Golden State Warriors (67-15)
Temporada regular: primeiro lugar da conferência Oeste, melhor campanha geral
Playoffs: campeão após bater o Cleveland Cavaliers em cinco jogos
MVPs da campanha: Kevin Durant (25.1 pontos, 8.3 rebotes, 4.8 assistências, 1.1 roubo de bola, 1.6 toco e 53.7% de aproveitamento nos arremessos de quadra) e Stephen Curry (25.3 pontos, 4.5 rebotes, 6.6 assistências, 1.8 roubo de bola, 41.1% de aproveitamento nos arremessos de longa distância e 324 bolas de três pontos convertidas)
Pontos positivos
– Segundo título em três temporadas.
– Terceira vez seguida com a melhor campanha da temporada regular. O retrospecto do Warriors nos últimos três anos (207 vitórias e 39 derrotas) supera o do Chicago Bulls do segundo tricampeonato – 1996, 1997 e 1998 (203 vitórias e 43 derrotas).
– Kevin Durant se encaixou como uma luva na equipe. Alguns diziam, antes do início da temporada, que o ala poderia “atrapalhar” o armador Stephen Curry e o ala-armador Klay Thompson. Ledo engano. Além da esperada contribuição no ataque, Durant mostrou evolução como defensor. Em vários momentos, ele formou com Draymond Green uma dupla espetacular na proteção da cesta. Nos playoffs, especialmente na grande decisão, Durant foi fantástico. Com toda a justiça, ele foi eleito o MVP das finais.
– Líder em eficiência ofensiva (115.6 pontos anotados por 100 posses de bola) e segundo em eficiência defensiva (104.0 pontos sofridos por 100 posses de bola), o que demonstra a dominância e o equilíbrio nos dois lados da quadra.
– O Net Rating do Warriors (diferença entre pontos anotados e sofridos) foi de longe o maior da liga: 11.6. E pelo terceiro ano consecutivo.
– Liderou a liga em média de pontos (115.9), assistências (30.4), tocos (6.8), roubadas de bola (9.6) e aproveitamento nos arremessos de quadra (49.5%).
Ponto negativo
– Os problemas de saúde do técnico Steve Kerr, que o afastaram de boa parte dos playoffs. Em maio, ele passou por um procedimento de drenagem de fluido da medula espinhal na tentativa de aliviar as recorrentes dores nas costas.
Análise
Depois de se reforçar com o melhor agente livre disponível (Kevin Durant), o Warriors conseguiu montar um verdadeiro esquadrão, com quatro All-Stars em seu elenco, com os últimos dois MVPs da liga. Uma equipe que já era forte ficou assustadora. Era o time a ser batido. O time mais odiado. E o grande favorito ao título.
Em quadra, Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green formaram ao lado do camisa 35 um quarteto versátil e cheio de talento, fundamentalmente na tábua ofensiva. Somam-se a eles um grupo de apoio muito qualificado e experiente, capitaneado por Andre Iguodala, MVP das finais de 2015, e um técnico capacitado como Steve Kerr.
A marca de 73 vitórias na temporada regular não foi superada, mas de qualquer forma o time de Oakland cumpriu o prometido e fez a melhor campanha de 2016/17, com 67 vitórias e 15 derrotas. Mesmo quando Durant se lesionou e desfalcou a equipe por 20 jogos, o Warriors não sentiu tanto e continuou atropelando em quadra, demonstrando a força de seu elenco.
O time californiano chegou aos playoffs na ponta dos cascos e passou por cima dos adversários. Varreu Portland Trail Blazers, Utah Jazz e San Antonio Spurs para ser o campeão do Oeste pelo terceiro ano seguido. E na grande e esperada decisão contra o Cleveland Cavaliers, só não foi campeão com um histórico 16-0 nos playoffs porque perdeu o jogo 4 das finais.
Futuro
Inegavelmente, o Warriors tem o melhor perímetro da NBA na atualidade e, talvez, um dos mais talentosos de todos os tempos. Curry, Thompson e Durant são excepcionais armas ofensivas e têm a capacidade de pontuar de qualquer canto da quadra. Com o trio estelar, a equipe de Oakland tem tudo para repetir a marca de melhor ataque da liga. Curry, aliás, assinou uma extensão contratual de cinco anos no valor de US$201 milhões. Thompson e Durant têm mais dois anos de vínculo com a equipe. Resumindo: esse trio promete fazer estragos por pelo menos mais duas temporadas.
Na outra extremidade da quadra, o Warriors tem o ganhador do prêmio de melhor defensor de 2016/17. Marcador versátil, Draymond Green contribui de várias formas, seja na marcação individual ou na defesa de ajuda. E ele faz tudo isso com propriedade no perímetro e no garrafão. De quebra, Green ainda distribui o jogo e converte arremessos de longa distância.
No banco de reservas, Steve Kerr ainda tem à sua disposição dois veteranos que sempre contribuem quando entram em quadra. Shaun Livingston e Andre Iguodala, que renovaram seus vínculos com a equipe até 2020, seriam titulares em alguns times da liga, mas formam uma das melhores duplas de reservas da NBA. Eles são peças fundamentais na rotação, especialmente no papel de trazer consistência defensiva ao perímetro da equipe.
Para a temporada 2017/18, o Warriors reforçou o banco de reservas com dois jogadores que contribuem ofensivamente no perímetro: Nick Young e Omri Casspi. Os veteranos Zaza Pachulia e David West foram mantidos. Assim como os jovens Patrick McCaw, Kevon Looney e Damian Jones, que deverão ganhar mais minutos em quadra nesta temporada. Como se isso não fosse o bastante, o Warriors ainda adquiriu uma escolha de segunda rodada do draft junto ao Chicago Bulls, e selecionou o promissor ala-pivô Jordan Bell, um versátil defensor que promete emular o papel de Green nesse lado da quadra. O melhor elenco da NBA está ainda mais forte.
Com o núcleo de estrelas mantido, o Warriors tem tudo para continuar no topo pelos próximos anos. São três finais seguidas e dois títulos. Uma dinastia está começando a ganhar forma. Para desespero, raiva e tantos outros sentimentos dos rivais, a equipe de Oakland, que já está marcando época, pode quebrar mais e mais recordes. Afinal, o céu é o limite para este super time.