As últimas semanas foram, provavelmente, o período mais complicado da carreira de Rudy Gobert. O pivô do Utah Jazz tornou-se o “vilão” da NBA depois de uma conduta muito pouco responsável tê-lo levado a ser o primeiro caso diagnosticado de coronavírus da liga. Desde então, o ala-armador Evan Fournier acompanha seu amigo ser alvo de uma cruzada injusta, uma “caça às bruxas”.
“Rudy foi transformado no rosto do coronavírus na NBA e isso me deixa bem triste. O comportamento das pessoas e imprensa, em especial, têm sido revoltante nesse caso. Estão revelando os nomes dos contaminados, incluindo Rudy, como se fosse contratações na agência livre. Você pode informar que há doentes sem expô-los”, reclamou o atleta do Orlando Magic, em entrevista ao jornal L’Equipe.
Para Fournier, Gobert tem sido crucificado por fazer uma brincadeira comum e que qualquer atleta poderia ter feito. Ele acredita ainda que as críticas ganharam tanta proporção por motivos que vão além da reprovação a um comportamento infantil: não teria acontecido nada se o pivô não fosse um dos infectados e, especialmente, se não fosse um estrangeiro vivendo nos EUA atual.
“É o típico caso em que gostam de culpar um ‘estranho’. Rudy trouxe o vírus para a liga porque é europeu, devem imaginar. E quem sabe se não foi Donovan Mitchell que infectou-o, para início de conversa? Esse ambiente não é saudável – e, hoje, o presidente Donald Trump não ajuda. É fácil apontar o dedo para alguém que só fez uma piada após tudo o que aconteceu”, disparou o ala-armador.
Gobert, culpado ou inocente, parece ter aprendido uma lição importante depois de ter sido contaminado pelo vírus e o “estopim” da suspensão da temporada da NBA. O titular da seleção francesa não só pediu desculpas públicas por sua postura, como fez uma série de doações para causas ligadas ao coronavírus, como apoio a familiares de infectados e pesquisas para busca da cura da doença.