Times históricos que não foram campeões – Suns (1993)

Phoenix tinha uma equipe espetacular no começo da década de 90

Times históricos Suns 1993 Fonte: Brian Bahr / AFP

Dando continuidade à clássica série de artigos do Jumper Brasil sobre times históricos que não foram campeões da NBA, chegamos ao Phoenix Suns de 1993. O objetivo, aliás, é trazer um pouco da história da melhor liga de basquete do mundo aos leitores mais jovens. Para os mais antigos, porém, os artigos vão servir como uma viagem no tempo.

Antes de mais nada, este texto tem um valor sentimental para mim. Afinal, a decisão da temporada 1992/93, entre Suns e Chicago Bulls, foi a minha porta de entrada para a NBA. Portanto, aos dez anos de idade, comecei a me interessar pelo basquete a partir das transmissões da TV Bandeirantes, com o saudoso Luciano do Valle e a enciclopédia do esporte Álvaro José.

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Na época, eu não tinha computador e nem TV a cabo. Os smartphones sequer existiam. Assim, foi através dos jogos televisionados pela Band que o meu interesse pelo melhor basquete do mundo cresceu ao longo das temporadas seguintes.

Inicialmente, me encantei com o Suns. A equipe tinha as cores roxa, branca e laranja em seu lindo uniforme. Ou seja, foi amor à primeira vista. A cada jogo de Phoenix, durante a série final, os nomes de Charles Barkley, Kevin Johnson e Dan Majerle, e aquele logotipo maravilhoso da franquia não me saíam da cabeça. Desse modo, o Suns se tornou o meu time do coração na NBA. E lá se vão três décadas…

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Então, aquele Suns que me encantou fez a melhor campanha da temporada regular. Foi campeão da conferência Oeste e chegou às finais. Antes de falar da inesquecível equipe de 1993 é preciso contar como se deu a formação do elenco que entrou para a história da franquia.

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1987/88

O ponto de partida será a offseason de 1987. O Suns vinha de duas campanhas ruins, além de um escândalo envolvendo seus atletas. O armador Jay Humphries e o pivô James Edwards, por exemplo, foram acusados de posse de drogas.

Uma das lendas do time, o ala-armador Walter Davis chegou a ter o seu nome envolvido nas investigações, mas não foi processado. O “Waltergate”, em suma, manchou a reputação da franquia. A carreira de Davis, aliás, foi ladeira abaixo devido aos problemas recorrentes com drogas.

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Para piorar, em agosto de 1987, o pivô Nick Vanos faleceu em um acidente de avião, aos 24 anos.

No Draft daquele ano, o Suns selecionou o ala-pivô Armen Gilliam na segunda escolha. Já ó treinador John Wetzel foi contratado para comandar o time, em substituição a Dick Van Arsdale.

Em outubro, a franquia passou a ter um novo dono. Um grupo liderado pelo gerente-geral Jerry Colangelo adquiriu o Suns junto aos empresários Richard Bloch, Donald Pitt e Don Diamond pela módica quantia de US$44,5 milhões. Com isso, Colangelo virou o manda-chuva do Suns, o que seria fundamental para a mudança nos rumos da equipe.

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Em fevereiro de 1988, uma negociação importante agitou a franquia. O Suns enviou para o Cleveland Cavaliers a sua principal estrela, o ala-pivô Larry Nance. Em contrapartida, a equipe do Arizona recebeu o pivô Mark West, o ala Tyrone Corbin, três escolhas de draft e um armador novato de 21 anos que entraria para a história da franquia: Kevin Johnson, sétima escolha do recrutamento anterior.

Dessa forma, o Suns, que estava na fase de reconstrução de elenco, terminou a temporada na nona posição do Oeste, com 28 vitórias e 54 derrotas. Ou seja, ficou de fora dos playoffs pelo terceiro ano consecutivo.

1988/89

No Draft de 88, o time de Phoenix teve direito a duas escolhas Top 15. Na sétima posição, escolheu o ala-pivô Tim Perry. E, na 14ª escolha, que veio na troca com o Cavs, a equipe do Arizona selecionou o ala-armador Dan Majerle. Na segunda rodada do recrutamento, na posição 50, o Suns escolheu o armador Steve Kerr.

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Na offseason daquele ano, o time contratou o ala-pivô Tom Chambers, de 29 anos, que havia feito sucesso no Seattle SuperSonics (All-Star em 1987). Ao trazer um jogador consolidado na NBA, o Suns deixou clara a intenção de voltar a disputar os playoffs.

Além disso, o veterano Davis deixou a equipe após 11 temporadas. A saída do maior cestinha da história da franquia foi simbólica, pois representou o fim de uma era, em Phoenix, e o começo de outra que daria muitas alegrias aos fãs da equipe.

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Para completar, Wetzel foi demitido. Para o seu lugar, o Suns efetivou Cotton Fitzsimmons, então dirigente da equipe, como o treinador principal. O detalhe é que ele havia treinado o time entre 1970 e 1972. Paul Westphal e Lionel Hollins eram os assistentes de Fitzsimmons.

Volta aos playoffs

Logo em sua primeira temporada completa em Phoenix, Johnson caiu nas graças da torcida devido às suas atuações espetaculares. Com médias de 20,4 pontos e 12,2 assistências, ele se juntou à dupla Magic Johnson e Isiah Thomas como os únicos atletas a conseguirem médias de pelo menos 20 pontos e 12 assistências na história da NBA.

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Chambers, o reforço contratado a “peso de ouro”, foi o outro destaque do Suns em 1988/89. Ele foi o cestinha (25,7 pontos) e principal reboteiro (8,4) da equipe. Com médias de 21,5 pontos, quase sempre vindo do banco de reservas, o ala Eddie Johnson foi outra peça importante.

Desse modo, o Suns fez a terceira melhor campanha do Oeste (55 vitórias e 27 derrotas). Nos playoffs, Phoenix passou por Denver Nuggets e Golden State Warriors até chegar às finais de conferência, um feito que não alcançava desde 1984.

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Mas, na decisão do Oeste, o time do Arizona foi “varrido” pelo Los Angeles Lakers do trio Magic Johnson, Kareem Abdul-Jabbar e James Worthy. O detalhe é que a equipe angelina, ampla favorita no confronto, vinha de dois títulos seguidos na NBA.

Mesmo com o resultado final, a temporada de 1988/89 foi um sucesso para o Suns. Afinal, Kevin Johnson ganhou o prêmio de jogador que mais evoluiu (MIP), Chambers foi para o All-Star Game, Eddie Johnson eleito o melhor reserva e Fitzsimmons o melhor técnico. Portanto, a reformulação orquestrada por Colangelo começava a dar resultados.

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1989/90

Sem muito espaço na equipe, Kerr foi negociado com o Cavs, na offseason de 1989. O Suns manteve a base e, novamente, chegou às finais do Oeste, depois de ter feito a quinta melhor campanha (54 vitórias e 28 derrotas).

Na primeira rodada, o time de Phoenix superou o Utah Jazz de Karl Malone e John Stockton. Na semifinal de conferência, o adversário era o poderoso Lakers, que havia feito a melhor campanha da temporada regular (63 vitórias e 19 derrotas). Mas, desta vez, o Suns levou a melhor, fechando a série em cinco jogos, mesmo com a desvantagem no mando de quadra.

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Nas finais do Oeste, o Suns era o azarão mais uma vez. Do outro lado estava o Portland Trail Blazers, que havia feito a terceira melhor campanha do Oeste e tinha um elenco mais qualificado. Sem muita surpresa, o Blazers foi o campeão da conferência, após seis partidas. Mesmo com mais um “fracasso” nas finais do Oeste, o Suns se consolidava como um contender.

1990/91

Na segunda rodada do draft de 1990, o time de Phoenix selecionou o ala Cedric Ceballos, na 48ª posição. No primeiro round, o Suns escolheu o pivô Jayson Williams. Porém, o jogador foi negociado para o Philadelphia 76ers, em troca de uma escolha de primeira rodada do recrutamento de 1994.

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O reserva Eddie Johnson, por sua vez, foi negociado logo no início da temporada para o Seattle SuperSonics. Em contrapartida, o ala Xavier McDaniel chegou a Phoenix para assumir a condição de titular na posição 3. Dessa forma, ele voltou a atuar com Chambers.

Com a espinha dorsal da equipe mantida, o Suns se manteve no topo e fez a quarta melhor campanha da conferência, com 55 vitórias e 27 derrotas. Mas, para a frustração dos fãs da equipe, logo na primeira rodada dos playoffs, o Suns caiu para o Jazz, em uma série de quatro partidas.

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1991/92

No recrutamento de 1990, o time de Phoenix selecionou Richard Dumas, na 46ª posição. No entanto, ele foi suspenso no primeiro ano de NBA devido ao envolvimento com drogas. Durante esse período, para não ficar parado, o ala atuou em Israel.

Na offseason, o Suns trocou McDaniel com o New York Knicks. O ala teve um desempenho aquém do esperado na temporada anterior e passou a se tornar “dispensável” porque o time de Phoenix tinha, na teoria, Majerle, Ceballos e Dumas para a posição 3.

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Com o ala-armador Jeff Hornacek como cestinha (20,1 pontos), Majerle fazendo a melhor temporada da carreira, Johnson mantendo um alto nível de atuações e o veterano Chambers ainda contribuindo no ataque, o Suns fez a quarta melhor campanha do Oeste, com 53 vitórias e 29 derrotas. Hornacek e Majerle foram para o All-Star Game, e Ceballos venceu o concurso de enterradas naquele ano.

Nos playoffs, o time de Phoenix “varreu” o San Antonio Spurs na primeira rodada, mas sucumbiu perante o Blazers (dono da melhor campanha da conferência) na segunda rodada, em uma série de cinco partidas. Mais uma vez, o Suns “morreu na praia”.

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A histórica temporada de 1992-93

Após quatro temporadas consecutivas com boas campanhas, mas sem conquistar ao menos um título de conferência, Colangelo fez algumas mudanças para que a equipe pudesse, finalmente, dar o salto tão desejado pela torcida.

Fitzsimmons se aposentou da função de técnico e ganhou um cargo na direção da franquia. O auxiliar Paul Westphal assumiu como treinador principal, e Hollins seguiu como assistente ao lado de Scotty Robertson. Westphal, aliás, foi uma lenda do Suns como jogador, pois ajudou o time a chegar pela primeira vez às finais da NBA, em 1976.

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No draft, o Suns selecionou o pivô Oliver Miller (pick 22).

A partir de 1992, o Suns passou a jogar em um novo palco: a America West Arena. Maior e mais moderna, a nova arena, que custou US$89 milhões, substituiu o Arizona Veterans Memorial Coliseum. Assim, um sonho antigo de Colangelo que se tornava realidade.

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A offseason de 1992 foi, talvez, a mais importante na história de Phoenix. Com planos ambiciosos, Colangelo conseguiu um astro de primeira linha para a sua franquia: o ala-pivô Charles Barkley. Na troca com o Philadelphia 76ers, em junho daquele ano, o Suns abriu mão de seu cestinha (Hornacek). Até hoje, essa é considerada a melhor troca da história da franquia.

Além disso, o Suns assinou com os veteranos Danny Ainge, bicampeão pelo Boston Celtics, e Frank Johnson, que estava no basquete europeu.

Um timaço em quadra

Passado o período de suspensão, Dumas retornou ao Suns. Com média de 15,8 pontos e 4,6 rebotes, o ala ganhou espaço entre os titulares e foi eleito para o segundo time de novatos da NBA.

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O Suns, aliás, tinha um elenco muito forte. Johnson, Majerle, Dumas, Barkley e West formavam o quinteto titular. No banco de reservas, Westphal tinha à sua disposição os experientes Ainge e Chambers, e os jovens Ceballos e Miller como as principais opções.

Barkley era realmente a peça que faltava. Ou seja, a “cereja do bolo”. Em sua primeira temporada em Phoenix, o astro teve um desempenho notável: 25,6 pontos, 12,2 rebotes e 5,1 assistências. Assim, o Suns fez a melhor campanha da história da franquia, com 62 vitórias e 20 derrotas (marca que seria derrubada pelo time de 2021/22). Não por acaso, Barkley foi o MVP da temporada.

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Em 1992/93, o Suns foi quarto em número de posses de bola por partida, evidenciando o jogo de transição da equipe, o primeiro em eficiência ofensiva e o nono em eficiência defensiva. Em suma, era um time veloz, dono do melhor ataque e tinha uma defesa TOP 10 da NBA.

O detalhe é que Johnson atuou em apenas 49 jogos da temporada regular por conta de uma lesão. Enquanto ele esteve fora, o desconhecido Negele Knight foi o titular, com Ainge vindo do banco, mas com mais minutos em quadra. Mesmo assim, a campanha da equipe não foi afetada.

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Assim, com Johnson fora, coube a Barkley e a Majerle a função de organizar o ataque do Suns. O camisa 34, além de ser o cestinha, foi o líder em assistências do time enquanto o armador principal esteve de fora. Além disso, Barkley e Majerle foram para o All-Star Game de 1993.

Phoenix Suns – 1992/93

Time-base: Kevin Johnson, Dan Majerle, Richard Dumas, Charles Barkley e Mark West

Principais reservas: Danny Ainge, Tom Chambers, Cedric Ceballos, Oliver Miller, Frank Johnson e Negele Knight

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Técnico: Paul Westphal

Jogador Idade Pontos Rebotes Assistências Roubos Tocos Minutos
Charles Barkley 29 25.6 12.2 5.1 1.6 1.0 37.6
Dan Majerle 27 16.9 4.7 3.8 1.7 0.4 39.0
Kevin Johnson 26 16.1 2.1 7.8 1.7 0.4 33.5
Richard Dumas 23 15.8 4.6 1.3 1.8 0.8 27.5
Cedric Ceballos 23 12.8 5.5 1.0 0.7 0.4 21.7
Tom Chambers 33 12.2 4.7 1.4 0.6 0.3 23.6
Danny Ainge 33 11.8 2.7 3.3 0.9 0.1 27.0
Negele Knight 25 6.1 1.2 2.8 0.4 0.1 17.1
Oliver Miller 22 5.6 4.9 2.1 0.7 1.8 19.1
Mark West 32 5.3 5.6 0.4 0.2 1.3 19.0
Frank Johnson 34 4.3 1.5 2.4 0.8 0.1 14.6

Playoffs de 1993

Nos playoffs, o Suns venceu o Lakers por 3 a 2, na primeira rodada. A equipe de Phoenix levou um susto ao perder os dois primeiros jogos, disputados em casa, mas conseguiu a virada nos três duelos seguintes.

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Posteriormente, o time do Arizona bateu o San Antonio Spurs de David Robinson por 4 a 2, em uma das semifinais de conferência. Nas finais do Oeste, o Suns venceu o SuperSonics de Gary Payton e Shawn Kemp, em uma eletrizante série de sete partidas.

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Assim, depois de quatro insucessos consecutivos nos playoffs, o Suns, finalmente chegou à decisão da NBA. Dezessete temporadas após ter disputado a sua primeira final. Por ter feito a melhor campanha, o time de Phoenix teve a vantagem do mando de quadra nas finais.

Mas, na série decisiva, a equipe teve o desfalque do jovem Cedric Ceballos, um de seus reservas mais importantes, por conta de uma lesão no joelho. Mesmo assim, o Suns tinha o melhor plantel da NBA.

O adversário na decisão foi o Chicago Bulls, que era “só” o bicampeão da liga. Dona da segunda melhor campanha da conferência Leste, a equipe comandada por Phil Jackson fez uma pós-temporada espetacular, perdendo apenas duas partidas nas três séries que disputou. O astro Michael Jordan, que havia sido o MVP nas duas temporadas anteriores, estava em ponto de bala naqueles playoffs. Aí é que morava o perigo…

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As finais

Assim como ocorreu na série contra o Lakers, o Suns perdeu as duas primeiras partidas em Phoenix. No jogo 1, o Bulls limitou o melhor ataque da liga a 92 pontos. Bem marcado, Barkley anotou 21 pontos, mas acertou apenas nove dos 25 arremessos de quadra que tentou. Jordan e Pippen, além de combinarem para 58 dos 100 pontos da equipe de Chicago, foram essenciais na defesa.

Na segunda partida, que não foi travada pelo jogo de meia quadra como a primeira, Jordan e Barkley tiveram atuações épicas. O camisa 23 anotou 42 pontos, pegou 12 rebotes e ficou a apenas uma assistência de alcançar o triplo-duplo. Já o astro do Suns anotou 42 pontos e pegou 13 rebotes. Pippen foi peça-chave na vitória do Bulls por 111 a 108. O ala conseguiu o triplo-duplo: 15 pontos, 12 rebotes e 12 assistências. Além disso, foi o melhor defensor do Bulls na partida.

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O roteiro daquelas finais não era o que a torcida do Suns imaginava. Perder os dois primeiros jogos, em casa, foi um duro golpe nas pretensões do time de Phoenix. Afinal, a vantagem do mando de quadra havia ido para o espaço. O Suns, então, precisaria atuar com um senso de urgência nos próximos três jogos, que seriam disputados em Chicago, para não “morrer na praia” de forma cruel.

Reação

O jogo 3 entre Suns e Bulls é um dos melhores da história das finais da NBA. Sem exagero. Após três prorrogações, a equipe visitante venceu por 129 a 121 e conseguiu respirar na série.

Ao contrário dos jogos anteriores, em que apenas Barkley rendeu no ataque, o Suns contou com uma ótima atuação coletiva. Afinal, sete jogadores anotaram dez ou mais pontos. Majerle, por exemplo, foi o cestinha, com 28 pontos. Em uma época em que os arremessos de longa distância eram raros, o camisa 9 do Suns acertou seis bolas de três pontos. Para não perder o costume, Barkley conseguiu um duplo-duplo: 24 pontos e 19 rebotes. Em contrapartida, Jordan teve mais um dia daqueles: 44 pontos, nove rebotes e seis assistências.

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No jogo 4, o maior jogador de todos os tempos teve uma atuação assombrosa. Em 46 minutos, Jordan acertou 21 dos 37 arremessos que tentou e anotou 55 pontos. O triplo-duplo de Barkley (32 pontos, 12 rebotes e dez assistências) não foi suficiente para que o Suns igualasse a série. Como resultado, o Bulls venceu por 111 a 105. Ou seja, ficou a uma vitória do tricampeonato.

A tarefa do Suns era ingrata. Afinal teria que vencer os próximos três jogos para protagonizar uma virada épica. Antes de qualquer coisa era preciso ganhar o quinto duelo, aquele que poderia fechar a tampa do caixão do time de Phoenix. Mas como isso seria possível, com Jordan atuando de forma espetacular jogo após jogo?

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O Suns precisava não apenas do bom desempenho de Barkley, mas do restante da equipe. Foi o que aconteceu na quinta partida. Apesar dos 41 pontos de Jordan, Phoenix contou com 74 pontos do trio Barkley, Johnson e Dumas. Desse modo venceu por 108 a 98. O Suns estava vivo nas finais!

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Duro golpe

Com duas vitórias em três jogos em Chicago, a esperança da equipe de Phoenix era a de protagonizar a virada histórica nos dois jogos restantes em casa. Mas, para forçar a sétima partida, o Suns teria que levar a melhor no jogo 6…

O duelo, realizado em 20 de junho de 1993, foi tenso do começo ao fim. Phoenix chegou a estar perdendo em grande parte da partida, mas reagiu no último período. A pouco mais de dois minutos para o fim, o Suns vencia por 98 a 94.

Devido à defesa sufocante do time de Phoenix, o Bulls tinha anotado apenas sete pontos no período (todos marcados por Jordan). A America West Arena pulsava e a torcida já vislumbrava o jogo 7.

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Depois de alguns ataques mal sucedidos, Jordan levou a bola de costa a costa e finalizou uma bandeja, a 38 segundos do final, e a diferença caiu para apenas dois pontos. No ataque seguinte, quando restavam 16 segundos para o fim, Majerle teve a chance de sacramentar a vitória do Suns, mas desperdiçou o arremesso, sozinho, do corner direito.

A quatro segundos do final, o armador reserva John Paxson acertou o arremesso mais importante de sua carreira e que machuca o coração do fã do Suns até hoje. Quando todas as atenções da defesa do time de Phoenix estavam voltadas para Jordan, Paxson recebeu a bola de Horace Grant e, sem marcação, converteu a bola de três pontos.

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O Suns ainda teve a posse de bola derradeira e a chance de levar a série para o sétimo jogo. No último segundo, Johnson partiu para o arremesso derradeiro, mas foi bloqueado por Grant, para a frustração da torcida do Arizona. Era o fim do sonho de Phoenix. Assim, o Bulls, de forma espetacular, conquistava o terceiro título consecutivo.

Gosto amargo

Barkley, o MVP da temporada regular, teve médias de 27,3 pontos, 13 rebotes e 5,5 assistências nas finais. Jordan, por sua vez, brincou na série: 41 pontos, 8,5 rebotes e 6,3 assistências. Dessa forma foi eleito o MVP das finais. Assim, o camisa 23 entrou para a história da NBA com dois recordes que até hoje não foram superados: anotou 40 ou mais pontos em quatro jogos seguidos das finais e médias de 41 pontos na série decisiva.

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Mas, três coisas ficaram claras naquelas finais: o Suns não jogou o seu melhor basquete (perdeu os três duelos em Phoenix e não conseguiu pontuar nos últimos dois minutos do jogo 6), defesa ganha campeonato e Michael Jordan é inigualável.

Enfim, o Suns tinha tudo para ser campeão. Melhor campanha da temporada regular, mando de quadra nas finais, Barkley MVP, elenco mais profundo. Mas, para azar do time do Arizona, do outro lado estava o maior jogador de todos os tempos. Ainda estou para ver uma performance mais espetacular em finais que a de Jordan naquele ano.

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Há quem diga que a ausência de Ceballos tenha contribuído para a derrota do Suns. Particularmente, acho que não faria diferença se ele estivesse disponível naquelas finais. A sensação que tenho, hoje, revisitando aquela série histórica, é que Jordan não perderia a chance de ser tricampeão de forma consecutiva.

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Fim de uma era

Nas duas temporadas seguintes, o time de Phoenix, com a mesma base, caiu nas semifinais de conferência para o Houston Rockets de Hakeem Olajuwon, em duas séries fantásticas de sete jogos. Curiosamente, a equipe texana foi bicampeã naqueles anos.

Essas eliminações, portanto, representaram o fim da linha para aquele elenco. Majerle foi o primeiro a sair (trocado para o Cavs na offseason de 95). Ainge se aposentou das quadras e, no ano seguinte, assumiu o comando técnico do Suns.

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Em contrapartida, Barkley saiu na offseason de 1996. Foi para o Rockets em busca do tão sonhado anel de campeão. Não conseguiu. Assim, ele está na lista dos maiores jogadores da história que não conquistaram um título na NBA.

Johnson, por sua vez, permaneceu no Suns até 1998, quando se aposentou. A equipe daquela temporada teve, além de KJ, outros dois armadores históricos: Jason Kidd e Steve Nash.

Dois anos depois da aposentadoria, Johnson retornou ao basquete para ajudar o Suns nos playoffs. Ele voltou às quadras após uma lesão de Kidd. Mas, com a eliminação para o Lakers na semifinal, KJ se retirou definitivamente do basquete.

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Como não poderia deixar de ser, Barkley, Majerle, Chambers e Johnson tiveram suas camisas aposentadas. Ou seja, foram eternizados na história da franquia.

Por isso, temos que tirar o chapéu para o Suns de 1993, um dos times mais históricos da NBA sem um anel de campeão. Que aquela equipe sirva de inspiração para Devin Booker, Kevin Durant e companhia… Mas que o título venha desta vez…

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