Brooklyn Nets
Campanha em 2016-17: 20-62, 15° na conferência Leste
Playoffs: não se classificou
Técnico: Kenny Atkinson (segunda temporada)
GM: Sean Marks (segunda temporada)
Destaques: D’Angelo Russell e Jeremy Lin
Time-base: D’Angelo Russell – Jeremy Lin – DeMarre Carroll – Rondae Hollis-Jefferson – Timofey Mozgov
Elenco
1- D’Angelo Russell, armador
15- Isaiah Whitehead, armador
7- Jeremy Lin, armador/ala-armador
8- Spencer Dinwiddie, armador/ala-armador
6- Sean Kilpatrick, ala-armador
33- Allen Crabbe, ala-armador
12- Joe Harris, ala
9- DeMarre Carroll, ala
22- Caris LeVert, ala
24- Rondae Hollis-Jefferson, ala/ala-pivô
35- Trevor Booker, ala-pivô
13- Quincy Acy, ala-pivô
20- Timofey Mozgov, pivô
31- Jarrett Allen, pivô
40- Tyler Zeller, pivô
Quem chegou: D’Angelo Russell, Timofey Mozgov, DeMarre Carroll, Allen Crabbe, Tyler Zeller, Jarrett Allen (draft)
Quem saiu: Brook Lopez, Justin Hamilton, Randy Foye, Archie Goodwin, K.J. McDaniels, Andrew Nicholson
Revisão
Como esperado, o Nets voltou a ser um mero figurante e terminou a temporada 2016/17 com o pior recorde entre os 30 times da NBA. As chegadas de Kenny Atkinson e Sean Marks foram animadoras, mas obviamente os bons resultados não iriam aparecer logo de cara. Um elenco ruim não se tornaria competitivo no primeiro ano de novo trabalho da dupla. Afinal, como todos sabem, as consequências da desastrosa troca feita com o Boston Celtics, em 2013, são sentidas até hoje pela franquia.
Atkinson pelo menos começou a dar uma identidade ao time. O Nets foi uma equipe que jogou em um ritmo alucinante, aproveitando-se, é claro, do atleticismo de seus jovens jogadores. O que sobrou em velocidade, agilidade, faltou em cuidado com a bola e criação de jogadas. Em 2016/17, o Nets foi o segundo time que mais desperdiçou a bola e o terceiro pior em eficiência ofensiva.
Sem o principal reforço (Jeremy Lin) em mais da metade da campanha, o pivô Brook Lopez reinou como o destaque absoluto. Ele foi o único jogador do time a ter uma média superior a 20 pontos. Principal moeda de troca de uma equipe em frangalhos, Lopez foi negociado pelo Nets na noite do draft deste ano. O pivô deixou o time após nove temporadas de serviços prestados e como o maior pontuador da história da franquia.
O perímetro
Com base nos jogos de pré-temporada, o perímetro titular do Nets para 2017/18 deverá ser formado por D’Angelo Russell, Jeremy Lin e DeMarre Carroll. O armador de 21 anos vindo do Los Angeles Lakers é a grande aposta da franquia para os próximos anos. Longe dos holofotes e da pressão inerentes à franquia angelina, Russell tem tudo para ser o cestinha do Nets na temporada. Ele terá a liberdade para criar para os companheiros e arremessar. Russell deve formar uma dupla interessante com Lin, já que ambos sabem atuar com e sem a bola nas mãos. A expectativa da comissão técnica é a de que os dois armadores joguem em um ritmo intenso e mantenham a equipe como a líder em posses de bola por partida na NBA. E claro, todos esperam que Lin se mantenha saudável. Em seu primeiro ano no Nets, o armador sofreu seguidas lesões e disputou apenas 36 jogos.
Complementando o perímetro, o Nets trouxe Carroll após uma troca com o Toronto Raptors. O ala estava em baixa na equipe canadense, mas pode ressurgir na NBA sob o comando de um velho conhecido. Na equipe do Brooklyn, Carroll vai reencontrar o treinador Kenny Atkinson, que era assistente técnico do Atlanta Hawks no período em que teve os melhores anos de sua carreira. O Nets espera que o ala contribua na defesa e ainda mate umas bolinhas de três pontos.
Na rotação, vale destacar o jovem Caris LeVert, que jogou bem quando esteve saudável. Com esse sistema de jogo baseado na velocidade, sem um grande playmaker, em diversas ocasiões coube a LeVert a incumbência de criar oportunidades para os companheiros.
Outra peça importante do banco de reservas será Allen Crabbe, adquirido em uma troca com o Portland Trail Blazers. Especialista em arremessos de longa distância, o ala-armador deverá ser o principal pontuador vindo do banco. No entanto, não descarto o cenário em que Crabbe vira titular e Lin seja efetivado como o sexto homem do time. Isaiah Whitehead, Spencer Dinwiddie e Sean Kilpatrick vão brigar pelos minutos restantes no perímetro.
O garrafão
A dupla de garrafão que começa a temporada será formada por Rondae Hollis-Jefferson e Timofey Mozgov. Ala de origem, o ex-jogador da Universidade do Arizona foi deslocado para a posição 4, nessa tendência das equipes da NBA em utilizar formações mais velozes e baixas. Com seus atributos físico-atléticos de elite e um talento natural como passador, Hollis-Jefferson será importante na briga pelos rebotes e na criação de jogadas para os companheiros. O técnico do Nets já disse que pretende utilizar o jogador de 22 anos, considerado o principal defensor do time, até como pivô nesta temporada.
Já Mozgov, que veio como contrapeso na troca com o Lakers, será titular pela experiência e pelo contrato de US$48 milhões válido até 2020. O pivô russo está longe de repetir o desempenho do antigo titular da posição – Brook Lopez -, mas será importante, sobretudo, como mentor do jovem Jarrett Allen, escolhido pelo Nets na primeira rodada do draft deste ano. O pivô de 19 anos combina envergadura invejável (2.27m), condição atlética adequada (extremamente móvel) para encarar o nível profissional e versatilidade nos dois lados da quadra. A tendência é a de que ele não tenha muito tempo de quadra neste começo na NBA, mas que conquiste espaço no decorrer da temporada.
O experiente Trevor Booker deverá ser a principal do garrafão vinda do banco de reservas. O ala-pivô será importante para fazer o “trabalho sujo” na área pintada. Além disso, Booker poderá contribuir com arremessos do perímetro, algo que ele vem trabalhando de forma incessante nos treinamentos da equipe.
Análise geral
Com um quinteto titular mais competitivo, e um banco de reservas encorpado com o experiente Booker e os jovens Crabbe e LeVert, a franquia do Brooklyn pelo menos voltou a ter um plantel decente. E o melhor: o Nets qualificou o seu elenco para a temporada e, para isso, não abriu mão de futuras escolhas de draft.
Marks fez bons movimentos na offseason. Trouxe um jogador (Russell) com potencial para ser “o cara” do time por muito tempo, um ala (Carroll) que viveu uma ótima fase quando trabalhou com o técnico Atkinson e um especialista em arremessos de longa distância (Crabbe). Na troca envolvendo Carroll, o Nets ainda recebeu uma escolha de primeira rodada (protegida até o fim da loteria) do draft de 2018 e outra de segunda rodada do mesmo recrutamento.
A classificação aos playoffs ainda é improvável, apesar de alguns times da conferência Leste terem se enfraquecido para esta temporada. Mas é bom sempre lembrar que a equipe ainda está em um doloroso e longo processo de reconstrução. É importante manter os “pés no chão”.
O que conforta os fãs da franquia é que o Nets parece ter rumo nas mãos de um competente gerente-geral que vem tirando leite de pedra para tornar um time que não tinha quase nada em um que começa a ter o respeito de volta.
Previsão: 12° lugar na conferência Leste