Quem quer enfrentar o Warriors?

Ricardo Romanelli fala sobre o sucesso recente do Warriors e suas perspectivas em um competitivo Oeste

Fonte: Ricardo Romanelli fala sobre o sucesso recente do Warriors e suas perspectivas em um competitivo Oeste

Por Ricardo Romanelli

Quase todos os anos, surge um time que não é um dos favoritos ao título, mas, com certeza, nenhum dos principais candidatos a vencer o campeonato deseja enfrentar nos playoffs. Na atual temporada, acredito que a equipe que se encaixa nesta descrição é o Golden State Warriors.

Formado por uma combinação de jovens armadores e pivôs mais experientes, o time comandando por Mark Jackson acaba de emplacar uma série de dez vitórias seguidas – terminou contra o Nets, fora de casa, na última quarta –, a maior em 40 anos da franquia.

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Esta série invicta vem apoiada em diversos fatores que explicam o sucesso do Warriors, mas o maior deles talvez seja o poderio ofensivo de Stephen Curry –evidenciado não apenas na pontuação, como também na criação de jogadas. O armador sempre foi um jogador diferenciado, mas, nesta temporada, vem calando os críticos exibindo sua qualidade como passador. Além dos 23 pontos, ele fica atrás apenas de Chris Paul no quesito assistências (9.6 por jogo). Belo número para quem, no passado, foi taxado de “fominha” ou simplesmente um arremessador.

Esta mudança de postura se explica pela tutela de Mark Jackson. O treinador, que chegou em 2011 ao time, foi armador durante sua carreira na NBA. Não um dos mais brilhantes, é verdade, mas foi titular em quase todas as equipes que passou e sempre buscou envolver seus companheiros de equipe. É essa mentalidade que ele conseguiu que Stephen Curry assimilasse, tornando o jovem armador no grande jogador que é hoje.

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Além disso, também deve-se apontar o sucesso do garrafão do Warriors. David Lee e Andrew Bogut são o complemento perfeito um do outro. Lee tem ótimo jogo ofensivo de frente para a cesta, corre muito bem a quadra e dá algumas assistências direto do low-post, dando ao Warriors uma excelente segunda opção, diferenciada, de iniciação de jogadas. Por sua vez, Bogut é um excelente defensor, com boa noção de jogo e de espaçamento, que sabe cobrir os espaços vazios na quadra, especialmente aqueles deixados por Lee. Tem um jogo razoável de costas para a cesta e é a âncora de um sistema defensivo mais eficiente do que se poderia imaginar. Ambos também são grandes reboteiros, figurando entre os líderes da liga.

Os jogadores de perímetro também são uma atração a parte. Klay Thompson, que disputa sua terceira temporada na NBA, se firmou como grande pontuador. Beirando os 20 pontos de média por partida, o ala-armador compõe o equilibrado ataque do Warriors, que tem Curry, Lee e ele próprio como principais expoentes. Não é um atleta brilhante na defesa, mas nem de longe compromete o time.

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Quem carrega a defesa do perímetro é o experiente Andre Iguodala, principal contratação do time no último período de férias, e grande “coringa” de Mark Jackson em quadra. Iguodala sempre foi um jogador versátil, que sabe infiltrar e também se garante com seu arremesso. Bom defensor que corre bem a quadra e sabe carregar a bola caso necessário – o que tem feito ainda mais constantemente neste ano. Após nove anos de NBA, não vive sua melhor fase estatística, mas, tarimbado, é um jogador imprescindível no atual esquema do Warriors: é o homem que dá segurança ao perímetro formado pelos jovens Curry e Thompson.

O time tem excelente relação ataque/defesa. Com aproximadamente 104 pontos de média, o ataque é o nono melhor da liga, ao passo que a defesa, que concede aproximadamente 98 pontos por jogo, é a 10ª melhor da NBA. Por isso, se existe uma palavra que define bem o Warriors, é o equilíbrio. Equilíbrio entre ataque e defesa, entre perímetro e garrafão, entre juventude e experiência, entre intensidade e frieza.

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Numa conferência com equipes badaladas e candidatos a MVP (Oklahoma City Thunder, San Antonio Spurs, Houston Rockets, Los Angeles Clippers, e até a surpresa Portland Trail Blazers), é verdade que quase ninguém acredita em chances de título para a equipe de Oakland. Mas também é fato que, hoje, nenhum dos favoritos a chegar às Finais quer cruzar com uma equipe tão motivada, balanceada e eficiente em uma das etapas iniciais dos playoffs.

É justamente esta posição que coloca o Warriors em situação única na NBA: ninguém espera que cheguem às Finais, mas quem vai ficar verdadeiramente surpreso caso cheguem?

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