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Como foi grande o Portland Trail Blazers nesta temporada! Pessoalmente, jamais imaginaria que em maio, estaria escrevendo sobre o time nas semifinais da NBA. Não depois de ver LaMarcus Aldridge, Nicolas Batum, Wesley Matthews, Arron Afflalo, e Robin Lopez, indo embora. Não depois de ver o time perder nove dos primeiros 13 jogos da temporada. Mas o Blazers surpreendeu. Como Capitão Nascimento diria, caiu para cima.
Chegou até onde dava. Superar o Golden State Warriors, os atuais campeões, era impensado. Mas também era em outubro. Então, por que não? Fez frente ao time californiano em quase todos os jogos da série e por pouco não garantiu duas vitórias. É digno de aplaudir de pé.
O Blazers teve o sexto melhor ataque (105.1 pontos), o quarto melhor aproveitamento em arremessos de três (37%) e o quinto melhor em rebotes (45.5).
É claro que era esperado Damian Lillard ter os números que atingiu. Todo mundo sabia de suas qualidades e de seu potencial. Não ter ido ao Jogo das Estrelas foi quase um crime. Deixa os playoffs após fazer ao menos 30 pontos em três das cinco partidas contra o Warriors. Jamais fez menos de 25 na série.
Olha o quanto C.J. McCollum foi importante. Era um reserva, que pouco produzia. Tornou-se o atleta que mais evoluiu em 2015-16. De um ano para o outro, partiu de 6.8 pontos em 2014-15 para 20.8 nesta, com 41.7% de aproveitamento em três pontos.
Nome por nome, o Blazers não assustava ninguém antes do início desta temporada. Tanto que Adam Silver, comissário da liga, elogiou a franquia por não fazer o tank que muitos temiam. Nem a direção acreditava ter ali um grupo competitivo.
O trabalho feito por Terry Stotts no comando da equipe é algo para ficar na memória por muitos anos. Que me perdoem os torcedores do Warriors, mas o prêmio de melhor treinador poderia muito bem ser dele, apesar de eu ter votado em Gregg Popovich. Deu Steve Kerr, também com justiça.
Quando um time perde tantos jogadores importantes de um ano para o outro, nem o torcedor mais fanático acredita em uma campanha tão vencedora. Embora isso tenha acontecido, o Blazers deu uma lição a todos que acompanham: jamais subestime uma equipe com um técnico competente e ao menos um astro no elenco.
Há cerca de uma semana, o Leicester City protagonizou uma das maiores zebras de todos os tempos no esporte ao vencer o Campeonato Inglês com o 17° orçamento da liga, de aproximadamente US$ 48.6 milhões anuais. O Blazers, teve a menor folha de pagamento da NBA, com pouco mais de US$ 61 milhões.
Enquanto esperava-se um honroso 12° lugar, depois de tantas ausências. Na verdade, o Jumper Brasil errou e por muito quando fez a previsão da temporada. Colocamos o time em 15°, sem nenhuma dúvida. E que bom que erramos. Apenas um ou outro comentário, na época, foi contra a posição que previmos. Se tivéssemos apostado no quinto lugar, seríamos chamados de loucos.
Mas tudo mudou desde janeiro. Foram 30 vitórias em 45 jogos disputados, quase 67% de aproveitamento. Para se ter uma ideia, até então, o time tinha 14 triunfos em 37 partidas. Ao fim daquele mês, o xará Gustavo Lima já mostrava que o Blazers poderia brigar pela vaga. E conseguiu.
Tudo bem. Não passou do Warriors, mas isso ninguém consegue desde 2013-14 e não foi o Leicester da NBA. Não precisou. O time do Oregon brilhou e agora Stotts tem uma base excelente para seguir no topo.