Los Angeles Lakers
Campanha em 2016-17: 26-45, 14° na conferência Oeste
Playoffs: não se classificou
Técnico: Luke Walton (segunda temporada)
GM: Rob Pelinka (primeira temporada)
Destaques: Lonzo Ball e Brook Lopez
Time-base: Lonzo Ball – Kentavious Caldwell-Pope – Brandon Ingram – Julius Randle (Larry Nance) – Brook Lopez
Elenco
2- Lonzo Ball, armador
10- Tyler Ennis, armador
12- Briante Webber, armador
1- Kentavious Caldwell-Pope, ala-armador
6- Jordan Clarkson, ala-armador
4- Alex Caruso, ala-armador
5- Josh Hart, ala-armador
17- Vander Blue, ala-armador
14- Brandon Ingram, ala
9- Luol Deng, ala
3- Corey Brewer, ala/ala-armador
98- Travis Wear, ala
30- Julius Randle, ala-pivô
7- Larry Nance, ala-pivô
0- Kyle Kuzma, ala-pivô
11- Brook Lopez, pivô
66- Andrew Bogut, pivô
31- Thomas Bryant, pivô
40- Ivica Zubac, pivô
Quem chegou: Andrew Bogut, Travis Wear, Kyle Kuzma, Brook Lopez, Josh Hart, Alex Caruso, Briante Webber, Lonzo Ball
Quem saiu: Timofey Mozgov, D’Angelo Russell, Metta World Peace, Tarik Black, Jose Calderon, David Nwaba, Marcelo Huertas, Lou Williams, Nick Young
Revisão
A temporada 2016-17 era a primeira sem o ídolo Kobe Bryant desde 1996-97. Por si só, já seria um motivo de lamentações. Mas o que a diretoria fez logo após sua aposentadoria? Deu contratos absurdos a Timofey Mozgov e Luol Deng e teve de conviver com isso durante toda a campanha. Como fruto disso, ambos acabaram encostados pelo técnico Luke Walton e o time passou a testar seus jovens jogadores em exaustão. Deu certo? Claro que não. Ninguém ali estava preparado para tomar conta de um time tão vitorioso quanto o Lakers. Qualquer coisa que acontecesse seria manchete em todos os sites e jornais. O polêmico vídeo de D’Angelo Russell e Nick Young, já no fim de 2015-16, deu o que falar e os dois já não fazem mais parte do elenco.
A passagem do brasileiro Marcelinho Huertas pelo time californiano foi um desastre e o armador saiu chateado com Walton e a diretoria. Foi prometido mais tempo de quadra, mas o que ganhou foi dor de cabeça, ainda mais competição por minutos e uma troca para o Houston Rockets, seguida de dispensa.
Não tinha como o Lakers dar certo em 2016-17. Era terra de ninguém. Julius Randle achava que era Draymond Green [por querer armar o time após um rebote defensivo], Russell pensava que era Stephen Curry [pelo excesso de arremessos de três] e Walton fazia cover de Steve Kerr. Nada disso.
Ficou pelo caminho pela quarta temporada seguida. Aliás, pelo caminho, não. Ficou longe mesmo de qualquer ambição que não fosse a de recrutar Lonzo Ball no draft. Bem, então deu certo.
O perímetro
Selecionar Ball era a prioridade do Lakers para ter, enfim, um organizador de jogadas, desde Steve Nash. Bem, Nash não deu certo por problemas físicos, mas Ball é aquele cara que vai conduzir o time pelos próximos anos. O atleta tem grande visão de quadra e, com isso, vai melhorar a capacidade de seus colegas. Além disso, é ótimo arremessador, apesar de uma mecânica um tanto estranha de se ver. Ao seu lado estará Kentavious Caldwell-Pope, ex-Detroit Pistons. Caldwell-Pope é bom defensor e sabe arremessar. Ele deverá dividir seus minutos com Jordan Clarkson, mas acredita-se que os dois terão espaço.
Na ala, Walton planeja envolver mais o jovem Brandon Ingram, segunda escolha de 2016. A verdade é que Ingram ainda é muito cru e precisa da bola nas mãos para produzir. Fez um ano de estreia acanhado, mas a tendência é que cresça em 2017-18. Corey Brewer, Luol Deng e Tyler Ennis deverão ser os reservas mais acionados no perímetro.
Brewer chegou na troca que mandou Marcelinho Huertas para o Rockets. Já teve mais relevância na liga, mas ainda é bom nos contra ataques. Deng convive com dores por todos os lados do corpo, herança do exagerado tempo de quadra que tinha nos tempos de Chicago Bulls, porém pode contribuir, especialmente na defesa. Já o canadense Ennis é limitado e já rodou por três equipes antes de chegar ao Lakers. Tudo isso em três temporadas.
O garrafão
Brook Lopez chega como o dono da posição de pivô. All Star em 2012-13, a grande preocupação é com o seu estado físico. Ex-Brooklyn Nets, Lopez é bom defensor e desenvolveu recentemente um arremesso de três bastante equilibrado. É extremamente inconstante nos rebotes. Parece ter alergia ou algo assim. Na dúvida, deixe Julius Randle fazer seu serviço. Randle é bom jogador, acredite. Tem conhecimento do jogo e sabe passar a bola. Só não vai mais sair como um touro para o ataque com ela nas mãos. A ordem é para que passe rapidamente para Ball.
O problema de Randle, na verdade, nem é sobre sua versatilidade. É com a concorrência. Larry Nance é um dos favoritos dos fãs e vem crescendo a cada ano. Inicialmente, é o maior candidato a roubar a titularidade do camisa 30. Só que ninguém contava com Kyle Kuzma. O novato apareceu tão bem nas Ligas de Verão e na pré-temporada, que Walton pensa em dar a ele mais oportunidades, ainda que do banco de reservas. Mas olha, é questão de tempo. Kuzma tem ótimo aproveitamento nos arremessos de longa distância, apesar de ainda estar longe no aspecto defensivo. No ataque, porém, ele impressiona.
Chegou também o veterano Andrew Bogut, que passou nos últimos anos pelo Golden State Warriors, Dallas Mavericks e Cleveland Cavaliers. O australiano, primeira escolha do draft de 2005, é um excepcional protetor de aro e tem ótimo passe para jogadores de sua posição. Seu problema, assim como o de Lopez, é a fragilidade física. Já o bósnio Ivica Zubac, tem tudo para ser um ótimo pivô na NBA. Tem altura (2.16 m), está ficando cada vez mais forte e, nas poucas oportunidades em seu ano de estreia, agradou. Em 11 jogos como titular, Zubac angariou médias decentes de 10.6 pontos e 5.3 rebotes em cerca de 20 minutos de ação.
Análise geral
Ainda falta muito para o Los Angeles Lakers ser considerado um time de playoffs. Talento e juventude, a equipe possui de sobra. Não está maduro, entretanto. Falta aquele “cara”, sabe? Aquele que causa impacto só de entrar em quadra. Existe, claro, a esperança que isso já esteja no atual elenco. Estar na concorrida conferência Oeste não ajuda.
O Lakers precisava, antes de tudo, passar por essa reformulação, mas a interna. Isso já aconteceu. A dupla Rob Pelinka e Magic Johnson será responsável por fazer o time evoluir no gerenciamento. Hoje, a tendência é que Lonzo Ball seja o protótipo desse “cara” citado acima. Os experientes também terão suas tarefas, como Brook Lopez, Andrew Bogut e Luol Deng.
O processo é um pouco lento. É natural que isso aconteça. O Lakers jamais passou tanto tempo longe da pós-temporada. É uma marca negativa, de fato, e o torcedor quer ver o time na ponta da tabela o mais rápido possível. No entanto, é só ver as reconstruções que equipes como Minnesota Timberwolves e Philadelphia 76ers fizeram nos últimos anos e ter a certeza de que isso vai se repetir em Los Angeles.
O Lakers abraçou a causa desse rebuild e precisa agora manter o foco em ser atrativo para astros, como fora há alguns anos. Pode demorar a se classificar, mas quando chegar a hora, espere por bons resultados. Por enquanto, só com uma surpresa muito grande.
Previsão: 12º colocado na conferência Oeste