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Poucos jogadores na NBA foram tão vitoriosos nas últimas décadas que Tim Duncan. Um atleta que alia inteligência e elegância em quadra, pode, aos 40 anos, ter feito sua despedida do basquete sem fazer qualquer alarde.
Seria justo, afinal de contas, a liga jamais teve um jogador tão low profile quanto ele. Poderia ser a forma escolhida, após uma derrota dolorida para o forte e atlético Oklahoma City Thunder.
Sinceramente, eu esperava que esse dia fosse chegar, mas há duas temporadas, quando o San Antonio Spurs sagrou-se campeão pela quinta vez. Fiquei surpreso ao vê-lo jogar em 2014-15. Porém, mais ainda como ele atuou. Não por menos, foi para o seu provável último Jogo das Estrelas.
Com exceção ao sexto jogo das semifinais, Duncan esteve apagado. Chegou a não pontuar em uma das partidas pela primeira vez em playoffs. O sinal de alerta já havia sido dado ainda na fase regular. No embate contra o Houston Rockets, em janeiro, aconteceu a mesma coisa.
Fisicamente, todos sabemos o quanto a NBA é desgastante. São 82 embates, fora os playoffs todos os anos. Junte isso aos jogos de pré-temporada, aos compromissos com patrocinadores, às viagens, hotéis e muito, muito treinamento.
Ele contabiliza quase 1.400 partidas na carreira, somente em temporada regular. Mais 251 nos mata-matas. Duncan está no Spurs desde 1997-98. Lá se vão 19 temporadas. É muita coisa para um atleta profissional.
Na derrota para o Thunder, que causou a eliminação do time texano, Duncan foi um dos responsáveis pela reação do Spurs no quarto decisivo, quando perdia por 91 a 65 e chegou a cair para 11 pontos de diferença. No entanto, um toco de Serge Ibaka em cima dele, derrubou o momento e a equipe de San Antonio jamais recuperou-se.
A série deixou algo claro: Duncan estava sendo batido por seus oponentes, mas rápidos e fortes, com alguma facilidade. E é bom deixar registrado que na temporada regular, o camisa 21 foi um dos melhores defensores dentro do garrafão.
“Vou pensar sobre o futuro assim que sair daqui”, disse Duncan logo após a derrota.
Se foi o seu último jogo, não sei. Nunca gostei de ver ídolos esgotados fisicamente. Kobe Bryant foi assim e despediu-se de forma absurda ao anotar 60 pontos em sua despedida. Mas Kobe sofreu com lesões em todas as partes do corpo que você possa imaginar e arrastou-se o ano todo até driblar o Utah Jazz.
Duncan pode até querer jogar por mais uma temporada. Possui contrato para isso. Desde a sua chegada, o Spurs jamais ficou fora dos playoffs. A parceria com Tony Parker e Manu Ginobili rendeu muitos frutos e é o maior trio de todos os tempos. O bastão, entretanto, foi passado para Kawhi Leonard e LaMarcus Aldridge. Ter uma posição ainda mais diminuta sob o comando de Gregg Popovich é o cenário mais provável em caso de retorno. Mas já foram cinco títulos. Não precisa provar mais nada.
Missão cumprida, Tim.
