Sacramento Kings (33-49)
Temporada Regular: décimo colocado na conferência Oeste
MVP da campanha: DeMarcus Cousins (26.9 pontos, 11.5 rebotes, 3.3 assistências, 1.4 tocos)
Pontos positivos
– Se as coisas não andam muito bem em termos de resultados para a equipe, pelo menos individualmente existem pontos positivos em Sacramento. É o caso de Cousins, que mais uma vez colecionou ótimas atuações e números espetaculares, apesar de ter atuado em apenas 65 jogos. Mesmo possuindo problemas com seu temperamento e sendo criticado por muitos, é inegável que o pivô possui um talento gigantesco.
– Rajon Rondo foi contratado para acabar com os problemas na armação da equipe e a temporada também era a oportunidade do armador “reviver” sua carreira. As duas coisas ocorreram, já que Rondo voltou a atuar em um bom nível, sendo o líder de assistências da temporada, e cumpriu seu papel na equipe.
– Apesar de tudo, o ataque do Kings funcionou bem. O time terminou a temporada regular com a terceira maior média de pontos, com 106.6 pontos por jogo.
– A equipe também conseguiu bons números nas roubadas de bola. Quinto melhor time no quesito, com 8.9 bolas recuperadas por jogo.
Pontos negativos
– Após (mais) uma temporada desastrosa, o Kings se planejou na offseason e se reforçou nas áreas em que possuía deficiências. Trouxe Rondo para ser o líder do time em quadra, Bellineli para ajudar nos arremessos de três, selecionou Willie Cauley-Stein no draft, para auxiliar na defesa do garrafão, além de outras peças. Resultado: foi de 29 vitórias em 2014-15, para 33 em 2015-16.
– O Kings foi o terceiro time que mais cometeu erros de ataque na última temporada, com a média de 16.2 turnovers por partida.
– A franquia é uma confusão. A diretoria não se cansa de tomar decisões duvidosas e é mais fácil encontrar notícias sobre brigas internas entre diretoria, comissão técnica e jogadores do que algo positivo.
– A defesa do time é muito fraca. Os oponentes conseguiram um bom aproveitamento nos arremessos de quadra e anotaram 109.1 pontos contra o Kings, em média. Nem o Philadelphia 76ers, que não se importou em perder na última campanha, conseguiu essa média.
– Essa foi a temporada com mais vitórias da franquia em oito anos. Por que isso é um ponto negativo? A equipe venceu 33 jogos.
Análise
Parecia que o Kings conseguiria melhorar e a fase ruim que já dura anos teria um fim. Parecia. Não que o elenco da temporada fosse um dos melhores da liga e candidato ao título, muito longe disso. Mas a tendência era de que o time brigasse pelas últimas posições de classificação aos playoffs. Como sempre, o ambiente da franquia se mostrou conturbado, as principais peças sofreram lesões e nada aconteceu.
Cousins conseguiu números espetaculares – incluindo um jogo de 56 pontos – e adicionou o arremesso de três ao seu arsenal ofensivo. As ótimas médias do pivô não foram surpresa, pois todos já sabem de sua capacidade. O problema é que, junto com sua enorme habilidade, vem os seus problemas de comportamento em quadra, que muitas vezes acabam o atrapalhando. De qualquer forma, não se pode dizer que faltou qualidade individual do principal jogador da franquia.
O problema do Kings na temporada foi a falta de conjunto, ao lado do já citado ambiente cheio de problemas. A equipe foi a prova de que não basta ter jogadores de alto nível como Cousins e Rondo em boa fase, e titulares sólidos como Rudy Gay, se não existe um sistema de jogo bem definido e o elenco não se mostra unido. Os problemas de relacionamento entre o técnico George Karl e Cousins, que se tornaram públicos e quase causaram a troca do jogador, ilustram o cenário da franquia.
Mais do que uma ida aos playoffs, o Kings procurava um “caminho” na temporada. Se a classificação não viesse e o time mostrasse sinais de evolução, com uma base sólida, sem problemas internos e livre de lesões, a campanha seria positiva. O problema é que nada disso aconteceu. Numericamente, foi a melhor temporada dos últimos anos, mas isso não significou muita coisa.
Futuro
É complicado falar sobre futuro em Sacramento. Ano após ano, as coisas não mudam, mas a franquia vai tentar novamente. George Karl perdeu a batalha com Cousins e foi demitido, sendo substituído por Dave Joerger, que fez bom trabalho no Memphis Grizzlies nos últimos anos e terá a missão de melhorar o clima do vestiário.
Na offseason, a diretoria foi confusa como de costume. Tudo bem, a equipe investiu em jovens do draft, pensando a longo prazo. Entretanto, qual o sentido de selecionar um pivô com a sua maior escolha do recrutamento, quando o melhor jogador da posição na liga – ou um dos três melhores, no mínimo – atua pelo seu time? Pior do que isso, o elenco já conta com outras duas peças (Kosta Koufos e Cauley-Stein) para o setor, sendo que um deles foi selecionado na loteria do draft de 2015.
Então, a opção de selecionar Giorgios Papagiannis com a 13ª escolha pode ser justificada pelo fato dele ser o melhor talento disponível naquele momento, certo? Errado. O grego era cotado para ser selecionado na segunda rodada. A explicação da diretoria? Papagiannis “pode ser um all-star no futuro”. Tudo bem então, confiança é tudo. Porém, qual a necessidade de selecioná-lo com a 13ª escolha, sendo que a franquia possuía escolhas mais baixas? Inexplicável.
Outros três jovens foram selecionados na noite do draft. Os ala-armadores Malachi Richardson e Isaiah Cousins e o pivô Skal Labissiere, que chega para tornar possível o projeto da formação de um quinteto inicial composto apenas por pivôs.
Na agência livre, nenhum nome de peso chegou à equipe. Ao contrário disso, o nome de maior impacto na offseason do Kings estava de saída: Rondo rumou para o Chicago Bulls. A franquia se reforçou com o armador Ty Lawson, os alas Matt Barnes e Lamar Patterson, os alas-armadores Arron Afflalo e Garret Temple e o ala-pivô Anthony Tolliver.
O futuro do Kings é cercado de dúvidas. Rudy Gay e Cousins já afirmaram publicamente que não sabem qual a direção que a equipe irá seguir nos próximos anos. Com o elenco atual, fica difícil pensar que o plano seja vencer agora. A solução dos problemas do time está no futuro e a diretoria terá de tomar decisões importantíssimas, principalmente envolvendo a agência livre de Cousins em 2018.