Fonte: Adam Pantozzi / AFPUm revés constrangedor contra um adversário completamente desfalcado é ruim por si só. No entanto, a noite dessa segunda-feira trouxe ainda mais problemas para o Los Angeles Clippers. Uma pequena parte da torcida e um astro da equipe, para resumir, entraram em rota de colisão. Russell Westbrook discutiu com um torcedor nos últimos segundos da derrota do Clippers para o Denver Nuggets.
“A derrota foi uma infelicidade, mas a torcida não pode fazer o que quiser por isso. Não vou revelar o que essa pessoa disse, pois não é apropriado. É simplesmente inaceitável que os fãs pensem que possam dizer qualquer coisa. Então, não vou permitir mais isso. Só me protegi. Já ouvi muita gente proferir ofensas e saírem impunes, mas não vou deixar barato. Não mais”, disparou o armador, depois do revés por 113 a 104.
Westbrook sentiu-se tão ofendido pelo ato que, depois do fim da partida, foi atrás do torcedor. Ele voltou ao ponto em que ele estava para exigir um pedido de desculpas. Alguns torcedores, ao mesmo tempo, ficaram ao lado do fã e tudo quase virou uma confusão. A árbitra Lauren Holtkamp, seguranças do Clippers e o pivô Daniel Theis interviram na situação para evitar a piora do clima.
“Eu entendo que os torcedores gostem do jogo, as emoções aflorem e fiquem nervosos. Imagino que sintam que podem fazer o que quiserem porque pagam, mas isso é o meu trabalho. Não vou aceitar ouvir comentários sobre a minha família, por exemplo, de um cara que não me conhece. Isso é simplesmente errado. Mas, se não tiver desrespeito, acho que podem protestar como quiserem”, ponderou o armador.
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Sobrenome
A torcida do Clippers não é pioneira em hostilizar Russell Westbrook por causa de uma derrota, certamente. Poucos atletas da atualidade, aliás, foram tão criticados ao longo da carreira quanto o ex-MVP da liga. Por isso, é seguro dizer que ele já ouviu bastante desaforo na NBA. O que mudou, então? A formação de uma família alterou a relação do futuro integrante do Hall da Fama com o seu sobrenome.
“Eu tenho filhos agora e entendo a importância da família. Não sou só eu, mas o respeito ao meu sobrenome. É algo muito importante e que vou defender, pois vale ouro para o meu pai, avó, filhos. Respeito é uma coisa fundamental. Portanto, se alguém cruzar essa linha, eu não vou ouvir calado. Vou responder. Não existe motivo para ninguém permitir isso”, reforçou o reserva angelino.
Enquanto era jogador do Lakers, Westbrook chegou a ter a esposa e filhos ameaçados de morte pela torcida. E, com isso, a sua tolerância também acabou. “O meu filho já tem idade para entender o que acontece. Pergunta o que as pessoas dizem e coisas assim. E, por isso, não posso ouvir o que dizem calados. Não é assim que deve ser porque temos que defender o que acreditamos”, finalizou.
Competir mais
A reação natural do torcedor diante de uma derrota tão inesperada, contra um rival tão desfalcado, é cobrar a postura da equipe. Afinal, o Nuggets não contava com Nikola Jokic, Jamal Murray e Aaron Gordon. Todas as referências angelinas, por outro lado, estavam em quadra. Paul George não acusou nenhum colega de “salto alto”, mas reconheceu que o nível de competitividade deixou a desejar.
“É uma derrota decepcionante, mas sinto que foi um daqueles jogos em que tivemos as nossas chances. A questão é que eles jogaram muito bem. E, além disso, os jogadores souberam crescer para superar as ausências. Nós poderíamos ter evitado, no entanto, essa derrota. Não jogamos com a energia necessária e, por isso, não competimos da forma como deveríamos”, admitiu o experiente astro.
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