Campanha em 2014-15: 38-44, 9° na conferência Leste
Playoffs: não classificou
Técnico: Frank Vogel (sexta temporada)
GM: Larry Bird (12ª temporada na equipe)
Destaques: Monta Ellis e Paul George
Time-base: George Hill – Monta Ellis – C.J. Miles – Paul George – Ian Mahinmi
Elenco
5 – Lavoy Allen, ala-pivô
10 – Chase Budinger, ala
25 – Rakeem Christmas, ala-pivô
23 – Toney Douglas, armador
11 – Monta Ellis, ala-armador
12 – C.J. Fair, ala
13 – Paul George, ala
3 – George Hill, armador
27 – Jordan Hill, pivô
44 – Solomon Hill, ala
11 – Kadeem Jack, ala
28 – Ian Mahinmi, pivô
0 – C.J. Miles, ala-armador
40 – Glenn Robinson III, ala-armador
2 – Rodney Stuckey, armador
33 – Myles Turner, pivô
42 – Shayne Whittington, ala-pivô
1 – Joseph Young, armador
Quem chegou: Chase Budinger, Rakeem Christmas, Toney Douglas, Monta Ellis, Jordan Hill, Glenn Robinson III, Myles Turner e Joseph Young
Quem saiu: Chris Copeland, Roy Hibbert, Damjan Rudez, Luis Scola, Donald Sloan, CJ Watson e David West
Com tantas contusões no ano passado, difícil imaginar que o Indiana Pacers ainda conseguiu brigar por uma vaga nos playoffs até os últimos dias. O astro Paul George ficou fora de quase toda a última campanha depois de ter quebrado a perna. Pra piorar, George Hill, David West, C.J. Miles e Roy Hibbert perderam, somados, 73 partidas. George ainda adiantou seu retorno às quadras para disputar os seis jogos finais da temporada regular, mas o esforço não adiantou muito e a equipe ficou a apenas uma posição de garantir uma passagem para a pós-temporada.
Depois disso, o que aconteceu em Indiana foi uma revolução, tanto em relação aos jogadores do elenco como em relação ao estilo de jogo. Roy Hibbert e David West, que representavam muito bem a força da equipe no garrafão, não vestem mais a camisa do Pacers. E para a próxima temporada, Paul George vai mudar de função para começar as
partidas como ala-pivô. Frank Vogel deve adotar um quinteto titular com quatro jogadores de perímetro, buscando ter mais velocidade. Resta saber como o astro da equipe vai se adaptar ao novo papel e como as – muitas – novas peças vão se entrosar.
A franquia investiu alto para reforçar o seu perímetro. Monta Ellis já chegou com o segundo maior salário do elenco e deve ajudar muito a resolver um dos grandes problemas do Pacers no último ano: o ataque. No garrafão, os olhos estão mais no futuro. O Pacers usou a sua 11ª escolha no último draft para selecionar o promissor pivô Myles Turner, da Universidade do Texas. No entanto, quem deve representar o sucesso ou o fracasso do time é um remanescente das últimas temporadas. Um Paul George saudável e adaptado como ala-pivô coloca Indiana na briga pelos playoffs. Caso contrário, as últimas colocações do Leste são o destinos mais prováveis.
O perímetro
George Hill perdeu quase metade da última temporada e não é um armador conhecido pela sua capacidade de distribuir a bola no ataque. Ainda assim ele teve médias de 16.1 pontos e 5.1 assistências (ambas as maiores marcas da sua carreira), e nas 46 partidas que ele disputou o Pacers conseguiu 23 vitórias e 13 derrotas. Atuando ao lado de Hill no quinteto titular, Monta Ellis chega para fazer o que ele sabe melhor: pontuar. Sua contribuição defensiva é fraca, mas ofensivamente ele é capaz de tomar conta de um jogo. Ele liderou o Dallas Mavericks em pontuação na última temporada, com 18.9 pontos por partida, mas tem o problema de arremessar demais mesmo em noites em que a bola não está caindo, o que prejudica seu aproveitamento.
De qualquer forma, um perímetro formado por Paul George e Monta Ellis coloca medo em muita defesa. Os dois são ótimos atacando o garrafão, criando o seu próprio arremessos, e por conta desse estilo de jogo podem abrir espaço para bons chutes de três de C.J. Miles, Chase Budinger ou Rodney Stuckey. Este último melhorou muito nesse quesito em sua primeira temporada pelo Pacers e teve o melhor aproveitamento da equipe no ano passado, com 39%. As tentativas de longa distância devem inclusive ganhar mais atenção em Indiana nesta campanha, agora que o ataque menos concentrado no pivô.
Frank Vogel pode encontrar problemas no perímetro quando precisar recorrer ao seu banco de reservas. Entre Glen Robinson III, Solomon Hill e Joe Young, ninguém tem mais de três anos de experiência na liga. Chse Budinger foi selecionado no draft de 2009, mas também nunca teve um papel importante dentro dos elencos que fez parte, e sua maior média de pontos por jogo em uma temporada na carreira foi de 9.8, ainda em 2010-11. Apenas Rodney Stuckey parece capaz de liderar a pontuação da segunda unidade do Pacers. No último mês de fevereiro, ele teve uma média de 19.4 pontos por partida e este ano sua responsabilidade deve continuar crescendo.
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O garrafão
Agora que Frank Vogel deve adotar um esquema com quatro jogadores mais abertos, o garrafão de Indiana receberá bem menos atenção que nos últimos anos, quando David West e Roy Hibbert formavam uma das melhores duplas da liga. Esse foi certamente o setor mais reformulado da equipe, pois Luis Scola também se despediu do Pacers e agora joga no Toronto Raptors. A tentativa de reparar as perdas foi tímida e a rotação de jogadores para a área pintada deve ficar reduzida a quatro nomes: Jordan Hill, Ian Mahinmi, Lavoy Allen e o calouro de 19 anos Myles Turner.
Ian Mahinmi sempre foi um ótimo reserva para Roy Hibbert, mas assumir a vaga no time titular vai exigir muito mais dele, principalmente na defesa. Mesmo quando sua produção ofensiva caía, Hibbert era reconhecido pela ótima proteção ao garrafão e foi um dos grandes responsáveis por Indiana ter a terceira melhor defesa da liga em pontos cedidos no último ano. Outra preocupação em relação a Mahinmi é quanto às perdas de bola. Em 2014-15, ele liderou o time na estatística, com 16.9 perdas a cada 100 posses de bola. Mas já nesta pré-temporada ele conseguiu reduzir o número para 9.3 a cada 100 posses.
Sem Scola, West e Hibbert, o Pacers perdeu seus três maiores reboteiros da última temporada. Com uma formação titular mais baixa, a tendência é que a franquia perca a quarta posição da campanha passada e caia muitas posições no ranking de times com mais rebotes por partida. A expectativa da equipe é ter novamente um pivô dominante apenas daqui alguns anos com Myles Turner. Ainda um adolescente, ele já causou ótima impressão na Summer League de Las Vegas com médias de 18.7 pontos, 8.3 rebotes e 4.3 tocos por partida. O calouro já mostrou habilidade para acertar arremessos de média distância no ataque e bloqueá-los na defesa. Diante de uma rotação tão curta, ele deve ter um bom tempo de quadra para ganhar experiência.
Análise geral
O Indiana Pacers chegou à final da conferência Leste há apenas duas temporadas, mas hoje os grandes duelos contra o Miami Heat fazem parte de um passado que parece bem distante. Apenas George Hill, Paul George e Ian Mahinmi permanecem do elenco que por dois anos consecutivos ficou a um passo de chegar às Finais da NBA. E o estilo daquela equipe também já ficou para trás, pois agora a franquia vai buscar um jogo de transição e mais espaçado no ataque.
Defensivamente, o Indiana Pacers perde muito sem Roy Hibbert, mas Paul George não deixa de ser um reforço em relação à última temporada. Um dos melhores defensores da liga na sua posição, vai ser interessante notar a sua função quando precisar marcar alguém enquanto estiver atuando na posição de ala-pivô. Ofensivamente, George e Monta Ellis devem trazer uma melhora enorme para a equipe, que foi apenas a 24ª em média de pontos por partida, com 97.3.
A transição drástica de um ano para o outro vai testar a capacidade de Frank Vogel. Ele parece estar à altura do desafio, já que quase conseguiu levar o Pacers aos playoffs na última temporada mesmo sem sua maior estrela durante quase todo o ano e com muitas outras contusões de jogadores-chave do elenco. Assim como no ano passado, Indiana pode se colocar na briga pelas últimas vagas para os playoffs na conferência Leste, mas a falta de um banco de reservas qualificado pode fazer a diferença quando o elenco sofrer desfalques durante a campanha.
Previsão: décimo lugar na conferência Leste