Ranking dos Novatos – Terceiro mês

Ricardo Stabolito analisa rendimento dos calouros da liga entre fevereiro e março Primeiro mês Segundo mêsPublicidade O dia 18 de março não foi exatamente um grande dia para o Cleveland Cavaliers, que perdeu em casa para o Atlanta Hawks por 103 a 87. No entanto, para o armador Kyrie Irving, foi uma ocasião especial. O […]

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Ricardo Stabolito analisa rendimento dos calouros da liga entre fevereiro e março

Primeiro mês

Segundo mês

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O dia 18 de março não foi exatamente um grande dia para o Cleveland Cavaliers, que perdeu em casa para o Atlanta Hawks por 103 a 87. No entanto, para o armador Kyrie Irving, foi uma ocasião especial. O líder da “corrida” pelo prêmio de melhor novato da temporada conseguiu seu primeiro duplo-duplo como profissional nesta partida: 19 pontos e dez assistências. Ele precisou de 38 jogos para alcançar a marca.

Pode parecer estranho que um jogador destinado a receber um prêmio tão influenciado por estatísticas não tenha feito uma atuação deste porte antes – algo relativamente comum, até mesmo para estreantes. Neste momento, a classe de 2011-12 anotou 52 duplo-duplos na temporada e as equipes possuem entre 49 e 53 compromissos cumpridos. Ou seja, nada de outro mundo.

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No entanto, quando observamos os premiados nas últimas temporadas, o número de duplo-duplos não se revela realmente a estatística que melhor indica o futuro vencedor. Apenas em três dos últimos sete anos o recordista de duplo-duplos da classe foi escolhido novato da turma:

Temporada / Classe Recordista de duplos-duplos Calouro do ano
2004-05 Emeka Okafor (47) Emeka Okafor (47)
2005-06 Chris Paul (21) Chris Paul (21)
2006-07 Shelden Williams (8) Brandon Roy (4)
2007-08 Al Horford (25) Kevin Durant (1)
2008-09 Kevin Love (29) Derrick Rose (8)
2009-10 Taj Gibson (18) Tyreke Evans (13)
2010-11 Blake Griffin (63) Blake Griffin (63)
2011-12 (até o momento) Ricky Rubio (12) Kyrie Irving (1)

É preciso lembrar que as temporadas anteriores tiveram 16 jogos a mais do que a atual, que foi diminuída por conta do locaute. Na teoria, então, cada duplo-duplo nesta temporada equivale (aproximadamente) a 1.242 duplo-duplo em uma temporada normal. As contas não fazem que Kyrie Irving saia da faixa de um DD na temporada, mas Ricky Rubio, por exemplo, ficaria com algo próximo de 15 duplo-duplos em uma campanha de 82 partidas.

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Embora ter o maior número de duplo-duplos da temporada não chegue a exercer grande influência na decisão de quem foi o melhor novato, estar entre os melhores no quesito é um bom sinal para a continuidade da carreira. Antes do ranking, apenas confira – em nível de curiosidade – quem foram os cinco estreantes que mais fizeram duplo-duplos nas últimas cinco temporadas. Muitos jovens talentos, atletas sólidos e até mesmo astros estão na relação:

Temporada / Classe Recordista de DDs Segundo em DDs Terceiro em DDs Quarto em DDs Quinto em DDs
2006-07 Shelden Williams (8) Paul Millsap (7) LaMarcus Aldridge (6) Rudy Gay (5) Brandon Roy (4)
2007-08 Al Horford (25) Luis Scola (10) Joakim Noah (8) Al Thornton (7) Jared Dudley (4)
2008-09 Kevin Love (29) Brook Lopez (18) Marc Gasol (17) Jason Thompson (17) Greg Oden (10)
2009-10 Taj Gibson (18) Darren Collison (14) Tyreke Evans (13) Stephen Curry (12) DeJuan Blair (8)
2010-11 Blake Griffin (63) DeMarcus Cousins (26) John Wall (26) Greg Monroe (21) Ed Davis (13)

Então, sem mais enrolação. Vamos à segunda edição do ranking dos novatos, que analisa o desempenho dos estreantes da liga no período entre 26 de fevereiro e 25 de março:

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1. Kyrie Irving (armador, Cleveland Cavaliers)

Jogos Min. Pts. Reb. Ass. R.B. Erros FG% 3pt.% FT%
42 31.3 18.8 3.9 5.6 1.0 3.1 47.2 40.1 87.4

Quando vemos um calouro tão ofensivamente habilidoso e inteligente quanto Kyrie Irving é comum que nos esqueçamos de levar em conta o lado defensivo de seu jogo. Os técnicos, porém, nunca deixam a marcação de lado. Ainda em fevereiro, Byron Scott criticou o novato por estar sendo displicente na defesa, como se poupasse energias para a hora de atacar. Observando mais atentamente a postura do calouro como marcador, é impossível não dar razão para o treinador.

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Basicamente, Irving comete dois “pecados” na defesa. O primeiro é permitir infiltrações aos oponentes com enorme facilidade. O armador não costuma marcar sob pressão, mas parece meio que habituado a não movimentar-se lateralmente – o que é estranho, mas não totalmente incomum. O resultado disso é que, em vários momentos, podemos notar que o calouro não acompanha os adversários, mas sim corre atrás deles buscando recuperar o posicionamento. Na maioria das vezes, já é tarde demais.

O segundo problema é a forma como o novato aceita passivamente trocas de marcação (algo, inclusive, apontado pelo próprio Scott em uma entrevista no fim de março). Assim como Ricky Rubio, Irving fica constantemente preso aos bloqueios de pivôs adversários (o que também contribui para a questão das infiltrações), mas, ao invés de tentar vencer a “parede” e voltar a marcar aquele que deve ser seu “alvo”, ele muitas vezes deixa o jogador baixo com um de seus homens de garrafão e permanece defendendo os homens altos do oponente. Isso é um sinal claro de relaxamento, que destrói toda a configuração defensiva da equipe. Não por acaso, quando reclama da marcação do Cavs, Scott aponta a arma primeiramente para Irving.

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Não é estranho, por isso, saber que ele permite (altíssimos) 1.01 pontos a cada tentativa de pontuar daquele que está defendendo. Mais do que técnica, desatenção e falta de empenho fazem que Irving seja quase tão ineficiente na defesa quanto é efetivo no ataque.


2. Ricky Rubio (armador, Minnesota Timberwolves)

 Jogos Min. Pts. Reb. Ass. R.B. Erros FG% 3pt.% FT%
 41 34.2 10.6 4.2 8.2 2.2 3.2 35.7 34 80.3

Rubio sofreu uma lesão no joelho esquerdo e está fora da temporada. No entanto, só pelo que produziu até aqui, ele continua sendo um dos dois melhores novatos do ano. Se você levar em conta a queda de produção do Timberwolves desde a contusão, pode até argumentar que ele segue subindo de conceito. Tirando a criatividade e especial qualidade de passe do armador espanhol da equação, a equipe de Minnesota caiu de forte candidato aos playoffs para a 12ª posição da conferência Oeste. Sua ausência está fazendo a diferença e isso vale tanto quanto boas atuações.

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3. Kawhi Leonard (ala, San Antonio Spurs)

 Jogos Min. Pts. Reb. Ass. R.B. Erros FG% 3pt.% FT%
 46 24.5 8.0 5.3 0.9 1.4 0.6 48.6 36.5 75.3

Em uma ótima equipe, o treinador coloca um calouro em quadra com a esperança de que ele não comprometa algo que funciona. Isso é exatamente o que Kawhi Leonard está fazendo no San Antonio Spurs. Sua produtividade aumenta a cada mês e, acima de tudo, nunca ao custo de mais erros de ataque ou falhas. Na verdade, é exatamente o baixíssimo índice de desperdícios de posse que faz o ala um dos melhores e mais eficientes novatos já vistos em anos recentes.

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Leonard desperdiça bolas em apenas 8.6% de suas posses – um número que o coloca entre os 50 melhores jogadores da NBA inteira. No período estudado aqui, ele disputou 13 jogos e saiu de quadra sem turnovers em mais de metade deles (sete). No entanto, se engana quem acredita que o ala só se destaca quando comparado a sua própria classe e existe um por ano que atinge estatística semelhante. Seus números são históricos: ele caminha para ser o primeiro estreante nas últimas oito temporadas a atuar (no mínimo) 22 minutos por noite cometendo apenas 0.6 erros de ataque em média.

Este é o terceiro atleta com maior média de minutos jogados pelo Spurs na temporada – só atrás dos astros Tim Duncan e Tony Parker. Surpreso por estarem tão bem?


4. Kenneth Faried (ala-pivô, Denver Nuggets)

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Jogos Min. Pts. Reb. Ass. Tocos Erros FG% 3pt.% FT%
 29 20.5 9.6 7.1 0.6 1.0 1.1 58.9 71

Faried é conhecido por seu desempenho defensivo: rebotes, tocos e jogo físico. No entanto, desde que chegou à NBA, o ala-pivô também merece elogios pela eficiência que mostra no ataque. Ele não é um jogador refinado ou pontuador nato, mas sua capacidade de finalizar próximo da cesta está se traduzindo com perfeição entre os profissionais e faz com que se converta em alguém que deveria atrair uma mínima atenção das defesas.

Cerca de 70% dos ataques do novato da Universidade de Morehead State acontecem dentro do garrafão, onde acerta notáveis 64% das tentativas. Além disso, de cada quatro ofensivas dele, uma é proveniente de rebote ofensivo. Seu sucesso nestas situações é resultado direto de como o ala-pivô utiliza bem seus atributos físicos e atléticos próximos da cesta. Diferente de outros jogadores da posição (como, por exemplo, Tristan Thompson), Faried mostra reflexos rápidos na área pintada e não hesita em atacar a cesta assim que recebe ou pega a bola – superando marcadores simplesmente por sua agilidade e condição atlética acima da média.

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Ou seja, não é complicado: assistir o calouro no ataque não é particularmente bonito, mas um caso bastante exemplar de um atleta utilizando o que tem de melhor para ser eficiente.


5. Chandler Parsons (ala, Houston Rockets)

 Jogos Min. Pts. Reb. Ass. R.B. Erros FG% 3pt.% FT%
 47 27.5 8.9 4.9 2.2 1.1 1.2 46.2 32.5 48

No último mês, fechei minha avaliação sobre Parsons dizendo que observá-lo nos dois lados da quadra era como ver dois jogadores diferentes em ação. Na defesa, nada menos do que uma solução para o Rockets e uma das revelações da classe. No ataque, porém, quase um ponto nulo. Finalmente, em março, o ala conseguiu alinhar sua produção nos dois lados da quadra. Felizmente, foi seu ataque subiu espetacularmente de produção.

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Nos 14 jogos disputados no período estudado aqui, ele anotou 11.8 pontos, com mais de 53% de aproveitamento nos arremessos de quadra e quase 37% para três pontos. Além disso, deu uma “arrumada” no seu lance livre, que alcançou 62.5% de acerto. Se não são estatísticas que causam loucura em alguém, pelo menos provam que Chandler é muito melhor ofensivamente do que tudo apontava até aqui – sua mecânica de arremesso é sólida e seus braços longos ajudam muito a ser eficiente quando ataca a cesta.

Defensivamente, seus números e atuações continuam dignas de nota. Das 14 partidas em que participou, o time teve melhores parciais quando ele esteve em quadra do que quando estava fora em dez delas. Além disso, quando atuou 29 ou mais minutos, o Rockets sofreu 99.3 pontos em média – 5.7 pontos a menos do que na situação contrária. Tais números mostram que a defesa do Rockets foi ruim, mas Parsons a fez (mesmo que só um pouco) melhor.

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6. Isaiah Thomas (armador, Sacramento Kings)

 Jogos Min. Pts. Reb. Ass. R.B. Erros FG% 3pt.% FT%
 47 22.5 10.1 2.4 3.5 0.8 1.7 43.8 37.3 84.6

O grande problema de jogadores nos moldes de Isaiah Thomas (combo guards baixos, velozes e orientados para a pontuação) é a instabilidade. Eles são imparáveis quando estão bem, mas trágicos para o time quando não jogam o esperado. No entanto, o novato do Sacramento Kings oferece alguns sinais de que pode se tornar uma opção ofensiva mais segura do que a média na sequência da carreira – por mais que seja difícil vê-lo como mais do que um (bom) reserva em uma equipe mais organizada.

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No último mês, Thomas anotou 13.1 pontos por partida convertendo 48% dos arremessos de quadra que tentou e impressionantes 42.3% dos tiros para três pontos. Mais do que isso, ele tem taxas muito parecidas de acerto em diferentes situações – criando o próprio arremesso ou ao receber bolas sem marcação, em transição ou no jogo de meia quadra. Não por acaso, o titular do Kings possui o segundo maior true shooting percentage (o índice de aproveitamento de arremessos levando em conta também lances livres) entre os novatos e o maior entre os estreantes de perímetro. Se levarmos em conta todos os atletas de perímetro da liga, ele é o 25º melhor no quesito.


7. Kemba Walker (armador, Charlotte Bobcats)

 Jogos Min. Pts. Reb. Ass. R.B. Erros FG% 3pt.% FT%
 46 27.0 12.1 3.5 4.1 1.0 1.7 37 30.8 81.5

Depois de um excelente e pouco visto mês de fevereiro, Kemba Walker voltou para o banco de reservas (com a recuperação de D.J. Augustin) e à normalidade. E, em condições normais, ele nunca será uma unanimidade. Por quê? Em um mesmo período de tempo, ele é capaz de dar doses cavalares de munição tanto para defensores, quanto para detratores. Como não estou escrevendo um manifesto aqui, vou me prender a um argumento para cada lado.

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Para os defensores, Walker teve uma excelente proporção de três assistências para cada erro de ataque. No período levado em consideração aqui, ele deu 4.8 passes decisivos cometendo 1.6 desperdícios. São números que repetem o que ele já havia feito em fevereiro e confirmam aquilo que muitos defendiam: o calouro é muito melhor passador do que ganhava crédito. Na atual temporada, apenas nove armadores da liga mantém média de três assistências por erro: Jose Calderon, Chris Paul, Beno Udrih, Mike Conley, Steve Nash, Nate Robinson, Rajon Rondo, Tony Parker e Lou Williams.

Já os detratores podem olhar para o estreante e perguntar: de que adianta saber criar o próprio arremesso quando não se arremessa bem e sua tomada de decisões é muito questionável? De fato, Walker teve mais um mês para se esquecer arremessando: acertou apenas 37% de suas tentativas. Pior do que isso, ele chutou só um lance livre (onde acertou 87%) a mais do que bolas de três pontos (em que converteu pífios 16.6%). Resultado: nos 14 jogos disputados no período, o novato marcou 9.5 pontos em média tentando 9.5 arremessos.

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8. Klay Thompson (ala-armador, Golden State Warriors)

Jogos Min. Pts. Reb. Ass. R.B. Erros FG% 3pt.% FT%
47 20.8 10.2 1.9 1.6 0.6 1.3 43.6 43.4 89.1

Klay Thompson não foi um sucesso desde o primeiro dia, mas está fazendo jus à confiança recebida do Golden State Warriors a cada jogo que faz como titular. Não fechemos os olhos para seu jogo unidimensional: ele é um pontuador e nada indica que possa ir muito além do que isso. No entanto, o calouro também trabalha intensamente para sempre conseguir o melhor arremesso possível e potencializar suas qualidades físicas e técnicas.

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A principal virtude de Thompson no ataque é como ele se movimenta em busca de chances de pontuar. Diferente de muitos pontuadores/arremessadores da liga, que gostam de se fixar em certos pontos da quadra ou dependem de ter a bola nas mãos em excesso para produzirem, o calouro sempre está em constante movimentação sem a bola, atrás de espaços e na tentativa de despistar seus marcadores. Ele faz bom uso de bloqueios para sair livre para arremessar e não “perdoa” os erros de defensores, com sua boa elevação e mecânica rápida – em especial, da linha dos três pontos, de onde converte mais de 43% dos arremessos. Além disso, embora utilize com menor frequência, sua capacidade de atacar a cesta é uma agradável surpresa em pequenas doses (rendendo ótimos 1.33 pontos por tentativa).

Anotando animadores 0.95 pontos por posse, incluindo números muito acima de média nas situações em que se sente mais confortável (como 1.19 pontos em spot ups e 1.04 off screen), Thompson pode ser um atleta mais interessante do que seu estilo unidimensional sugere.

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9. MarShon Brooks (ala-armador, New Jersey Nets)

Jogos Min. Pts. Reb. Ass. R.B. Erros FG% 3pt.% FT%
 35 31.8 12.8 3.5 3.5 0.7 2.6 41.3 38.2 81.7

Depois de um excelente início na NBA seguido por uma inesperada contusão, MarShon Brooks cai de produção dia após dia. Os números deste mês foram os piores mensais da (breve) carreira do ala-armador: somente 9.2 pontos anotados, convertendo 40% dos arremessos de quadra e 32% das bolas de longa distância. O que mudou desde aquele começo espetacular? Por incrível que pareça, uma das explicações mais plausíveis para sua queda pode ser a presença de um armador de elite no time – Deron Williams.

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As ausências e más atuações de Deron no primeiro mês de temporada fizeram com que o novato tivesse a oportunidade de ter a bola nas mãos por tempo considerável, como tinha costume de ter na Universidade de Providence. Agora, a situação mudou e, quanto menos Brooks tem a bola nas mãos, mais fora de sintonia parece ficar com o resto da equipe. Um atleta acostumado a criar seu próprio arremesso, ele se sente desconfortável e toma más decisões ofensivas quando não atua dentro de suas características. Assim como já observamos Jimmer Fredette, não é raro ver o ala-armador passando arremessos livres e equilibrados para, logo em seguida, “forçar” bolas mais marcadas e com menos espaço.

Além disso, sua postura sem a bola é passiva: pouco se movimenta, não faz bloqueios para companheiros e sua média de rebotes tem caído com rapidez. Já sua média de erros de ataque cresce de forma assustadora (1.3 no primeiro mês, 1.9 no segundo e 2.6 agora), mesmo com aumento quase insignificante (um minuto por mês) no tempo de quadra. Tudo isso leva a um resultado não muito bom: o Nets teve piores parciais enquanto Brooks estava em quadra em oito dos 15 jogos disputados no período – derrotas por 7.2 pontos de diferença na presença dele e por 4.7 em sua ausência.

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10. Derrick Williams (ala, Minnesota Timberwolves)

 Jogos Min. Pts. Reb. Ass. R.B. Erros FG% 3pt.% FT%
 50 21.0 8.7 4.9 0.7 0.5 1.0 44.9 31.3 66.2

Derrick Williams é um ala ou ala-pivô? Esta pergunta fez diferença para muitos recrutadores antes do draft, mas não parece estar influindo na forma de jogar do calouro em sua estreia como profissional. Mais do que rótulos e posições, ele é um jogador versátil. Embora não vá ser o atleta mais eficiente da liga nos dois lados da quadra, o novato se mantém como um atleta capaz de atuar dentro e fora do garrafão com inteligência e voluntariedade.

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Embora permita alto número de 0.97 ponto por posse adversária, Williams não é um defensor desleixado ou sem entusiasmo. No perímetro, o jovem mostra velocidade e empenho para (tentar) acompanhar atletas mais baixos, mesmo que ainda seja batido com regularidade e tenha dificuldades para evitar que oponentes criem separação para arremessar. No garrafão, ele não se intimida com o jogo físico ou foge ao contato. Até por isso, a marcação do novato alcança seus melhores resultados em jogadas que envolvem o uso do corpo como “ferramenta” defensiva (0.83 ponto em post ups, por exemplo).

No ataque, Williams mantém seus adversários preocupados pela possibilidade de arremessar e cortar para a cesta com eficiência semelhante. Seu arremesso melhora a cada mês (no período estudado aqui, foram 11.7 pontos acertando 46.5% dos tiros de quadra e 37.5% das bolas de três) e sua combinação de velocidade e força física complica muito o trabalho de jogadores – mesmo que mais altos ou velozes – em pará-lo quando ataca a cesta. Tanto que, no período aqui abordado, o ala/ala-pivô foi a linha dos lances livres quase quatro vezes por partida.

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– Completando o TOP 20 (em ordem alfabética)

Alec Burks (ala-armador, Utah Jazz)
Bismack Biyombo (ala-pivô, Charlotte Bobcats)
Brandon Knight (armador, Detroit Pistons)
Enes Kanter (pivô, Utah Jazz)
Gustavo Ayon (ala-pivô, New Orleans Hornets)
Iman Shumpert (armador, New York Knicks)
Ivan Johnson (ala-pivô, Atlanta Hawks)
Markieff Morris (ala-pivô, Phoenix Suns)
Norris Cole (armador, Miami Heat)
Tristan Thompson (ala-pivô, Cleveland Cavaliers)

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Subindo

Alec Burks (ala-armador, Utah Jazz)

Jogos Min. Pts. Reb. Ass. R.B. Erros FG% 3pt.% FT%
 42 14.6 6.8 2.0 0.8 0.4  0.8 44.8 29.6 69.3

Burks é um dos casos de novatos mal aproveitados da temporada. O perímetro do Utah Jazz pedia por um jogador com as características dele durante a maior parte da temporada, mas o técnico Tyronn Corbin só passou a perceber isso no último mês. Ele ainda não desenvolveu seu arremesso como muitos esperam (converte somente 33% de suas tentativas de média e longa distância), mas a postura agressiva e atitude que mostra operando nos dois lados da quadra fazem com que seja o perfeito complemento para um dos perímetros mais apáticos e inofensivos da liga.

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Levando em conta seu estilo de jogo incisivo combinado com atributos físicos e atléticos, não é de se surpreender que a maior eficiência ofensiva de Burks aconteça quando ataca a cesta e saia em contra-ataques. Estes são os momentos em que suas maiores qualidades saltam aos olhos (velocidade, agilidade, finalização em torno da cesta, até visão de jogo). Arremessando, porém, a situação muda: embora seja muito talentoso criando as próprias oportunidades, sua tendência a não manter o equilíbrio (fade aways, saltos laterais) “sabota” uma mecânica de chute, que parece muito mais consistente do que era no basquete universitário.

No lado defensivo, Burks ainda mostra problemas de atenção e impaciência marcando um contra um (permite altíssimos 1.06 pontos por tentativa adversária), mas mostra sensível evolução como defensor coletivo. Isso não surge apenas com eventuais roubos de bola quebrando linhas de passe, mas especialmente escapando com facilidade de bloqueios, fechando espaços e marcando o pick and roll.

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Sinceramente, é difícil entender porque Corbin e o Jazz insistiram tanto em usar jogadores como C.J. Miles e Josh Howard (que está fora da temporada) e deixar a 12ª escolha do último draft mofando no banco. Para ser sincero, Burks está se saindo muito melhor do que imaginava na época do recrutamento.


Descendo

Norris Cole (armador, Miami Heat)

Jogos Min. Pts. Reb. Ass. R.B. Erros FG% 3pt.% FT%
47 19.9 7.2 1.5 2.2 0.8 1.6 40.2 29.5 82

Cole é um caso raro: um calouro que alcança seu auge nos primeiros 15 jogos da temporada. O início da carreira profissional do armador foi espetacular, com uma postura agressiva e até decidindo partidas para o Miami Heat. Desde então, sua produção só cai. E isso porque ele é um jogador que funciona muito melhor como “a novidade” do que “o cara que te ajuda toda a noite”. É um novato de lampejos, não de regularidade, que parece ter gastado todos os seus “brilharecos” cedo demais.

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Com o tempo, a agressividade “exagerada” de Cole foi se convertendo em erros de ataque e arremessos precipitados. A proporção de 1.37 assistências por desperdícios de bola é a 14ª melhor entre todos os armadores estreantes da liga – e a pior entre todos os armadores no TOP 20 do ranking. E, quando dissecamos a natureza de seus arremessos, as coisas não melhoram: apesar de somente 35% deles acontecerem próximos da cesta quase 70% são realizados nos primeiros 14 segundos de posse de bola. Em vista disso, seu baixo índice de acerto nos arremessos (40.2% de quadra, 29.5% para três pontos) não é uma surpresa.


Relatório da D-League

Cory Joseph (armador, San Antonio Spurs / Austin Toros)

Jogos Min. Pts. Reb. Ass. R.B. Erros FG% 3pt.% FT%
9 32.0 13.6 5.1 5.2 1.4 1.4 41.8 30 95.2

O San Antonio Spurs não selecionou Cory Joseph no fim da primeira rodada do último draft pensando em resultados imediatos. Na verdade, ele parece ser um projeto para, em longo prazo, substituir George Hill (trocado com o Pacers pelos direitos de Kawhi Leonard). A D-League era algo esperado para o novato e suas boas atuações são até mais do que o time texano esperava neste momento.

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Embora siga um arremessador no máximo razoável (como Hill também era nos tempos de novato) e sua tomada de decisões ainda precise de amadurecimento, dois aspectos positivos são evidentes em suas performances: a média de 5.1 rebotes por jogo coloca-o entre os 20 melhores guards (os chamados PGs e SGs) da D-League, enquanto o impressionante índice de 3.71 assistências por erro de ataque é um dos cinco melhores da competição.

É provável que o julgamento sobre essa escolha só aconteça dentro de uns dois anos, mas, até o momento, tudo aponta que o Spurs tem uma boa chance de ter acertado. Denovo.


Vernon Macklin (pivô, Detroit Pistons / Fort Wayne Mad Ants)

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Jogos Min. Pts. Reb. Ass. Tocos Erros FG% 3pt.% FT%
 5 35.6 16.6 17.2 2.4 1.2 3.8 53 50

Na segunda edição do ranking, eu citei como o fato de ter um corpo preparado para o basquete profissional é um diferencial na posição de pivô. Diferente de Greg Smith, Vernon Macklin foi selecionado no draft (52ª posição). Assim como Smith, seu físico e potencial atlético para bater de frente com garrafões “adultos” faz estragos na D-League. Embora não seja primoroso em nenhum dos dois lados da quadra, ele é um jogador forte com algumas características simples, mas que já o fazem melhores do que uma série de jogadores da posição que atuam na NBA.

Primeiramente, sua média de 17.2 rebotes por jogo é absurda até mesmo para os padrões da Liga de Desenvolvimento. É um número sensacional mesmo com o baixo número de jogos disputados e uma prova de como Macklin utiliza seus braços longos com eficiência dentro do garrafão (especialmente, no lado defensivo). Ofensivamente, embora suas várias limitações realmente saltem aos olhos – ele é um jogador pouco polido em geral, que desperdiça bolas compulsivamente e não tem arremesso –, o pivô tem algo que muitos profissionais atuais “matariam” para ter: um go-to-move, uma bola de segurança. Seu gancho com a mão direita funcionou em nível universitário e continua a ser difícil de ser defendido na D-League graças à combinação de envergadura e precisão acumulada com o tempo/prática.

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Se Macklin conseguir converter um pouco de sua eficiência habitual da Liga de Desenvolvimento para a NBA, ele está apenas no início de uma longa carreira.


UMA SEGUNDA OPINIÃO…

Ramon Sessions (armador do Los Angeles Lakers, ex-Cavs) sobre Kyrie Irving:

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“Ele é definitivamente pra valer. Kyrie veio para a NBA disposto a aprender e está mostrando do que é capaz em quadra. Ele vai jogar muito bem na liga por muito tempo ainda”.

John Hollinger (ESPN) sobre Tristan Thompson:

“Thompson tem muito a oferecer e é muito jovem, mas uma coisa que me incomoda nele é como finaliza mal. Ele leva segundos para parar e preparar o ataque, o que faz com que perca várias bolas. Além disso, não sabe arremessar. Tristan tem todos os outros atributos, mas é um projeto de longo prazo”.

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David Thorpe (ESPN, diretor do Pro Training Center) sobre Bismack Biyombo:

“Biyombo será muito melhor quanto mais amadurecer e aprender sobre o jogo na NBA. Ele não é uma certeza como titular na carreira – não sem um bom treinador –, mas deverá ser um coadjuvante útil mesmo que não evolua, continue como está (o que é muito improvável)”.

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Bill Ingram (Hoopsworld) sobre MarShon Brooks:

“Eu gosto muito do seu jogo. Ele tem potencial para ser um futuro astro do Nets. Acho que, mesmo sem Dwight Howard, se New Jersey conseguir manter Deron Williams, eles têm um bom futuro pela frente”.

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