Minnesota Timberwolves (29-53)
Temporada Regular: décimo-terceiro colocado na conferência Oeste
Playoffs: não se classificou
MVP da campanha: Karl Anthony-Towns (18.3 pontos, 10.5 rebotes, 2.0 assistências, 1.7 tocos)
Pontos positivos
– Karl Anthony-Towns. Que o jovem pivô possui um enorme potencial, não é segredo para ninguém. Mas muitos esperavam uma primeira temporada se adaptando na liga e mostrando flashes do que pode acontecer no futuro. Não foi o que aconteceu, já que o novato atuou como “gente grande”, terminando a campanha com ótimos números e sendo um dos destaques de sua posição.
– Andrew Wiggins e Zach LaVine também deixaram boa impressão. O primeiro, também com enorme potencial, foi o cestinha do time na temporada com 20.7 pontos e melhorou em relação ao seu primeiro ano na NBA. O segundo, apesar de não ser titular e mostrar inconsistência muitas vezes, também se mostrou mais confortável e aparece como uma peça promissora para o futuro.
– Lances livres decidem partidas e isso não é algo que o Twolves precisou se preocupar. A equipe foi a quarta melhor no aproveitamento de lances livres na temporada, com 79%.
– O aproveitamento nos arremessos de quadra também não deixou a desejar nesta temporada. Com 46%, o time conseguiu a sétima melhor marca da temporada.
Pontos negativos
– Um dos pontos que a equipe realmente precisa melhorar é a consistência defensiva. A falta de equilíbrio na defesa compromete o seu plano de jogo e isso ficou claro na temporada. O Twolves terminou com um dos piores números em defensive rating, levando pouco mais de 107 pontos a cada 100 posses de bola do adversário. Além disso, foi a terceira equipe que mais sofreu pontos no garrafão.
– Os turnovers também comprometeram a equipe, que levou, em média, cerca de 18 pontos a partir de seus próprios erros de ataque. Também um dos piores números da temporada.
– As bolas de três pontos não foram muito utilizadas pela equipe – só o Milwaukee Bucks utilizou menos o recurso na temporada– e quando isso se mostrou necessário, o aproveitamento também foi ruim, com apenas 33%.
– Após o falecimento de Flip Saunders, a equipe ficou sob o comando do interino Sam Mitchell. E enquanto a ideia era seguir com o plano de Saunders, muitas de suas decisões foram questionáveis durante a temporada, tanto no plano de jogo como na rotação, que pareceu confusa em muitos momentos.
Análise
Como esperado, o Wolves melhorou em relação à temporada 2014-15 – até porque seria difícil fazer uma campanha pior do que aquela – e seguiu preparando seus principais talentos para evoluírem na liga. Tudo correu bem nesse sentido, já que Wiggins e LaVine se mostraram mais confiantes em quadra e evoluíram seus jogos, enquanto Towns dispensa comentários sobre sua estreia na NBA.
Esquecendo por um momento as três jovens promessas, por mais que isso seja difícil ao falar do Twolves, o resto do time também possui pontos a serem comentados de forma positiva e negativa. Kevin Garnett não contribui em quadra, mas vem atuando como mentor do elenco, auxiliando todos os jovens e é elogiado por isso. Gorgui Dieng também viveu bons momentos na campanha e se encaixou bem ao lado de Towns.
Ainda que ele seja “perseguido” por muitos devido às suas deficiências, Ricky Rubio foi um dos grandes responsáveis por liderar o time e deixá-lo mais organizado em quadra, no meio de tantos jovens. Ele com certeza não é o armador dos sonhos para comandar a equipe, mas não há como negar sua contribuição positiva quase que de forma completa como muitos o fazem.
Alguns jogadores do banco, por outro lado, não merecem elogios. Shabazz Muhammad até teve grandes jogos durante a campanha, mas sua inconsistência é muito grande e, no geral, sua temporada não foi boa, principalmente por conta de sua fraca defesa. Nemanja Bjelica começou muito bem, mas se lesionou e não foi mais o mesmo após retornar. E Nikola Pekovic é simplesmente nulo. Não acrescenta em nada no time, já que está sempre lesionado e é outro péssimo na defesa.
Por mais que uma melhora fosse esperada, já era praticamente certo que a equipe não iria para os playoffs. Com um comando técnico questionável e seus principais jogadores ainda com pouca experiência, a campanha foi sem surpresas em termos de resultado, mas positiva em desenvolvimento dos talentos. E nesta temporada, isso era o mais importante de qualquer forma.
Futuro
Se existe algo que merece ser comentado em Minnesota, é o futuro. E agora, parece ter chegado a hora em que a equipe inicia o processo em quadra para que os objetivos “grandes” sejam alcançados em alguns anos. A contratação do técnico Tom Thibodeau garante um plano de jogo mais organizado e ajuda a melhorar a fraca defesa da equipe, uma vez que o lado defensivo é um dos pontos fortes do comandante.
Além do novo técnico, a equipe se reforçou com mais uma jovem com potencial no último draft. Com 22 anos, o armador Kris Dunn é mais velho que os principais jovens do time, mas apesar de mais experiente, precisará de um tempo para se acostumar com a liga, o que não será problema, já que Rubio permanece no elenco. De qualquer forma, é mais um nome para ficar de olho nos próximos anos.
O Twolves ainda utilizou a offseason para reforçar o elenco e trouxe Cole Aldrich, Brandon Rush e Jordan Hill. Aldrich pode ser útil no pick-and-roll e deve se encaixar ao sistema de Thibodeau, Rush vem para auxiliar nos arremessos do perímetro e Hill reforça o garrafão com sua presença física e deixa o elenco mais preparado em caso de lesões.
Wiggins, LaVine e Towns se sentirão cada vez mais à vontade em quadra e Dunn começará a se adaptar ao ritmo da liga. Com o novo técnico, que já é elogiado pelo elenco, o desenvolvimento individual pode se aliar com a melhora do time em quadra. A partir de agora, o Twolves tem tudo para não ser apenas um time com potencial para o futuro, mas que se mostra desorganizado no momento atual. O presente já é interessante.