Oklahoma City Thunder (55-27)
Temporada regular: 3º lugar da conferência Oeste
Playoffs: eliminado nas finais da conferência Oeste em sete jogos pelo Golden State Warriors
MVP da campanha: Russell Westbrook (23.5 pontos, 7.8 rebotes, 10.4 assistências, 2 roubadas de bola e 45.4% de aproveitamento nos arremessos de quadra).
Pontos positivos
– Talvez o maior feito do Thunder na temporada tenha sido eliminar o San Antonio Spurs na semi-final da Conferência Oeste, pleno favorito para chegar à final da conferência. Após o primeiro jogo da série, completamente dominado pelo Spurs, a franquia de Oklahoma City contou com excelente produção ofensiva e uma eficaz defesa para surpreender a todos e bater os rivais de San Antonio em seis jogos.
– Steven Adams cresceu muito de produção, especialmente nos playoffs, e passou a ser importante presença no garrafão. Agora com Serge Ibaka no Magic, Adams deve ter mais tempo e espaço em quadra para provar que o bom desempenho veio para ficar.
– Billy Donovan acrescentou mais dinamismo à equipe, antes comandada por Scott Brooks. Ainda que Kevin Durant e Russell Westbrook continuassem os donos do show, os coadjuvantes passaram a exercer importante papel para um melhor funcionamento da equipe.
Pontos negativos
– A virada sofrida na final da Conferência Oeste. Com uma sólida vantagem de três jogos a um sobre o Golden State Warriors, o Thunder teve três chances de fechar a série e ir rumo às finais da NBA. Contudo, a equipe comandada por Russell Westbrook e Kevin Durant não mostrou o bom basquetebol das partidas iniciais do confronto, e acabou sendo eliminada por Stephen Curry e cia.
– A equipe não tinha estabilidade emocional/técnica para segurar a vantagem construída ao longo do jogo. Prova disso é que OKC foi a equipe que mais perdeu na temporada regular após entrar no último período vencendo: foram 14 lideranças desperdiçadas, com destaque para a derrota contra o Los Angeles Clippers, quando o Thunder tinha 17 pontos de vantagem no começo do quarto final.
– No crunch time. a equipe sofria para converter seus arremessos, e apresentava um leque de opções extremamente limitado. A chamada era quase sempre de isolation para Durant ou Westbrook, e os resultados não foram dos melhores.
– Serge Ibaka novamente foi aquém de suas possibilidades. No setor ofensivo, Ibaka se viu com menos oportunidades do que em temporadas anteriores, sofrendo para ultrapassar a barreira de dez pontos por jogo. Já na defesa, carro-chefe do ala-pivô, Ibaka teve uma presença menos dominante do que de costume, e o 1.9 toco por partida representam a menor marca do congolês desde sua temporada de calouro.
Análise
Se nos meados da temporada regular você perguntasse a um torcedor do Oklahoma City Thunder: “você estaria satisfeito com sua equipe chegando à final da conferência Oeste e perdendo apenas no sétimo jogo?”, é muito provável que o mesmo responderia que sim, visto que os comandados de Billy Donovan pareciam um degrau abaixo de Golden State Warriors e San Antonio Spurs. Contudo, apesar de ir além das expectativas da maioria, as circunstâncias envolvendo a eliminação do Thunder da disputa pelo título da temporada 2015-2016 da NBA certamente criam uma sensação de frustração e um gostinho de “quero mais”.
Sob novo comando, o Thunder naturalmente começou a temporada meio cambaleante, terminando o mês de Novembro com um retrospecto de 11-7. Em dezembro e janeiro, entretanto, os comandados de Billy Donovan cresceram muito de produção, com um desempenho combinado de 25 vitórias e seis derrotas. Ainda assim, quem acompanhava a franquia de perto continuava com uma pulga atrás da orelha sobre a capacidade do Thunder contra adversários mais qualificados, especialmente levando-se em consideração as dificuldades apresentadas pela equipe para fechar o jogo quando era líder.
Com Westbrook e Durant entre os melhores jogadores da temporada, o Thunder chegou aos playoffs com a 3ª colocação e não teve muitas dificuldades para despachar o Dallas Mavericks em cinco jogos. Após o primeiro jogo contra o Spurs pela semi-final do Oeste, parecia claro que o Thunder havia chegado ao seu limite: os 124 a 92 em favor da franquia texana ajudam a ilustrar o que talvez tenha sido o jogo mais desequilibrado de todos os playoffs. Foi aí que Durant e Westbrook mostraram suas caras e contagiaram seus colegas de equipe para uma reação memorável de OKC: com direito a impressionantes duas vitórias em San Antonio, um novo Thunder foi responsável por colocar fim ao confronto Spurs x Warriors idealizado por quase todos os fãs de NBA ao longo da temporada.
O fôlego da equipe parecia não ter parado: já na primeira partida válida pela final da Conferência Oeste, a Oracle Arena viu grande exibição de Durant, que roubou o mando de quadra do até então campeão da NBA. Confirmando seus primeiros dois jogos em casa, o Thunder abriu 3 a 1 na série e ficou a uma simples vitória de voltar a final da NBA, após quatro anos de ausência. Foi aí que a sina de não conseguir fechar jogos atacou a equipe: sem o jogo coletivo que confundiu o Warriors, o individualismo de Durant e Westbrook passou a ser melhor combatido pela equipe de Oakland, que embalou três vitórias seguidas em uma emocionante virada para ser o representante do Oeste na final da NBA.
E foi com esse amargo gosto de derrota que o Thunder deu adeus à temporada 2015-2016 da NBA, onde a equipe certamente teve mais acertos do que erros, mas será sempre lembrada pela chance de ouro de chegar às finais desperdiçada.
Futuro
Se a tristeza em uma sofrida eliminação era compensada com um esperançoso futuro para a franquia, os torcedores do Thunder foram rapidamente da animação ao desespero: no que certamente foi a decisão mais controversa da pós-temporada da NBA, Kevin Durant saiu do Thunder após nove temporadas com a equipe, incluindo uma no antigo Seattle SuperSonics. O ala MVP da temporada 2013-2014 acertou com o Golden State Warriors, justamente a equipe que o eliminou dos playoffs em uma histórica virada. Em meio a isso, Serge Ibaka, âncora da defesa, foi trocado na noite do draft em um pacote envolvendo o ala-armador Victor Oladipo do Orlando Magic, e a incerteza tomava conta dos fãs do Thunder.
Entre tantas saídas importantes, a torcida teve pelo menos um motivo para comemorar: a inesperada renovação de contrato de Russell Westbrook, que sem a necessidade de dividir os holofotes de protagonista, tem tudo para se tornar o grande líder de uma jovem e motivada equipe que quer mostrar que pode vencer e ser competitiva mesmo sem Durant.