipe tentou trazer Pascal Siakam. Mas, a proposta não agradou ao Raptors. No entanto, o interesse no ala-pivô persiste. De acordo com o insider Shams Charania, do portal The Athletic, o Hawks quer Siakam e o ala OG Anunoby.
Trazer a dupla do Raptors talvez seja complicado. Afinal, Siakam e Anunoby poderão se tornar agentes livres em 2024 e despertam o interesse de várias equipes da liga. Mas, obviamente, ambos cairiam como uma luva em Atlanta. Siakam poderia ser o criador secundário do time. Anunoby, por sua vez, é um ótimo two-way. Ou seja, ele é um grande arremessador do perímetro e um defensor de elite.
Para começo de conversa, Murray teria de estar no pacote para Toronto. Os salários de Anunoby e Siakam totalizam cerca de US$56 milhões nesta temporada. Já o trio Murray, Hunter e Bogdanovic combina para US$57 milhões… Então…
Obviamente, para fechar uma troca desse tipo, o Hawks teria de acordar uma extensão com a dupla que viria do Raptors. Não dá para trazer os atletas e perdê-los “de graça” em julho de 2024. Mas, se pudesse escolher um deles iria em Anunoby. O combo defesa + bolas de três seria ótimo em um time capitaneado por Trae Young.
Segundo Jake Fischer, do Yahoo! Sports, outro alvo do Hawks é Lauri Markkanen, destaque do Jazz. Mas esse seria mais difícil de adquirir…
Restaria, ainda, achar um destino para Capela. Pelo suíço, o ideal para o Hawks seria obter um pivô “barato” e algum ativo do Draft. Por falar nisso, Atlanta terá a escolha de primeira rodada do Sacramento Kings em 2024 (caso o time californiano chegue aos playoffs, o que é bastante provável). Mas, em 2025 e 2027, as picks do Hawks vão para o Spurs (troca de Murray).
Reformulação
Sempre bem informado, o jornalista Zach Lowe, da ESPN, disse algo interessante sobre o Hawks. “A franquia parecerá diferente após a trade deadline e, talvez, em grande estilo”. Ou seja, a expectativa é a de que o Atlanta Hawks feche trocas consideráveis até o prazo final de negociações na NBA.
Para não continuar medíocre, a equipe de Atlanta precisa de uma reformulação. Snyder já mostrou, em Utah, que é um técnico confiável. Agora, a franquia precisa dar a ele um time que pelo menos seja competitivo. O atual núcleo já mostrou que não vai muito longe.
Acima de tudo, Young precisa de ajuda. Sobretudo defensiva. Há três temporadas, ele levou o Hawks à final do Leste. Algo inimaginável na época. Então, a franquia não pode perder mais tempo. Não dá para desperdiçar um talento ofensivo como Young.
Além de um playmaker especial, o time de Atlanta tem dois jovens com muito futuro (Johnson e Bufkin). E um pivô pedindo passagem (Okongwu). Portanto, quebre a cabeça e se mexa, Landry Fields!
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