Reconstruções e os esnobados do Jogo das Estrelas

Sempre “em obras”, Minnesota Timberwolves está em pauta nesta sexta-feira

Fonte: Sempre "em obras", Minnesota Timberwolves está em pauta nesta sexta-feira

Nas últimas semanas escrevi muito sobre as reconstruções que deram certo, mas hoje quero mostrar uma que parece nunca ter fim. Ao menos, por enquanto. E não tem nenhuma outra franquia mostrando isso nos últimos anos que o Minnesota Timberwolves. Mas vou aproveitar para falar ainda daqueles que não foram chamados para o Jogo das Estrelas. Não ia, porém…

O Wolves chegou a ter um elenco forte no início da década passada, com Kevin Garnett, Latrell Sprewell, Wally Szczerbiak e Sam Cassell. Incomodou os chamados grandes da época, mas esbarrou no Los Angeles Lakers nas finais de conferência de 2003-04. Nos anos anteriores, até foi aos playoffs, porém a sina de cair na primeira rodada era gigante. Foram sete temporadas seguidas sendo eliminado ali até que finalmente passou para as semifinais. Só que ficou por isso mesmo. 

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Em 2004-05, o Timberwolves obteve 44 vitórias. Bom o suficiente para o Leste, mas no Oeste, nunca é bastante lembrarmos que a disputa é sempre mais acirrada. Ficou de fora da zona de classificação, algo que permanece até hoje.

A reconstrução começou no ano seguinte, com a saída de Flip Saunders do comando. Kevin McHale acumulou as funções de treinador e gerente geral até o fim daquela temporada e contratou Dwane Casey para 2006-07.

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O interessante desta época é que McHale sempre quis trocar Garnett, até que finalmente o conseguiu, justamente para o Boston Celtics, time pelo qual ele se identificou na carreira de jogador. Muito foi falado, mas pouco ou quase nada foi provado. Garnett foi para a equipe de Massachusetts em uma negociação pelo promissor Al Jefferson, além de Ryan Gomes, Gerald Green, Theo Ratliff, Sebastian Telfair e algumas escolhas de draft.

Destes, Gomes jamais conseguiu fazer nada na liga. Green só voltou à NBA após alguns anos perambulando na China e tornou-se um bom arremessador de três pontos. Vive de brilharecos no Phoenix Suns por conta da competitividade daquele grupo na posição. Ratliff estava envelhecido, e sempre lesionado, enquanto Telfair ainda é uma eterna promessa. Apenas Jefferson ganhou o seu espaço, mas sempre em times ruins. Possui 14 jogos de playoffs na carreira, sendo sete deles ainda pelo Celtics.

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A situação parecia melhorar um pouco quando a direção apostou suas fichas em Kevin Love, em 2008. Naquele draft, o Timberwolves foi de O.J. Mayo, mas o ala-armador foi trocado, ao lado do rechonchudo Antoine Walker para o Memphis Grizzlies por Love. 

Só que em 2010, negociou Jefferson com o Utah Jazz por Kosta Koufos e duas escolhas de primeira rodada. Ou seja, mandou o melhor jogador da franquia embora em 2007-08 para não ter absolutamente nada depois. 

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Love até parecia ser a grande esperança de ver o time nos playoffs, mas isso jamais aconteceu. O Wolves estava no fundo do poço em 2009-10 com 15 vitórias em 82 jogos, mas a situação permaneceu no ano seguinte, com apenas 17 triunfos.

A direção chegou a apostar em Michael Beasley e Darko Milicic, e contou com os obscuros Luke Ridnour, Jonny Flynn e Telfair na armação. Era demais.

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Até Milicic passou por lá

Até o hoje lutador Milicic passou por lá

Para dar um fim nisso, chegou o espanhol Ricky Rubio. Sucesso na Europa, o jogador era mais um daqueles promissores. Era mais uma aposta para o futuro. Rubio até é bom, já falei dele diversas vezes, porém sua mecânica de arremesso é ruim, e tem a tendência de carregar a bola em demasia. Um Rajon Rondo piorado. Faz lances lindos, mas só. Vive contundido. Não por menos, jogou só cinco partidas em 2014-15.

Agora, Love foi embora naquela troca por Andrew Wiggins e Anthony Bennett. Não se esqueça que o Wolves tem hoje em seu elenco as últimas duas primeiras escolhas de draft e corre sérios riscos de ter a de 2015. Basta seguir o protocolo de derrotas.

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Adivinha quem é o técnico hoje? Sim, o mesmo Saunders, demitido em 2004-05. 

Se formos pensar no futuro, e contar com a sorte de a direção não cometer mais tropeços, é possível acreditarmos que o talento será suficiente para brigar por algo nos próximos anos. Então a gente olha aqui e já nota alguns erros grotescos. 

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Kevin Martin com mais dois anos de contrato. Nikola Pekovic tem acordo até 2017-18. Não que os dois sejam ruins, pelo contrário. Martin é um ótimo arremessador, mas nos dias de hoje, ele tem cara de sexto jogador, na melhor das hipóteses. E Pekovic, por favor. Ele não sabe defender. Como um pivô desse tamanho não faz o básico? Ofensivamente, é outra história.

Wiggins é um projeto, assim como Shabazz Muhammad e Gorgui Dieng. Pode ser que dê tudo certo e em dois anos o time esteja brigando pelas primeiras posições. Só que depois de tantos anos, você consegue acreditar nisso? Já são 11 anos longe dos playoffs. Essa reconstrução parece eterna.

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Lillard, Cousins, Howard e Rose fora do Jogo das Estrelas

Não é surpresa para ninguém que no Oeste alguns verdadeiros astros acabariam fora da lista final para o Jogo das Estrelas. Claro, a concorrência é enorme, principalmente em algumas posições. 

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Damian Lillard merecia entrar como reserva pelo simples fato de o Portland Trail Blazers estar fazendo uma campanha sensacional e apenas LaMarcus Aldridge foi chamado. É óbvio que o pensamento não é só esse. Do contrário, o Golden State Warriors teria de levar mais alguém. Mas a qualidade do armador impressiona. Possui os melhores números de sua breve carreira em pontos, rebotes, roubadas, aproveitamento de arremessos e assistências por erros de ataque em 2014-15. Isso tudo com Nicolas Batum, Wesley Matthews, e claro, Aldridge, no elenco.

Lillard e Cousins nos treinamentos do Team USA

Lillard e Cousins nos treinamentos do Team USA

O pivô DeMarcus Cousins faz uma temporada tão sensacional, que eu me assustei com sua ausência. Cousins possui médias de 23.8 pontos, 12.3 rebotes, 1.6 bloqueio e um aproveitamento de 80.6% nos lances livres. Sabe o que esses números significam além de os melhores de sua carreira? Nada. Pelo menos para a NBA. 

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Já Dwight Howard perdeu o status de astro, definitivamente. Por mais que ele seja um dos melhores pivôs da liga e eu sei que muita gente vai discordar disso, Howard é um intimidador nato dentro do garrafão. Seus números caíram, é fato. Mas ficou claro que a NBA não liga muito mais para pivôs. Tanto é verdade, que no elenco do Oeste somente um jogador de ofício estará em Nova York no dia 15 de fevereiro, o espanhol Marc Gasol. 

Kobe Bryant, lesionado, não vai. Sobra uma vaga, e Lillard aparece como o principal candidato. Aldridge também corre sérios riscos de ser cortado, por conta de uma contusão no polegar. Ele chegou a anunciar uma cirurgia, mas postergou a mesma e atuou nas últimas duas partidas. De qualquer forma, foi selecionado.

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Agora, no Leste, o MVP de 2010-11 Derrick Rose, poderia ser chamado. Não sou seu maior fã pelo fato de ele não atuar como um armador de verdade, aquele que busca melhorar o jogo de seus colegas com passes antes do próprio arremesso. Mas quem se importa? É uma partida festiva, ora. Seus números estão aparentemente ruins, mas isso se deve pelo tempo de quadra em primeiro lugar. Rose está jogando cerca de sete minutos a menos que em 2011, seu arremesso está bem abaixo do esperado (41.6% de aproveitamento e 31.3% em três pontos), porém o camisa 1 é um ícone. Por mais que o Atlanta Hawks não saiba o que é derrota desde 26 de dezembro, Jeff Teague não é e nunca foi melhor que Rose. 

E que tal Nikola Vucevic?

De novo, a NBA está pouco se lixando para pivôs. E pelo que parece, as campanhas dos times estão sendo levadas em consideração. O Orlando Magic tem um ano terrível, mas olha lá Vucevic brilhando todas as noites com números parecidos com os de Cousins. Não importa. Al Horford vai com 15.3 pontos e 6.8 rebotes, contra 19.5 e 11.2 de Vucevic. OK, então.

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Com o provável corte de Dwyane Wade, lesionado, Rose é candidato a ser chamado. Mas podem pintar Brandon Knight ou até mesmo Kyle Korver. Imagine só: quatro jogadores do Hawks. Não, não. Passo.

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