Previsão da Temporada – Chicago Bulls
2014-15: 50-32, 3º lugar na conferência Leste
Playoffs: eliminado nas semifinais de conferência pelo Cleveland Cavaliers em seis partidas
Técnico: Fred Hoiberg (primeira temporada)
GM: Gar Forman (sexta temporada)
Destaques: Jimmy Butler e Pau Gasol
Time-base: Derrick Rose – Jimmy Butler – Mike Dunleavy – Pau Gasol – Joakim Noah
Elenco
1 – Derrick Rose, armador
21 – Jimmy Butler, ala-armador
34 – Mike Dunleavy, ala
16 – Pau Gasol, ala-pivô
13 – Joakim Noah, pivô
44 – Nikola Mirotic, ala-pivô
12 – Kirk Hinrich, armador
3 – Doug McDermott, ala
22 – Taj Gibson, pivô
0 – Aaron Brooks, armador
20 – Tony Snell, ala
5 – Bobby Portis, ala-pivô
15 – Jordan Crawford, armador
45 – Cameron Bairstow, pivô
55 – E’Twaun Moore, ala-armador
7 – Marcus Simmons, armador
6 – Cristiano Felício, pivô
Quem chegou: Fred Hoiberg (técnico), Bobby Portis, Jordan Crawford, Marcus Simmons, Cristiano Felício
Quem saiu: Tom Thibodeau (técnico), Nazr Mohammed
Em 2013/14, o Chicago Bulls demonstrou ser uma das potências defensivas da liga mesmo sem contar com sua estrela maior pelo segundo ano consecutivo. Suas limitações ofensivas, no entanto, impediram que o time pudesse chegar longe na temporada. Para o ano seguinte, além do retorno de Derrick Rose, a equipe contratou o exímio pontuador Pau Gasol e a estrela do Real Madrid Nikola Mirotic, enchendo o torcedor de esperanças de que de fato poderiam ser campeões em 2014/15.
Contudo, o que se viu no ano seguinte foi uma equipe bem longe de parecer um contender. Mais uma vez as lesões atrapalharam e o time de Chicago no geral foi bastante inconstante durante a temporada. Com exceção de Pau Gasol, todos os titulares perderam pelo menos quinze jogos da temporada regular. Derrick Rose havia feito um sólido mundial pela seleção dos Estados Unidos, mas estava longe de ser o MVP que um dia foi. Joakim Noah havia terminado sua temporada brilhante com uma lesão séria que necessitava de operação e acabou não se recuperando completamente, jogando a temporada passada inteira lesionado.
Por fim, o técnico Tom Thibodeau claramente tinha diversas divergências com a diretoria do Bulls. Alguns conflitos vieram à público e nitidamente isso foi fundamental para a demissão de Thibs no final da temporada.
Para esse ano, a equipe de Chicago acertadamente manteve todos os seus principais jogadores e mais uma vez buscará o título com essa base. A principal mudança vem do lado de fora da quadra: o novo técnico utiliza um sistema ofensivo aberto, de velocidade, e que tentará implementar sua filosofia em um roster construído para defender mais do que atacar. A resposta do time à essa mudança de cultura será o fator-chave para sabermos se o Bulls será um contender esse ano ou mais uma vez será refém da equipe de LeBron James na conferência leste.
O perímetro
No papel, o Chicago Bulls possui um dos melhores backcourts da NBA, do mesmo nível de potências como Warriors e Clippers. Na prática é sempre complicado avaliar um grupo que conta com Derrick Rose. Apesar de seus joelhos aparentemente estarem intactos, mesmo os fãs mais ardorosos do jogador não sabem dizer exatamente o que esperar do mesmo. O armador perdeu boa parte da pré-temporada e perderá o começo da temporada regular devido à uma lesão no rosto sofrida durante um treino. Mas todos concordam que saudável D-Rose é um dos melhores criadores de jogada, explosivos e infiltradores de toda a liga.
Por outro lado, Jimmy Butler simplesmente não consegue parar de evoluir seu jogo. O ala-armador deixou de ser um especialista defensivo para se igualar à Kawhi Leonard como um dos melhores “two-way players” (jogadores que se destacam tanto na parte ofensiva quanto no lado da defesa) da liga. Sua evolução foi fundamental para que o elenco combalido por lesões pudesse se manter entre os melhores times do leste. Butler ganhou o prêmio de jogador que mais evoluiu em 2014/15, jogou o jogo das estrelas e tudo indica que se manterá como uma das estrelas da NBA no próximo ano.
No banco de reservas, Aaron Brooks surge como um veterano que rende o que se espera do mesmo. Contribuiu no ano anterior com 11 pontos por partida e traz experiência e velocidade durante o tempo de descanso de Rose. Kirk Hinrich está em plena decadência. “Captain Kirk” está bem longe do armador que outrora foi para o segundo time de defesa da NBA com 17 pontos e 7 assistências de média pelo mesmo Bulls há quase uma década. Sua defesa, velocidade e percentual de arremesso pioram a cada ano, e os valores de sua renovação foram bem questionáveis (jogadores como Rodney Stuckey, Mo Williams e Jameer Nelson assinaram contratos menores). Ainda assim, o Chicago Bulls possui algumas opções para o banco. Jordan Crawford, o famoso jogador que enterrou na cabeça de LeBron quando estava na universidade e teve o registro dessa cena totalmente apagado na internet está ganhando uma nova chance na liga após alternar entre a China e a D-League. E’Twaun Moore teve a opção do segundo ano de seu contrato exercida e também deve ganhar mais oportunidades. O Bulls também conta com Marcus Simmons para a posição.
Por fim, a equipe de Chicago tem boas opções na posição de ala. Acredito que Mike Dunleavy seja meio ‘underrated’. Não é um grande jogador, mas é sólido na defesa e arremessou 40,7% na temporada passada. O ala estará de fora no começo da temporada e será a grande chance de Doug McDermott se consolidar no elenco. ‘McBuckets’ teve uma lesão séria que o fez perder mais da metade de sua temporada de rookie, algo terrível para o desenvolvimento de um garoto. Mas fez uma bela liga de verão e pode ser uma grata surpresa para esse ano. O time ainda conta com Tony Snell na posição, que claramente ainda não está pronto para vôos mais altos.
O garrafão
O novo treinador já deu indícios que pode atuar mais tempo em um ‘small ball’ e que Joakim Noah pode estar indo para o banco de reservas no começo dos jogos. A sorte de Fred é que sua nova equipe conta com um dos garrafões mais versáteis da liga.
Quando o Chicago Bulls anunciou Pau Gasol, todos já imaginavam uma melhora considerável no ataque da equipe. O que ninguém imaginava é que o ala-pivô espanhol fizesse uma das melhores temporadas de sua vida. Aos 34 anos, Gasol teve médias de 18.5 pontos, 11.8 rebotes (média mais alta no quesito de sua carreira) e 49% de aproveitamento nos arremessos. Gasol se tornou um pilar fundamental no esquema da equipe de Chicago assim como seu compatriota Nikola Mirotic. A ex-estrela do Real Madrid aproveitou as lesões de seus companheiros de equipe para ser um dos melhores calouros da última temporada, inclusive entrando nas discussões de calouro do ano. Seu excelente arremesso o credencia, mas sua defesa é uma preocupação caso o mesmo assuma a titularidade da equipe.
Joakim Noah não teve uma boa temporada. No ano anterior, quando ouvia ‘MVP’ toda vez que tocava na bola e foi o melhor defensor do ano, sua temporada acabou tendo que realizar uma cirurgia, da qual Noah ainda não se mostrou 100% recuperado. Suas limitações físicas prejudicaram bastante sua equipe no decorrer da temporada passada, pois seu arsenal ofensivo limitadíssimo facilitou a vida de seus adversários. Taj Gibson foi outro que jogou com o ligamento rompido na temporada passada, fato que nos faz acreditar em um garrafão ainda mais equilibrado no ataque e na defesa para a temporada que está por vir.
Além deles, o draftado Bobby Portis promete ser uma peça interessante. Com potencial para ser a ‘steal’ do draft, o ala-pivô de 2.11m é rápido, tem bom arremesso e fez uma liga de verão muito sólida. É um jogador que encaixa muito bem no novo sistema ofensivo da equipe e deve logo de cara ganhar bons minutos por jogo. Cameron Bairstow vai para seu ano de sophomore e ainda deve ficar mais tempo no banco do que em jogo. Cristiano Felício também deverá passar muito tempo na D-League. Assim como seu compatriota Caboclo tem potencial, mas chegou cru demais à liga norte-americana.
Análise geral
O Chicago Bulls acertadamente manteve seus principais jogadores e mais uma vez tentará ser campeão com esse plantel. Como já dito anteriormente, a resposta do elenco à nova filosofia da equipe ditará os rumos no decorrer da temporada. Na pré-temporada o ataque da equipe já se encontra mais espaçado e o time vem chutando 30.4 cestas de três pontos por jogo, consideravelmente maior que os 22.3 que chutou na temporada passada.
Se tudo ocorrer conforme o planejado pelo staff do treinador, acredito que Taj Gibson deva ser trocado no decorrer da próxima temporada. Acredito que o Bulls espera que Portis possa contribuir consideravelmente já para seu ano de rookie, e com ambos os pivôs perdendo espaço é impensável que Noah vá embora. Dada a importância do pivô francês para a cidade de Chicago, Taj pode estar de malas prontas em breve.
No geral, penso que o Bulls faz um bom trabalho, porém insuficiente para derrotar o Cavaliers de LeBron James se não houvesse nenhuma mudança. Apesar de não ser tão badalado, aposto na equipe de Chicago vindo forte tentando derrubar King James e certamente não pode ser descartada dentre os favoritos da competição.
Previsão: segundo colocado na conferência leste.