Primeira semana mostra surpresas e confirmações

Gustavo Freitas analisa os primeiros passos da atual temporada

Fonte: Gustavo Freitas analisa os primeiros passos da atual temporada

A primeira semana da NBA acabou, mesmo não tendo completado sete dias. Mas já deu para entender um pouco do que será a fase regular de 2016-17, apesar de poucos jogos realizados. Sim, eu sei. É prematuro, muitas coisas vão mudar dentro de algumas semanas, porém é fácil dizer que Russell Westbrook terá números de MVP, que Andre Drummond vai liderar a liga em rebotes novamente e que o Golden State Warriors precisa de ajustes para lutar pelo título. Mas vamos lá.

Russell Westbrook

https://www.youtube.com/watch?v=5gRaKaIyH9s

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Nenhum jogador na história da liga começou uma temporada com pelo menos 100 pontos, 30 rebotes e 30 assistências nos três primeiros jogos. O armador do Oklahoma City Thunder só não fez chover neste início e comandou sua equipe a três vitórias seguidas. Agora, é o bastante para ser considerado MVP?

Por partes.

Westbrook terá números que o qualificam para ser o jogador mais valioso da liga em 2016-17. Disso, ninguém duvida. E existe uma torcida geral para que ele tenha médias próximas de triplo duplo, algo que a NBA não vê há décadas. Em 1961-62, Oscar Robertson obteve 30.8 pontos, 12.5 rebotes e 11.5 assistências. Hoje, Westbrook possui números similares, com 38.7 pontos, 12.3 rebotes e 11.7 assistências.

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Existem algumas dúvidas sobre tal possibilidade, porém.

Primeiro, o Thunder precisa ficar entre as duas melhores campanhas da conferência Oeste. Do contrário, pode esquecer. Sabe quando foi a última vez em que um MVP foi eleito abaixo da segunda posição em sua conferência? Foi em 1987-88, com Michael Jordan. O Chicago Bulls foi terceiro colocado no Leste e Jordan obteve a premiação. Isso aconteceu há quase 30 anos. Então, sério, se você acha que o Thunder não vai ficar pelo menos no segundo lugar, é melhor escolher outro favorito.

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Joel Embiid

Como é bom ver um jogador desses em quadra, não é mesmo? Começa pela superação, após dois anos parado por lesões. É claro que o Philadelphia 76ers não vai a lugar algum nesse momento e que o time possui vários problemas para resolver nos próximos meses, como as voltas de Ben Simmons e Nerlens Noel, rotação para esse tanto de jogador de garrafão e qual rumo tomar. Mas hoje, Joel Embiid é um sinal de esperança.

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O camaronês foi um dos destaques na pré-temporada, ainda que com tempo de quadra limitado pela comissão técnica. Ninguém quer acelerar o processo, porém, em dois jogos até aqui, mostrou muita mobilidade, bons arremessos e força na defesa.

Quando estiver totalmente liberado pelos médicos para atuar sem restrições, Embiid terá tudo para ser o principal candidato ao prêmio de Calouro do Ano.

San Antonio Spurs

Quatro jogos, quatro vitórias. O San Antonio Spurs pinta, ao menos nos primeiros jogos, como o melhor time da atualidade. É verdade que o time texano perdeu Tim Duncan para esta temporada, mas as chegadas de Pau Gasol e do surpreendente Dewayne Dedmon, complementam sua ausência. Gasol é muito inteligente, sabe arremessar bem de vários pontos da quadra, passa bem a bola, mas já não tem o mesmo atleticismo. Porém, isso é encontrado no ex-jogador do Orlando Magic. Dedmon é agressivo, corre atrás de qualquer posse e desafia todos os rebotes.

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E é exatamente isso que faz do Spurs uma grande equipe. A mescla entre jogadores mais experimentados e outros mais jovens. Isso sem contar com Kawhi Leonard, que comanda o time dentro de quadra como poucos. Em sua sexta temporada, Leonard tornou-se líder naturalmente e agora, vai lutar pelo prêmio de MVP.

LeBron James

Para quem duvidava se LeBron James ainda tinha gasolina no tanque, a final diante do Golden State Warriors e o primeiro título do Cleveland Cavaliers mostraram que o astro segue em alta. O técnico Tyronn Lue afirmou que pretendia poupar LeBron e limitar seus minutos antes do início da temporada. Ainda não deu certo. Ainda. James segue com muito tempo de quadra (36.7 minutos nos três jogos disputados) e, quando Lue tentou sacar o time titular diante do Orlando Magic, quando liderava por boa margem, a equipe da Flórida reagiu e o camisa 23 teve de retornar à quadra.

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O Cavs é o atual campeão e, logo será um dos mais visados por seus adversários, assim como o Warriors e o Spurs. O time ainda vai perder na temporada, como qualquer outro, mas quando LeBron não for o grande destaque, as dúvidas vão retornar com toda força. Isso já aconteceu antes. Kyrie Irving e Kevin Love começaram bem e podem dar a Lue essa brecha para descansar LeBron um jogo aqui ou ali.

Até que se prove o contrário, o Cavaliers ainda é um dos principais candidatos ao título.

Atlanta Hawks e Boston Celtics

Al Horford

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Como a ausência de um e a presença do mesmo em times diferentes mudam o estilo de jogo. Al Horford está fazendo no Celtics o mesmo que fazia no Hawks e dá muita mobilidade ao ataque do time de Massachusetts no ataque, além de uma sólida defesa.

O Hawks, por outro lado, está com Dwight Howard no garrafão. Isso faz diferença. Howard monopoliza a posse de bola, diferente de Horford. Quando recebe um passe, o pivô tenta ir para a cesta. Horford busca o passe e se posiciona tanto próximo da área pintada ou até mesmo na linha de três.

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É uma questão de ajustes. Até o momento, deu para notar que ambos os times tiveram de alterar a forma de jogar, mas nada que seja prejudicial. O Hawks, acostumado com ao estilo de passes, sofre um pouco mais para se adaptar, até porque Dennis Schroder assumiu a titularidade neste ano. Mas as duas equipes podem ser efetivas aos seus modos.

James Harden

A condição de armador não mudou muito o papel de James Harden no Houston Rockets. Afinal, era ele quem monopolizava a posse de bola nos últimos anos. Mas Harden está tentando contribuir mais com o time. Basta ver como foi a estreia diante do Los Angeles Lakers. O astro abusou dos passes para dentro do garrafão, algo que não acontecia muito quando Dwight Howard estava ao seu lado.

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O estilo de jogo, imposto pelo técnico Mike D’Antoni, ajuda um pouco nisso. Harden é obrigado a acelerar o ritmo, procurando mais seus colegas livres nos cantos da quadra, para depois tentar o próprio arremesso. É certo que os erros de ataque acompanham, claro. Mas não dá para não dizer que o Rockets tornou-se um time mais interessante de se ver.

Los Angeles Lakers

É nítido que, com o tempo, esses jovens jogadores do Los Angeles Lakers vão render. O problema é: no futuro. Hoje, D’Angelo Russell e Julius Randle continuam exagerando quando estão com a bola nas mãos. Arremessam sem pestanejar, perdem a posse da mesma forma. Nada preocupante, por enquanto.

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O Lakers tem um elenco recheado de atletas para os próximos anos e pode dar frutos. O trabalho de Luke Walton será muito importante nesse sentido, até mesmo para encaixar o calouro Brandon Ingram. Segunda escolha do draft, Ingram demonstrou ser uma grande opção para o futuro, mas ainda não consegue ter tempo de quadra suficiente. Precisa de mais quilometragem.

Dá para notar algumas semelhanças com o Minnesota Timberwolves, também jovem. Mas o Timberwolves tem um conjunto mais pronto, com um técnico provado. Como escrevi, com o tempo as coisas vão chegar no lugar e o Lakers será um time forte.

Golden State Warriors

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Ajustes, ajustes, ajustes. O Golden State Warriors precisa provar que é capaz de superar os seus próprios limites para voltar a atropelar seus adversários como na temporada passada. A adição de Kevin Durant parece mesmo ser o ponto principal. Nada contra Durant, mas o time ainda não entendeu que ele é a peça-chave do ataque.

Nos três primeiros jogos, nenhuma grande exibição. Primeiro, uma derrota acachapante para o San Antonio Spurs. Não que o Spurs seja um time qualquer, mas, em casa, foi surpreendente a forma como perdeu. Depois, superou o New Orleans Pelicans e o Phoenix Suns com sérias dificuldades.

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Até o momento, decepciona.

Damian Lillard

Não é surpresa para ninguém que Damian Lillard quer ser candidato ao MVP. Ele mesmo falou sobre isso recentemente. Mas Lillard tem sido ainda mais incrível com o Portland Trail Blazers. Na vitória sobre o Denver Nuggets, o armador decidiu com cesta no último segundo. Em três jogos, Lillard anotou nada menos que 105 pontos em 120 minutos. Nada mal.

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Talvez, por conta do arremesso pouco eficaz de C.J. McCollum neste início, Lillard tenha sido obrigado a assumir ainda mais responsabilidades no ataque do Blazers. Porém, é pouco provável que o camisa 0 vai continuar neste ritmo. Ou vai e o time do Oregon será um dos candidatos ao título do Oeste.

Imbatíveis até o momento

San Antonio Spurs
Oklahoma City Thunder
Cleveland Cavaliers
Los Angeles Clippers
Chicago Bulls
Atlanta Hawks

Ainda não venceram

Orlando Magic
Phoenix Suns
Dallas Mavericks
New Orleans Pelicans
Washington Wizards
Philadelphia 76ers
Minnesota Timberwolves

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