Ranking dos Novatos 2012-13 – Primeiro mês

Bem-vindos ao quarto ano do Ranking dos Novatos Jumper Brasil. Para quem ainda não conhece, este é um artigo especial mensal em que trazemos uma visão abrangente sobre o rendimento dos jogadores que fazem sua estreia na NBA. Por isso, aqui você não vai encontrar somente a lista propriamente dita, mas também avaliações técnicas e/ou […]

Fonte:

Bem-vindos ao quarto ano do Ranking dos Novatos Jumper Brasil.

Para quem ainda não conhece, este é um artigo especial mensal em que trazemos uma visão abrangente sobre o rendimento dos jogadores que fazem sua estreia na NBA. Por isso, aqui você não vai encontrar somente a lista propriamente dita, mas também avaliações técnicas e/ou estatísticas detalhadas de vários novatos da liga – dos mais ao menos destacados. O objetivo é criar para o leitor do site (mais do que um ranking) o mais completo guia de acompanhamento da turma de calouros da temporada 2011-12.

Eu – Ricardo Stabolito – sou o criador desta coluna e vou seguir no comando do espaço por mais um ano. Para construir o que vocês vão poder ler a seguir, assisto a três jogos (no mínimo) dos mais relevantes calouros da turma. Geralmente, vejo até mais. A verdade é que vira um costume, quase uma fixação. Assim, “ao lado” dos números, posso falar sobre o comportamento dentro de quadra e estilo de jogo dos estreantes.

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Como vocês podem perceber, este artigo sai com um habitual atraso. De uma forma geral, de sete a dez dias depois do fim do período que estudo. Isso porque é um trabalho gigantesco e não temos dedicação exclusiva ao site, cada um de nós tem suas vidas e o dia não estica para ninguém.

Nem todos vão concordar com as posições. Listas são subjetivas por natureza e as opiniões contrárias ajudam a aprimorar minhas observações nos meses seguintes. Além do mais, as posições não são o mais importante. O que realmente importa é a análise dos atletas.

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O primeiro troféu de calouro do ano foi concedido ao ala-pivô Dan Maineke (do Fort Wayne Pistons) por seu desempenho na temporada 1952-53. Lá se vão 60 anos de entrega da honraria e 63 vencedores (em três oportunidades, tivemos dois premiados). É uma história longa e cheia de nomes importantes. Não vou falar todos aqui porque, como você deve imaginar, leva um tempo e está disponível para qualquer um no site da NBA ou wikipedia.

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Provavelmente, o que importa mais aqui é saber o que os vencedores do calouro do ano produzem durante a carreira. Se somarmos as conquistas dos 63 atletas agraciados com o troféu Eddie Gottlieb, temos:

330 convocações para o Jogo das Estrelas (5.23 em média)

128 indicações para o quinteto ideal da temporada (2.03)

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80 indicações para o segundo quinteto ideal (1.26)

58 anéis de campeão da NBA (0.92)

34 prêmios de MVP da temporada (0.53)

23 integrantes do Hall da Fama (36.5% dos jogadores)

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No entanto, adicionar os 63 atletas na conta é uma injustiça. Afinal, Kyrie Irving venceu o prêmio de melhor estreante e só teve uma temporada na NBA para conquistar as metas colocadas anteriormente. Então, agora, vou restringir o levantamento somente aos 44 jogadores que já estão aposentados. Lógico, o número de integrantes do Hall da Fama continua o mesmo – então, já se pode concluir, mais da metade deles estão lá. Nos outros quesitos, temos:

242 convocações para o Jogo das Estrelas (5.5 em média)

92 indicações para o quinteto ideal da temporada (2.09)

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57 indicações para o segundo quinteto ideal (1.29)

49 anéis de campeão da NBA (1.11)

27 prêmios de MVP da temporada (0.61)

Apenas cinco jogadores receberam o prêmio de novato de ano e, no decorrer da carreira, não conseguiram alcançar nenhum dos seis “objetivos” que citamos aqui: Maineke (53), Ernie DiGregorio (1974), Darrell Griffith (1981), Chuck Person (1987) e Damon Stoudamire (1996). Ou seja, não se revelaram mais do que atletas sólidos na NBA. Por outro lado, nove vencedores do passado conseguiram cumprir tudo: presença no Jogo das Estrelas, indicação para o primeiro e segundo quintetos ideais da temporada, prêmio de MVP, anel de campeão e inclusão no Hall da Fama. Aqui estão eles:

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Ano

Jogador

Jogo das Estrelas

Primeiro time

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Segundo time

MVP

Títulos

Hall da Fama

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1955

Bob Pettit

11

10

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1

2

1

Sim

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1960

Wilt Chamberlain

13

7

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3

4

2

Sim

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1961

Oscar Robertson

12

9

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2

1

1

Sim

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1965

Willis Reed

7

1

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4

1

2

Sim

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1970

Kareem Abdul-Jabbar

19

10

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5

6

6

Sim

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1973

Bob McAdoo

5

1

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1

1

2

Sim

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1980

Larry Bird

12

9

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1

3

3

Sim

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1985

Michael Jordan

14

10

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1

5

6

Sim

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1990

David Robinson

10

4

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2

1

2

Sim

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Três jogadores, dois ainda em atividade, só dependem da inclusão no Hall da Fama. Pelos nomes, eu não preciso dizer que é apenas questão de tempo para que integrem o grupo dos nove citados anteriormente.

Ano

Jogador

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Jogo das Estrelas

Primeiro time

Segundo time

MVP

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Títulos

Hall da Fama

1992

Shaquille O’Neal

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15

8

2

1

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4

Não

1998

Tim Duncan

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13

9

3

2

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4

Não

2004

LeBron James

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8

6

2

3

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1

Não

Bem, depois de passarmos por todos esses números, vamos à primeira edição do Ranking dos Novatos Jumper Brasil, que analisa o desempenho dos estreantes da liga no período entre 30 de outubro e 30 de novembro.  

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1. Damian Lillard (armador, Portland Trail Blazers)

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40.9

84.5

Já falei sobre algumas das minhas impressões sobre Damian Lillard durante a edição 82 do Overtime. Então, é possível que eu vá repetir muita coisa do que disse naquela época aqui.

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No processo pré-draft, a grande dúvida que se levantava em relação a Lillard dizia respeito a sua capacidade de organizar um time, ser um legítimo armador. Neste sentido, seu primeiro mês foi uma resposta contundente aos céticos. Apesar de ofensivamente versátil e bastante atlético, o novato provou saber dosar seu ímpeto no ataque e estar disposto a passar a bola, diferente da função que exercia em Weber State.

Lillard possui paciência em quadra, algo que muitos calouros com seus atributos e arsenal não costumam ter. Ao invés de atacar o primeiro minúsculo que surge a sua frente ou arremessar simplesmente por estar confiante, ele prioriza o envolvimento e aguarda a movimentação dos companheiros – Wesley Matthews sair de bloqueios e LaMarcus Aldridge estabelecer posição próximo ao garrafão, por exemplo. Assim, temos um armador que pode puxar o ritmo do jogo, mas não vive de puxar o ritmo para ser eficiente. Essa postura é ainda mais impressionante quando lembramos quão bom arremessador é o jovem: acerta mais de 40% dos arremessos de longa distância e 52% dos de média distância. Um novato menos consciente iria abusar deste recurso com uma seleção de chutes bem mais problemática.

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Seus 3.2 erros de ataque por jogo são um problema, mas é o preço a se pagar por ter a bola nas mãos de um calouro por tanto tempo. Ele vai errar, mas também vai aprender. A história deste artigo me diz que os desperdícios de armadores estreantes caem mês a mês. Com Lillard, não deverá ser diferente – mesmo que as defesas estejam mais atentas a ele. Lembre-se: ele possui 15 partidas como profissional. Só está engatinhando.

 

2. Michael Kidd-Gilchrist (ala, Charlotte Bobcats)

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50

77.4

É impossível apontar um fator para a melhora drástica do Charlotte Bobcats neste primeiro mês de temporada. Michael Kidd-Gilchrist não é o fator da virada, mas é certamente um deles. A verdade é que números raramente conseguem captar a total dimensão do seu impacto em um jogo. Ele pode não ser o jogador mais forte ou rápido em quadra, mas sua vontade e espírito competitivo fazem com que seja um motor que nunca para diante do desafio.

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Acho que nem preciso dizer que o Bobcats é uma equipe muito melhor quando Kidd-Gilchrist está em quadra. Ele luta por posses, briga por cada bola e não foge do jogo físico. Seu impacto pode ser visto, por exemplo, nos rebotes: trata-se de um especialista em “quebrar bloqueios” com sua envergadura, utilizando seus longos braços para alcançar espaços que, na teoria, estariam protegidos pelos oponentes. O ala pega (ótimos) 12.9% dos rebotes que acontecem quando está atuando, o que faz dele um dos cinco melhores da posição em toda a NBA.

Seu carro-chefe, a defesa, também não foi abalado pela competição profissional. É provável que ele já seja o melhor defensor de perímetro do elenco de Charlotte, com sua combinação de atributos físico-atléticos, disposição inabalável, leitura de jogo e versatilidade (pode marcar até quatro posições). Não por acaso, o jovem só permite aos adversários pontuar em 37.7% das tentativas. E seus resultados mais satisfatórios se revelam exatamente nas situações individuais, tão comuns na NBA (em isolations, só cede incríveis 0.44 ponto por posse).

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Ainda duvida que o Bobcats é um melhor time com Kidd-Gilchrist em quadra? Então, aqui está o golpe de misericórdia. No período estudado, a equipe teve de sete vitórias e sete derrotas. Mas, por conta dos resultados díspares, seu saldo de pontos é muito baixo: -77. No entanto, quando “MKG” está em quadra, este saldo – acredite – pula para +1.

 

3. Kyle Singler (ala, Detroit Pistons)

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75

A temporada do Pistons pode ser dividida em antes e depois de Kyle Singler virar titular. Sem exageros. Depois de oito derrotas consecutivas, o ala foi efetivado ao quinteto inicial no jogo contra o 76ers, a primeira vitória da campanha. Partindo desta partida, foram cinco vitórias e três reveses para o time comandado por Lawrence Frank. Coincidência? Não. Como Kidd-Gilchrist no Bobcats, Singler faz a equipe de Detroit melhor.

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O motivo para isso é simples: trata-se de um legítimo jogador de basquete em uma liga cheia de atletas. Está provando porque foi o protagonista de um título nacional universitário de Duke e Pablo Laso não queria que fosse embora do Real Madrid. Singler é um desses raríssimos calouros que leem o jogo antes de fazerem algo, joga de cabeça levantada e vendo como a defesa reage ao que faz. Mais do que realizar as jogadas dentro de quadra, o ala consegue identificar a forma mais viável de realizá-las. Por isso, ele toma as decisões certas. Olhe seu aproveitamento nos arremessos. Seus absurdamente altos 1.12 pontos por posse. O fato de sua proporção de erros por minutos (0.030) ser a mais baixa entre os estreantes que jogam 18 minutos ou mais minutos por jogo – e, nas últimas sete temporadas, superada apenas pelos novatos Kawhi Leonard (0.029) e Jamario Moon (0.025).

O resultado disso? Nas oito derrotas inaugurais, o Pistons teve um saldo combinado de -82 pontos. Quando o ala estava em quadra (20 minutos por noite), a defasagem caiu para 34. Após assumir a titularidade, ele passou a atuar cerca de 30 minutos por jogo. A equipe teve saldo de +35 pontos nos confrontos e, no tempo em que esteve em ação, a vantagem combinada elevou-se para +59.

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Singler é um jogador diferente. No melhor sentido da afirmação.

 

4. Andre Drummond (pivô, Detroit Pistons)

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Muito se fala sobre o processo de adaptação dos calouros ao basquete profissional. No caso de pivôs, porém, não é tão raros encontrar atletas que se adaptam e produzem melhor no basquete profissional do que em âmbito universitário. Drummond é um exemplo disso: após temporada sem brilho em Connecticut, ele começou muito bem sua carreira no Pistons. E “espaço” é a palavra-chave aqui. Na NCAA, a linha de três pontos mais próxima da cesta e o maior tempo de posse fazem o jogo ficar muito mais pausado e afunilado. Sem espaço, o novato tinha dificuldades para fazer valer seus atributos físico-atléticos acima da média. Em seu primeiro mês na NBA (pelo menos na defesa), ele tem provado ser o pivô dominante de 2.10m e 125 quilos que só parecia ser em UConn.

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O que realmente salta aos olhos observando Drummond em ação é sua agilidade. Ele é o pivô calouro mais ágil que já vi e sempre parece um passo a frente dos adversários da sua posição – dentro ou fora do garrafão. Sua movimentação lateral faz com que seja um verdadeiro pesadelo em potencial para qualquer adversário: cava faltas de ataque e não mostra qualquer dificuldade saindo das proximidades da cesta para marcar o pick and roll ou até simplesmente acompanhar oponentes mais baixos. Seu impacto também é sentido nos tocos e rebotes. Seus 3.58 tocos por 48 minutos é o 14º melhor índice da liga entre aqueles que atuam 15 ou mais minutos. Além disso, o pivô pega um de cada cinco rebotes que acontecem enquanto está em quadra, maior marca entre os estreantes e uma das dez melhores de toda a NBA.

O tempo de quadra de Drummond cresce semana a semana. Faz sentido: não dá para deixá-lo sentado no banco com o time que Detroit tem. O Pistons buscava um complemento para Greg Monroe e parece ter encontrado com um steal na nona escolha.

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5. Dion Waiters (ala-armador, Cleveland Cavaliers)

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Existe muito para se gostar e odiar em Waiters. Impossível falar em tudo apenas neste texto, então vou tentar resumir ao máximo. Eu adoro a forma agressiva com que o ala-armador atua. Diferente da maioria dos estreantes, ele não ficou intimidado pelo basquete profissional e (desde o primeiro dia) joga com a confiança de quem pertence a esse meio. Sua iniciativa nos dois lados da quadra foi algo que chamou minha atenção de forma instantânea. Visto como um atleta inconsequente que prendia demais a bola em Syracuse, Dion ainda vem se provando um atleta muito seguro e até mais voluntarioso com a bola nas mãos. Neste momento, ele é o segundo novato que menos comete desperdícios por posse de bola (apenas 8.7% das vezes, perdendo só para Jae Crowder). Bônus: ele é o mais próximo de um armador que o Cavs tem desde a lesão de Kyrie Irving, comportando-se como um passador muito mais natural do que recebe crédito.

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Sua eficiência ofensiva é o ponto baixo do seu jogo. Apesar dos 15 pontos por duelo, a seleção de arremessos de Waiters é extremamente problemática. Minha impressão é que ele sempre está buscando a forma mais difícil de pontuar – desequilibrado, saltando para trás, contestado, etc. Eu devo soltar um “não, cara” a cada dois ou três arremessos que tenta, o que se revela ainda mais frustrante porque ele tem sido ótimo convertendo os arremessos livres e equilibrados (1.25 pontos por posse em situações de spot up).

A boa notícia para Cavs e Waiters é que, apesar dos pesares, o time é melhor quando ele está em quadra. Em 10 das 15 partidas disputadas por Cleveland, o saldo da equipe enquanto o ala-armador estava em quadra foi melhor do que o registrado no resultado final. Das cinco vezes em que isso não aconteceu, os números foram iguais em duas. A campanha da franquia no período foi de três vitórias e 12 derrotas, mas, se pegássemos só os resultados enquanto o calouro esteve em quadra, a campanha seria de sete vitórias e oito derrotas.

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6. Harrison Barnes (ala-armador, Golden State Warriors)

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Barnes foi uma boa escolha para o Warriors, mas não é um encaixe perfeito para o que esse time já tem no perímetro. O elenco já está cheio de arremessadores (dois no quinteto titular) e precisava de alguém que pudesse atacar a cesta. O ala pode fazer isso, mas não é o melhor do seu arsenal. Seu controle de bola não é excelente e, embora alto e mais atlético do que recebe crédito, ele é leve e não é um grande finalizador. Ou seja, Harrison tem espaço para atacar – e faz um ótimo trabalho, por sinal, usando sua altura para pontuar de costas para a cesta em adversários mais baixos (1.04 pontos por posse em situações de post ups) –, mas tem problemas se bater para dentro e encontrar um pivô forte e/ou com braços longos. Um calouro ser produtivo atuando fora de suas características, pelo time, é digno de parabéns.

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Tirando isso, há uma coisa que realmente gosto e outra que realmente me preocupa no ala. O que me preocupa é a defesa. Ele sempre foi um bom marcador, mas está tendo problemas na NBA. Nos jogos que vi, Barnes simplesmente pareceu perdido em vários momentos. Não é uma questão técnica, mas de compreensão: a movimentação de bola dos adversários “mata” o ala. Constantemente, ele acaba sendo pego mal posicionado. Pensei que fosse alguns jogos ruins, mas os números não ajudam: ele cede 1.01 ponto por posse do oponente, com 44% de aproveitamento nos arremessos de quadra e quase 46% para três pontos.

O que gosto é a tomada de decisões dele dentro de quadra. Harrison corre poucos riscos, toma boas decisões e entende seu papel na equipe em que joga (onde costuma ser, no máximo, a terceira opção ofensiva). Diferente de Waiters, é difícil vê-lo arremessando uma bola marcado ou atacando a cesta fechado por dois marcadores. Isso esbarra em uma eventual falta de atitude, mas é um sinal que vejo com bons olhos. Em uma franquia que briga por playoffs pela primeira vez em muito tempo, ser discreto é melhor do que parecer um maluco.

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7. Anthony Davis (ala-pivô, New Orleans Hornets)

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Davis é um caso complicado para mim: por conta de suas contusões, só conseguir assistir a um jogo e meio deste mês. Para piorar ainda mais, a partida completa que acompanhei foi, provavelmente, sua pior atuação na NBA: contra o Thunder, quando foi engolido por Serge Ibaka. Caso saia do estaleiro, é um candidato (talvez, o favorito) ao prêmio. Até agora, lá vai…

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Monty Williams é um ótimo treinador e fez o seu dever de casa, conhece o calouro talentoso que tem em mãos. Em novembro, ele preferiu colocar Davis para jogar aberto (em vários momentos, até mesmo na posição três) do que no garrafão, como se imaginava que um ala-pivô com seus recursos fosse atuar. E posso identificar duas razões para isso:

1. Colocando o novato no perímetro, o técnico pode explorar sua versatilidade – algo que John Calipari não fez, por exemplo, em Kentucky. Não é todo o dia que você possui um ala-pivô que arremessa, passa e se move como um armador. Este é um bônus para a ofensiva do Hornets, que ganha um “leque” de possibilidades. Sua altura é uma clara vantagem sobre jogadores de perímetro, permitindo arremessar sem incômodos (o que causa, aqui e ali, seleção ruim) e “ver” a quadra sem obstáculos. Se um homem de garrafão sai para defendê-lo, Davis é mais veloz, ágil e quase imparável em movimento. Resultado? 1.09 pontos por posse.

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2. Afastá-lo do garrafão é medida preventiva. Davis bloqueia 2.2 arremessos, maior marca da turma e uma das dez melhores da NBA, mas não consegue manter posição no garrafão. Não foi raro vê-lo sendo vencido por pivôs mais fortes no jogo físico nas partidas que vi – inclusive, em dois momentos, sendo literalmente derrubado. Ele precisa “encorpar”. O calouro cede um ponto por posse defendendo de costas para a cesta (post ups), índice alto até para um novato.

Para fechar com algo positivo, observe os rebotes: Davis é eficiente atacando o garrafão atrás de rebotes ofensivos, uma das habilidades que melhor se traduzem do basquete universitário para a NBA. Sua marca de 3.3 rebotes de ataque está no TOP15 da liga e o ala-pivô consegue absurdos 1.87 pontos após tais situações (muitos, em enterradas sensacionais).

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8. Alexey Shved (armador, Minnesota Timberwolves)

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Shved é um dos mais talentosos jogadores europeus que vi nos cinco anos que comento draft para o site. Considero que deveria ter sido escolhido de primeira rodada de recrutamento. Não vou dizer se estava certo ou errado porque seria pretensão. O que posso dizer é que, na ausência de Ricky Rubio, ele foi o mais próximo que o Twolves teve de um armador de ofício.

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O russo, responsável por 40% das assistências do time enquanto está em quadra, costuma adotar uma postura agressiva em relação à cesta, mas nunca ataca de cabeça baixa e está atento aos companheiros que surgem livres no perímetro por conta de suas investidas. Não por acaso, mais de 60% dos passes decisivos que distribui são para arremessos de média e longa distância. A média de 3.6 assistências é mais impressionante do que aparenta pelo fato de, na maior parte do tempo, ele não é o jogador que atua com a bola nas mãos (Luke Ridnour e J.J. Barea o fazem, enquanto ele preenche a posição dois).

Por outro lado, apesar dos dez pontos por jogo, o aproveitamento de Shved nos arremessos é muito ruim. E, como de costume, a razão é a seleção de chutes. Não é raro vê-lo tentando arremessos contestados (em especial, para três pontos) ou desequilibrados sem motivo, o que compromete sua eficiência. Isso sem contar que sua facilidade para atacar a cesta é “minada” pelos problemas finalizando contra pivôs mais fortes e atléticos, onde compromete sua condição física (corpo franzino, braços não muito longos). 

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Uma surpresa que os números dizem sobre Shved é sua eficiência como defensor. Apontado como seu grande problema como prospecto, ele vem cedendo decentes 0.82 ponto por posse – índice melhor do que Lillard (0.89), Brian Roberts (0.92) e Austin Rivers (0.96). Ele ainda fica preso em bloqueios (não por acaso, seus piores números defensivos estão em situações de pick and roll), mas é mais alto do que a maioria dos oponentes, tem bons instintos para saber quando ser mais combativo e sempre está disposto a, no mínimo, contestar arremessos. 

 

9. Jonas Valanciunas (pivô, Toronto Raptors)

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Observar Valanciunas jogando nos dois lados da quadra é como ver dois jogadores diferentes em ação. E, curiosamente, é uma inversão do que muitos previam: o lituano tem mostrado um arsenal ofensivo mais vasto do que se esperava, mas ainda não “se encontrou” na defesa.

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Valanciunas não é um pivô refinado ofensivamente. Ainda não. Ao mesmo tempo em que faz o “básico” com eficiência, ele mostra alguns sinais bastante promissores. Desde o primeiro jogo, o europeu vem utilizando ganchos – geralmente, com a mão esquerda – difíceis de marcar por seus braços longos. Além disso, seu arremesso de curta e média distância é ótimo (mecânica com alto ponto de chute, quase impossível de bloquear), algo que não fazia com frequência e eficiência até o primeiro semestre. Finalizando próximo da cesta, ele continua tão bom quanto demonstrava – como indica, por exemplo, os mais de 70% de conversão pós-rebote ofensivo.

Na defesa, a coisa muda de figura. Ele permite quase um ponto por posse aos adversários e força erros em menos de 4% das vezes em que é atacado. Muito disso vem do corpo ainda franzino (que prejudica sua capacidade de estabelecer espaço próximo do garrafão) e a falta de agressividade, permitindo ao oponente operar sem ser incomodado. Além disso, é fácil cavar faltas em cima de Valanciunas (comete 3.1 por partida, maior média da turma) porque ele ainda não entende totalmente as limitações de contato da NBA em relação ao basquete europeu. Não foi surpresa vê-lo frustrado no início da campanha com certas marcações que não compreendia. No entanto, vale citar, ele tem melhorado neste quesito nos últimos jogos.

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Menos faltas significa mais tempo de quadra.

 

10. Brian Roberts (armador, New Orleans Hornets)

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Precisei assistir a vários jogos do Hornets com o objetivo de acompanhar Davis e Austin Rivers para finalmente começar a prestar atenção em Brian Roberts, um formando da Universidade de Dayton que jogou três temporadas na Alemanha antes de ter sua chance na NBA. Uma chance que, por sinal, aproveita muito bem. Ele não é um armador puro – com inspirada visão de jogo, leitura do jogo – ou possui condição atlética fantástica, mas é um jogador com total consciência de suas limitações e instintos bem apurados dentro de quadra. Mais um exemplo (Singler, Shved) de que o basquete europeu pode ser um bom “estágio” para talentos da NBA.

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Resumindo, Roberts é um armador que ganha espaço no Hornets por não querer ser mais do que é – um problema comum entre calouros. Ele não vai te dar cinco ou seis passes decisivos por noite, mas é um passador seguro e não prende a bola. Sua proporção de 2.18 assistências por desperdícios (mesmo com apenas 2.4 assistências em média) dá noção de sua postura em quadra. Ele não é o tipo de jogador que vai conseguir seus pontos no um contra um (acumula fraquíssimos 0.39 pontos por posse em isolations), mas é uma válvula de escape eficiente ao ataque como arremessador, mostrando excelente mecânica (rápida, com ponto alto de tiro) e aproveitamentos de um verdadeiro especialista, como o quadro mostra.

Aos 26 anos, é complicado imaginar que Roberts vá ser mais do que um bom reserva na NBA. Mas isso não é demérito algum. Ele chegou ao ponto máximo do basquete pelo caminho mais longo e difícil. Isso é um feito.

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COMPLETANDO O TOP 20 (em ordem alfabética):

Andrew Nicholson (ala-pivô, Orlando Magic)

Bradley Beal (ala-armador, Washington Wizards)

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Festus Ezeli (pivô, Golden State Warriors)

Jae Crowder (ala, Dallas Mavericks)

Jared Sullinger (ala-pivô, Boston Celtics)

Jeff Taylor (ala, Charlotte Bobcats)

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Meyers Leonard (pivô, Portland Trail Blazers)

Moe Harkless (ala, Orlando Magic)

Pablo Prigioni (armador, New York Knicks)

Tyler Zeller (pivô, Cleveland Cavaliers)

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FORA DO RANKING

EM ALTA

Bernard James (pivô, Dallas Mavericks)

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4.1

3.8

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0.6

53.1

68.2

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James foi a grande história do draft de 2012: um sargento de 27 anos que serviu a Força Aérea em ações no Iraque, Kuwait e Qatar. Sua trajetória era inspiradora para os norte-americanos e, ao ser selecionado na 33ª posição do recrutamento, foi aplaudido por todos os presentes. Final feliz? Não, era só o começo. Agora, o pivô teria que encarar o péssimo retrospecto de calouros na faixa dos 27-30 anos na liga para provar que merecia jogar no mais alto nível do basquete mundial. A julgar pelo primeiro mês de ação, James tem espaço.

É lógico que não é um astro. No entanto, nos 12 jogos que fez até agora, ele mostrou potencial para ser um especialista defensivo com sólida carreira na NBA. Um bom reserva. E a principal razão para isso é a fluidez com que se movimenta: basta assisti-lo em umas três jogadas para perceber que sua agilidade está (muito) acima da média de alguém de 2.10m. Mais importante, o pivô sabe usar essa vantagem no confronto direto com jogadores da posição. Seus números defensivos comprovam: James permite só 0.73 pontos por posse de bola aos oponentes (33.3% de acerto nos arremessos de quadra).

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Além disso, o sargento não decepciona nos tocos e rebotes. Ele é um dos sete calouros a terem média de – no mínimo – um toco por partida. Dentre os sete, é o único que atua menos de 15 minutos por noite. Além disso, pega 16.7% dos rebotes que acontecem enquanto está em quadra (terceiro maior índice entre os estreantes). Não por acaso, o treinador Rick Carlisle vem aumentando sua participação na rotação. Neste momento, ele merece jogar.

 

EM BAIXA

Austin Rivers (ala-armador, New Orleans Hornets)

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Jogos

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Ass.

R.B.

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1.6

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36

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Acho que Rivers melhorou nas duas últimas semanas. É difícil de acreditar vendo os números, mas eu acho. Ele está forçando menos arremessos e passando mais a bola, como prova suas 2.0 assistências por desperdício (em Duke, por exemplo, fazia 0.9). Isso é bom, mas sejamos realistas: Rivers é um scorer e vai ser a capacidade de pontuação que definirá seu sucesso no basquete profissional. Neste sentido, é simplesmente complicado defendê-lo.

Para começar, Rivers é superado por 18 dos 20 integrantes desta edição do ranking em pontos por minutos – seus 0.248 só passam Pablo Prigioni e Festus Ezeli. Isso não surpreende quando somos apresentados ao seu baixíssimo aproveitamento nos arremessos de quadra (31.9%) ou pífio índice de pontos por posse (0.68). Assistindo às partidas do ala-armador, é fácil entender como ele chegou a essa pilha de números ruins: mais do que sua seleção de arremessos ser problemática (o que, na verdade, sempre foi), sua capacidade de criar o próprio arremesso é severamente abalada quando oposta por competição profissional.

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Embora fosse um prospecto muito badalado, Rivers nunca teve condição atlética de ponta e está sofrendo para impor seus recursos diante de defensores mais altos, longos e fortes. Na NBA, sua capacidade de driblar adversários deste porte e criar separação ficam expostas. No fim das contas, ele não pontua e não cava faltas (vem batendo 2.5 lances livres por jogo contra quase seis na NCAA). Está claro que o ala-armador moldou seu jogo tendo como “inspirações” jogadores como Kobe e Jordan, mas não possui os atributos atléticos de ambos. Isso cobra seu preço agora e ele vai precisar de tempo para se adaptar.

 

RELATÓRIO DA D-LEAGUE

Scott Machado (armador, Houston Rockets / Rio Grande Valley Vipers)

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Jogos

Min.

Pts.

Reb.

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Ass.

R.B.

Erros

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2

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16.0

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5.0

37.0

11.1

91.7

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Eu vou ser bem direto: o nível técnico da D-League aumentou consideravelmente nos últimos anos, mas o jogo em si continua sendo arcaico. Muita correria e individualidade. A maior parte dos jogadores está mais comprometida em mostrar o que sabe (pensando em serem chamados pela NBA) do que com a vitória. Incluir Scott Machado neste cenário foi interessante porque, em muitos momentos (eu vi somente um dos duelos), permitiu ver uma nova faceta de seu jogo: acostumado a acelerar as ações em IONA, o armador teve que desacelerar um pouco o ritmo e tentar dar algum tipo de organização ao Vipers.

Ao mesmo tempo em que isso mostra uma qualidade importante do armador anglo-brasileiro, também acaba por limitá-lo um pouco. Machado produz melhor em transição. Ao parar mais o jogo, ele teve um ou outro momento de criatividade como passador, mas também forçou alguns passes complicados. Suas oito assistências para sete desperdícios dão um pouco da dimensão da situação. Como defensor, eu não tiro conclusões com base na D-League porque, sendo sincero, raramente se marca alguma coisa por lá.

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Ofensivamente, pontos positivos e negativos a se destacar. Seu arremesso não esteve na melhor forma nesta passagem pela D-League, como o aproveitamento indica. Em determinado momento da partida, Machado até mandou um air ball em um chute de três precipitado que diz um pouco sobre sua seleção de arremessos, que pode ser melhor. No entanto, ele mostrou-se bem mais eficiente do que esperava atacando a cesta: não teve problemas batendo defensores (geralmente) mais atléticos e cobrou 12 lances livres naas duas partidas. Lances livres são bons porque são pontos fáceis – em especial, quando se acerta mais de 90% deles em média. 

 

UMA SEGUNDA OPINIÃO…

Scott Brooks (técnico do Oklahoma City Thunder) sobre Anthony Davis:

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“Ele é um desses novatos que não jogam como um novato. É equilibrado e tem uma boa postura, presença. Simplesmente sabe onde deve estar dentro de quadra”.

Steve Kyler (Hoopsworld) sobre Michael Kidd-Gilchrist:

“Michael tem um estilo muito similar ao de Scottie Pippen. Pode fazer muitas coisas em quadra. Ele não é o cara que vai dominar um jogo, mas é sólido em diversas áreas e completa muito bem Kemba Walker”.

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Michael Wallace (ESPN) sobre Harrison Barnes:

“Eu adoro seu tamanho, capacidade de arremessar e condição atlética, mas precisa de um pouco mais de ‘instinto assassino’. Ele me lembra de Rudy Gay em mais de um aspecto. Não há nada que eu não goste em relação ao seu potencial e habilidade”.

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Jonathan Givony (DraftExpress) sobre Austin Rivers:

“Austin Rivers começou bem mal na Universidade de Duke também. Sua condição atlética é mediana e ele precisa muito da bola nas mãos. Este estilo de jogo demanda tempo para se traduzir na NBA”.

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David Thorpe (ESPN) sobre Brian Roberts:

“Eu treinei Roberts por oito semanas quando ele saiu da universidade e algumas outras no verão seguinte. Ele sempre pareceu um jogador de NBA para mim. Tem velocidade, joga duro e arremessa muito bem. A passagem pela Europa só ajudou a desenvolver seu jogo”.

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Legenda:

Min. – Minutos

Pts. – Pontos

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Reb. – Rebotes

Ass. – Assistências

R.B – Roubos de bola

FG% – Porcentagem de aproveitamento de arremessos de quadra

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3pt.% – Porcentagem de aproveitamento de arremessos de três pontos

FT% – Porcentagem de aproveitamento de lances livres

  

Fontes estatísticas: NBA, ESPN, 82 games, Synergy Sports.

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