Rumornelli: detalhes que importam na deadline

Ricardo Romanelli explica os movimentos dos times nas últimas horas antes da trade deadline

Fonte: Ricardo Romanelli explica os movimentos dos times nas últimas horas antes da trade deadline

Entrando nas últimas 24 horas antes do final do prazo para trocas, pode ser difícil decidir no que acreditar em termos de rumores de negociações. Nesta época, surge todo tipo de especulação, e mesmo fontes bastante confiáveis podem ser alimentadas com informações distorcidas por parte dos times e agentes para ajudar em outras manobras. No meio de tantos boatos e situações dinâmicas, fica mais produtivo tentar apontar alguns pontos que merecem atenção na análise destes rumores do que propriamente comentar cada um deles. Sendo assim, temos que partir de algumas certezas para tentar projetar cenários adiante.

Times na Luxury Tax

Não importa quão comprometido um time esteja com o projeto de vencer um título, toda franquia que esteja acima do patamar da luxury tax vai tentar baixar deste nível na deadline. Muitas vezes a missão envolve desovar jogadores do final do banco em times que possam absorver esses contratos em troca de dinheiro ou compensações de Draft.

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Neste ano, times acima do limiar da taxa incluem Portland Trail Blazers, Houston Rockets, Miami Heat, Oklahoma City Thunder e Golden State Warriors, que também tem um problema de hard cap sobre o qual já falamos em colunas passadas.

Sendo assim, é bastante seguro afirmar que esses times são candidatíssimos a fazer trocas marginais para recuar sua folha salarial ao nível sem taxa, ou seja, US$ 132.627.000,00 (o hard cap do Warriors é bastante próximo a isso). Portland já se adiantou e deu um passo nesta direção com a troca que levou Trevor Ariza ao time no mês passado, enquanto que Houston e Miami são franquias conhecidas por esse tipo de movimento nesta época do ano. O Warriors está bem próximo de alcançar o objetivo após o corte de Marquese Chriss e a troca de Willie Cauley-Stein, e a troca de outro contrato menor deve bastar. Já o Thunder está bem próximo do limiar e deve ter um movimento pequeno na manga.

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A luxury tax penaliza times com multas de US$ 1,75 a US$ 4,75 para cada dólar que o time estiver acima do limite, dependendo de reincidência e da quantidade ultrapassada. É seguro apostar, portando, que esses times vão se mexer no mínimo para reduzir a salgada conta.

Compradores ocultos

Em tempos de deadline, os analistas sempre tentam separar os times em “compradores” e “vendedores”.

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Basicamente, os compradores seriam times com aspirações de playoffs que buscam peças para melhorar o elenco, enquanto que os vendedores são times dispostos a entrar em reconstrução e que desejam vender algumas peças do elenco em troca de ativos como escolhas de Draft, contratos expirantes ou jovens atletas.

Sempre existem times que parecem que vão ser vendedores, mas acabam percebendo que podem aspirar algo mais na temporada e buscam negócios para agregar peças ao time, agindo como compradores. Neste ano, os mais óbvios são New Orleans Pelicans, Oklahoma City Thunder e Toronto Raptors, que todos esperavam antes da temporada que a esta altura teriam se convertido em vendedores. Mas o time mais intrigante nesta situação é o Washington Wizards.

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O time da capital dos EUA ocupa a décima posição do Leste, a 4,5 jogos do Orlando Magic, oitavo colocado. Bradley Beal tem se mostrado mais impaciente com os rumos do time, então uma aquisição nesta deadline para pelo menos tentar concorrer a uma vaga nos playoffs pode ajudar a botar panos quentes na situação. Caso contrário, a offseason é logo aí e um final de temporada ruim pode fazer com que Beal passe a pleitear uma troca.

Relacionamentos passados contam (e muito)

Como qualquer negócio, a base para o sucesso em trocas na NBA é a confiança. Dirigentes se sentem mais confortáveis negociando com executivos que conhecem ou com quem tenham feito negócio antes. Neste momento, tudo pesa. Atletas que foram companheiros de time, executivos que foram parte de outro front office juntos e toda relação dessa natureza. Times que costumam ter suas conversas vazadas para a mídia são vistos com reservas, assim como dirigentes que têm fama de fazer ofertas absurdas apenas para especular. Normalmente, os executivos que conseguem melhores negócios na deadline são os que operam nas sombras, com postura sempre sincera e propositiva, e é por isso que sempre temos alguma notícia surpreendente no estouro do cronômetro.

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Dito tudo isso, já podemos ficar no aguardo da próxima Woj Bomb!

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