Utah Jazz (38-44)
Playoffs: Não se classificou
MVP do time na campanha: Gordon Hayward (19.3 pontos, 4.9 rebotes, 4.1 assistências, 1.4 roubada de bola)
Pontos Positivos
– A troca de Enes Kanter foi fundamental para o andamento do Utah Jazz na temporada. O jogador, mais conhecido por deixar passar qualquer um enquanto defende, foi para o Oklahoma City Thunder no último dia de negociações de 2014-15.
– Gordon Hayward é o líder técnico da equipe. Após a estreia na NBA em 2010-11, Hayward evoluiu na pontuação em cada um de seus anos na liga. Partiu de 5.4 pontos em seu primeiro ano para 19.3 em 2014-15.
– A saída de Kanter deu espaço ao francês Rudy Gobert. E o técnico Quin Snyder soube aproveitar o pivô da melhor forma. Foi embora um jogador que não sabia defender o aro para dar lugar a um exatamente o oposto. Gobert obteve ainda 19.1 rebotes e 4.7 bloqueios por cem posses de bola.
Pontos Negativos
– A contusão de Alec Burks foi um grande problema para o Jazz. O ala-armador finalmente estava ganhando espaço para provar os seus US$ 10 milhões anuais a partir de 2015-16 quando se machucou e perdeu o restante da temporada. Snyder teve de promover diversas experiências para o seu lugar, como Rodney Hood, Joe Ingles e Elijah Millsap.
– A temporada de estreia do armador Dante Exum foi sofrível, ao menos nos arremessos. O australiano converteu somente 34.9% de suas tentativas e terminou 2014-15 com médias de 4.8 pontos e 2.4 assistências em cerca de 22 minutos de ação.
– Time sofreu muito para pontuar. A qualidade do arremesso da equipe nos arremessos foi bastante questionável. Em lances de quadra 44.7% (19° da NBA), 34.3% em três pontos (19°), 72.1% nos lances livres (26°).
Análise
O técnico Quin Snyder tinha em mente fazer um trabalho a longo prazo no Utah Jazz, e pela pouca experiência de seus atletas, se deu bem, especialmente após a negociação que levou Enes Kanter ao Oklahoma City Thunder. A saída de Kanter deu ao pivô Rudy Gobert muito mais espaço na rotação e ele brilhou em alguns momentos. Gobert ainda não está totalmente pronto, mas trouxe estabilidade defensiva ao garrafão. Assim, Derrick Favors teve a chance de jogar mais solto no ataque sem se preocupar tanto em ser a única opção do outro lado da quadra.
Caso o Jazz tivesse o mesmo elenco que terminou a temporada no início, as chances de uma classificação para os playoffs seria bem maiores. O time venceu 19 dos 29 jogos restantes (65.5% de aproveitamento), o que garantiria o sexto lugar na concorrida conferência Oeste.
Faltou ver a evolução do armador Trey Burke. O atleta seguiu arremessando mal de todos os lados da quadra e teve queda de produção em relação ao seu primeiro ano. Pior ainda foi seu companheiro no quinteto titular, o australiano Dante Exum. Novato, Exum não conseguiu nem de longe provar os motivos de ter sido a quinta escolha no draft.
Futuro
O Jazz continua sendo um time de jovens talentosos, tanto que não foi atrás de nenhum grande astro na agência livre. A média de idade é uma das mais baixas da NBA e apenas três jogadores atuaram por cinco anos na liga: Gordon Hayward, Derrick Favors e Trevor Booker.
Para 2015-16, o brasileiro Raul Neto chega com chances reais de ser titular logo em sua primeira temporada. Raulzinho estava na Espanha e o técnico Quin Snyder quer ter um armador que pense primeiro no passe para depois tentar o seu próprio lance. Enquanto o seu arremesso ainda é algo a ser lapidado, ele se destaca justamente onde Snyder precisa: distribuindo o jogo.
Rudy Gobert terá a sua grande chance desde o início na próxima temporada. O francês, de 23 anos, deve fazer ao lado de Derrick Favors, um dos garrafões mais difíceis de serem batidos. Dos dois lados da quadra, os dois se completam. Enquanto Gobert ainda está desenvolvendo o seu arsenal ofensivo, ele é muito forte na defesa. Já Favors, um “veterano” de 24 anos, contribui bem no ataque, é um sólido defensor e teve em 2014-15 o seu melhor ano da carreira. Booker será o seu imediato.
No draft, o Jazz optou por selecionar o projeto Trey Lyles, vindo de Kentucky. Ele ainda é cru, mas o ala-pivô tem uma ótima envergadura (2,22m), sabe defender para a sua idade e consegue pegar rebotes ofensivos. Peca na força física, porém isso será trabalhado nos próximos anos.
O time ainda está longe de ficar pronto, mas a base é essa aí. A aposta de Snyder é ver seus jovens comandados darem liga dentro de duas temporadas. Pode até não se classificar para os playoffs, no entanto a tendência é que fique cada vez mais próximo disso.