New York Knicks (32-50)
Temporada regular: 13º lugar da conferência Leste
Playoffs: não se classificou
MVP da campanha: Carmelo Anthony (21.8 pontos, 7.7 rebotes, 4.2 assistências, 43.4% de aproveitamento nos arremessos de quadra).
Pontos positivos
– O letão Kristaps Porzingis, outrora vaiado na noite do draft pela torcida, terminou a temporada entre os líderes dos calouros e virou um dos destaques do New York Knicks em seu primeiro ano.
– Carmelo Anthony diminuiu o volume de arremessos e, consequentemente, passou mais a bola. Resultado: melhor temporada do astro em assistências na carreira, com 4.2 por jogo.
– Robin Lopez, como sempre, foi sólido no garrafão. O pivô trouxe um pouco mais de segurança para a área pintada, algo que o time não via desde 2013-14, quando ainda tinha Tyson Chandler.
– A temporada acabou.
Pontos negativos
– Derek Fisher, aparentemente, era o único além de Phil Jackson que entendia sobre o triângulo ofensivo. Não entrou na cabeça dos jogadores, Fisher foi substituído por Kurt Rambs e o time ficou de fora dos playoffs pelo terceiro ano consecutivo.
– O time foi concebido sem balanço nas posições. Se para o garrafão, o Knicks tinha Lopez e Porzingis, seus reservas Kevin Seraphin e Kyle O’Quinn foram subaproveitados, com cerca de 11 minutos para cada. Já na armação, o veterano e em decadência física Jose Calderon (pior temporada em assistências na carreira, com 4.2) tinha um estabanado Jerian Grant, que queria fazer de tudo e no fim, não produzia.
– Porzingis cansou na reta final da temporada. Normal para um estrangeiro, que não está acostumado ao intenso ritmo da NBA com 82 jogos. O arremesso, especialmente o de três pontos, parou de cair na segunda metade (de 34.9% para 29.4%), pegou menos rebotes (de 7.7 para 6.2), bloqueou menos arremessos (de 1.9 para 1.6), jogando até mais tempo do que no começo.
– O Knicks não defendeu no perímetro. Apenas com Arron Afflalo de especialista no setor, o time foi o que menos roubou bolas na temporada, o terceiro que mais permitiu assistências do adversário e o sexto que mais sofreu em arremessos de três pontos.
Análise
Não foi bonito. O Knicks iniciou a temporada com ambições de voltar aos playoffs e até chegou a figurar entre os oito melhores do Leste em novembro, quando tinha oito vitórias em 14 jogos, mas caiu de produção e jamais recuperou-se. Essa queda foi vista especialmente em Anthony, sempre um dos cestinhas das últimas temporadas. O ala até deixou de forçar jogadas em demasia e progrediu em procurar seus companheiros, porém não conseguiu assumir o mesmo protagonismo de até então. Uma séria lesão no joelho, no entanto, ajuda a explicar. Mas não responde totalmente.
O Knicks “apanhou” para fazer o triângulo funcionar, mas o perímetro, principal responsável por isso, foi pífio dos dois lados da quadra. O arremesso foi um terror (43.9%, 26° da liga) e a defesa parecia uma peneira.
Nada que Fisher fizesse dava certo. A solução, como sempre, é trocar de treinador. Entretanto, todos sabiam que o problema não estava só ali. Era o conjunto. Era o grupo formado pela diretoria. Um quinteto inicial até respeitável, mas o banco fraco e sem grandes alternativas. Pela busca frenética de jogar baixo, os melhores reservas (O’Quinn e Seraphin) eram basicamente turistas. No mais, era um amontoado com Derrick Williams, Lance Thomas, Sasha Vujacic e Grant. Enquanto os três primeiros procuravam apenas o arremesso e não marcavam bem, o time sofreu com a segunda unidade e era justamente quando era batido por adversários.
Com Rambis, a situação não mudou em nada, justificando ainda mais que o que estava errado não era o técnico, mas tudo o que foi planejado por Jackson. No fim, serviu apenas para evidenciar que o Knicks jamais teve algum controle dentro ou fora das quadras. O episódio que envolveu Cleanthony Early foi somente mais um caso de cuidados inadequados com a franquia e com atletas.
Fora dos playoffs pelo terceiro ano seguido, sobrava ao Knicks apenas a agência livre, pois suas escolhas no draft haviam sido negociadas anteriormente (lembra da troca de Andrea Bargnani?).
Futuro
Para as próximas temporadas, o cenário do Knicks ainda é duvidoso. Por mais que tenha se reforçado na offseason com nomes de peso como Derrick Rose, Joakim Noah, Courtney Lee e Brandon Jennings, entre outros, o elenco vai continuar sofrendo com um banco de reservas de qualidade duvidosa. Para piorar, Rose e Noah não são confiáveis no aspecto físico e tiveram algumas lesões graves nos últimos anos.
De qualquer forma, o Knicks seguirá com Anthony como a sua principal estrela, enquanto Porzingis deverá crescer ainda mais de produção. A expectativa é grande por conta dos dois, além da chegada de Rose, MVP de 2011. Se tudo der certo para o técnico Jeff Hornacek, que faz sua estreia na equipe, é possível enxergar o time brigando por uma vaga nos playoffs.
Anthony está recuperado de uma contusão que o atrapalhou durante 2015-16 e promete voltar a ser mais importante no ataque. Rose chega, inicialmente, para realizar a função de coordenador ofensivo. Hornacek deu indícios de que pretende fazer de seu armador a principal peça, procurando antes o passe do que o próprio arremesso, deixando Anthony mais livre para executar suas jogadas.
Acredita-se que a equipe vai jogar mais em transição, buscando arremessos de longa distância e passes mais rápidos na procura de jogadores livres. No comando de Hornacek, é esperado que o Knicks seja mais competitivo. O triângulo ofensivo não será obrigatório, o que de certa forma, é bom para o elenco.
O Knicks pode ser o time do oito ou oitenta. Precisa contar com jogadores saudáveis para poder fazer algo na temporada, pois se depender em demasia do banco, terá um enorme problema. A tendência é que o time seja mais forte.