Eu acho incrível como, com o passar do tempo, algumas coisas se repetem, em ciclos. Quem acompanha alguns dos meus textos aqui no Jumper Brasil já deve ter notado como eu gosto de explorar isso. Já falei de Kevin McHale e James Harden, do Houston Rockets e do Cleveland Cavaliers, Tim Hardaway e Derrick Rose, de Steve Nash e Karl Malone. Enfim, curiosidades como essas me atraem. E mais uma vez uma notícia me fez lembrar de algo do passado.
O ala-armador foi ídolo no Orlando Magic e no Houston Rockets (com passagens por Toronto Raptors, New York Knicks, Detroit Pistons e Atlanta Hawks). Aos 33 anos e sem disputar uma partida na NBA há quase uma temporada, suas chances de ser campeão já eram dadas como encerradas. Mas aí o Spurs resolveu lhe dar mais uma chance e o contratou, às vésperas dos playoffs.
Suas médias na carreira são animadoras, é claro: 19.6 pontos, 5.6 rebotes e 4.4 assistências, com 43,5% de aproveitamento nos arremessos em 936 partidas disputadas. Infelizmente, lesões no joelho o toldaram na liga, e há anos ele não apresenta mais o mesmo basquete que o consagrou, sem a explosão que lhe era característica.
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Ainda assim, ele não havia se aposentado: estava atuando na China, com médias de 25.0 pontos, 7.2 rebotes, 5.1 assistências. Apesar dos número serem animadores, é bom lembrar que:
a) Seu time acabou em último lugar.
b) É a liga chinesa, onde parece que todo mundo tem média de video-game.
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O que o Spurs pode esperar de McGrady? Um cestinha experiente vindo do banco de reservas para retirar o peso das costas de Manu Ginóbili, Tony Parker e Tim Duncan, além de não comprometer muito na defesa. Particularmente, não consigo vê-lo fazendo mais do que isso – e espero estar errado.
Essa situação é tão semelhante com a que Glenn Robinson viveu há oito anos que com certeza não fui o único a notar.
O ala havia sido ídolo no Milwaukee Bucks (com passagens por Atlanta Hawks, Philadelphia 76ers e New Orleans Hornets – embora não tenha jogado nenhum partida pela última). Aos 32 anos e sem disputar uma partida na NBA há quase um ano, suas chances de ser campeão já eram dadas como encerradas. Mas aí o Spurs resolveu lhe dar mais uma chance e o contratou, às vésperas dos playoffs.
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As médias daquele que foi a primeira escolha do draft de 1994 eram muito boas: 20.8 pontos, 6.1 rebotes e 2.8 assistências, convertendo 45,9% dos arremessos em 679 partidas disputadas. Infelizmente, ele passou quase um ano sem atuar por conta de lesões no cotovelo e no tornozelo, além de problemas pessoais, como a morte da mãe. Dispensado pelo Hornets sem nem mesmo entrar em quadra, um mês depois foi jogar no Spurs, assumindo o lugar do lesionado Devin Brown e do dispensado Dion Glover, a tempo de disputar nove partidas da temporada regular.
Mas o que o Spurs poderia esperar de Robinson? Durante a carreira, ele se mostrou oposto à filosofia do time, sendo egoísta dentro de quadra. Mas como o próprio Gregg Popovich disse à época, eles queriam um cestinha experiente vindo do banco de reservas para retirar o peso das costas de Manu Ginóbili, Tony Parker e Tim Duncan, além de não comprometer muito na defesa.
Suas médias no fim da temporada foram discretas, com 10 pontos e 2.7 rebotes, em 17.4 minutos. Nos playoffs, seu tempo de quadra foi ainda menor: 8.7 minutos em 13 partidas – ele só jogou 3 dos 7 jogos das Finais, por exemplo, em que o Spurs se tornou bicampeão da NBA. Depois do título (e de sua participação discreta), ele não foi mais chamado pela franquia, ou por nenhuma outra, tendo uma aposentadoria melancólica.
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O que vai acontecer com McGrady? Ele vai finalmente vencer uma série de playoffs? Será que com a sua ajuda eles voltarão a vencer o título, naquela que pode ser a última temporada de Tim Duncan em alto nível? E depois? Ele continuará no time ou será dispensado? E se for, alguma outra equipe na NBA ainda vai o querer?
Essas perguntas só poderão ser respondidas no futuro, ao longo da pós-temporada. E todos nós estaremos assistindo ao Spurs nos playoffs ansiosos pelas respostas.