Boston Celtics
Campanha em 2014-15: 40-42, 7° na conferência Leste
Playoffs: eliminado na primeira rodada pelo Cleveland Cavaliers em quatro partidas
Técnico: Brad Stevens (terceira temporada)
GM: Danny Ainge (13ª temporada na equipe)
Destaques: Isaiah Thomas, David Lee e Amir Johnson
Time-base: Marcus Smart – Avery Bradley – Jae Crowder – Amir Johnson – David Lee
Elenco
0 – Avery Bradley, armador
99 – Jae Crowder, ala
28 – R.J. Hunter, armador
8 – Jonas Jerebko, ala-pivô
90 – Amir Johnson, ala-pivô
38 – Perry Jones, ala
42 – David Lee, pivô
55 – Jordan Mickey, ala
41 – Kelly Olynyk, pivô
12 – Terry Rozier, armador
36 – Marcus Smart, armador
7 – Jared Sullinger, ala-pivô
4 – Isaiah Thomas, armador
11 – Evan Turner, ala
46 – Corey Walden, armador
13 – James Young, ala-armador
44 – Tyler Zeller, pivô
Quem chegou: R.J. Hunter, Amir Johnson, Perry Jones, David Lee, Jordan Mickey e Terry Rozier
Quem saiu: Chris Babb, Brandon Bass, Gigi Datome, Phil Pressey e Gerald Wallace
Entrando na última temporada, Rajon Rondo e Jeff Green eram os dois maiores destaques ofensivos do Boston Celtics, mas a partir da metade de janeiro de 2015 nehum deles estava mais no elenco. Com uma campanha ruim até então, a expectativa a partir das trocas desses jogadores era se contentar com a ausência nos playoffs, confiar na renovação da equipe e torcer por uma boa escolha na loteria do draft. No entanto, as negociações de meio de temporada deram mais certo que o esperado. Isaiah Thomas apareceu como um grande pontuador e o time alcançou a sétima posição na conferência com um recorde de mais derrotas que vitórias.
Não dá pra negar que a vaga nos playoffs também se deveu à fragilidade dos concorrentes, o que ficou evidente já na primeira rodada da pós-temporada, quando os comandados de Brad Stevens foram varridos pelo Cleveland Cavaliers. No entanto, a direção entende que o processo de reconstrução do Celtics ainda está em andamento. Se no ano passado o elenco já era extremamente jovem, no último draft a franquia não negociou nenhuma das quatro escolhas a que tinha direito. Novos nomes como Terry Rozier e R.J. Hunter se juntam a Marcus Smart como atletas de grande potencial para evoluir e que podem representar a base de Boston no futuro.
A offseason também foi movimentada no sentido de adicionar experiência ao time. Amir Johnson e David Lee não vêm de suas melhores temporadas, mas podem provocar um impacto positivo imediato. Além de cercados por companheiros jovens, a dupla de garrafão também será comandada por um jovem treinador. Brad Stevens já mostrou criatividade e que é capaz de fazer um bom trabalho ao levar para os playoffs uma equipe que não parecia destinada a isso. Nos últimos meses, os principais concorrentes de Boston por uma vaga na pós-temporada também se reforçaram e Stevens precisará de mais um ano surpreendente para colocar o Celtics entre os oito primeiros do Leste.
O Perímetro
A juventude do Boston Celtics se faz presente principalmente no perímetro. Caso Avery Bradley, Marcus Smart e Jae Crowder sejam mesmo os titulares na noite de abertura, o setor não terá nenhum atleta com mais de 25 anos na estreia. Aos 26 anos, o “veterano” Isaiah Thomas provavelmente vai cumprir o mesmo papel da última campanha. Apesar de desejar a titularidade, ele deve continuar saindo do banco como o sexto homem da equipe. Explosivo no ataque, mas ainda com fraquezas defensivas, Thomas foi fundamental para a classificação de Boston para os playoffs. Após disputar 21 partidas (todas como reserva), ele foi o cestinha da equipe na última temporada regular, com 19.0 pontos por jogo.
A dupla de armadores formada por Smart e Bradley não deve ser a responsável por grande parte dos pontos do Celtics (ano passado eles tiveram média de 7.8 e 13.9 pontos por partida, respectivamente). Por outro lado eles cumprem um ótimo papel defensivo, encobrindo inclusive possíveis falhas de Thomas. Jae Crowder também é um excelente defensor. Ele está voltando de contusão no joelho, mas deve seguir capaz de intimidar adversários com uma marcação muito intensa. Boston foi o 21º time que mais cedeu pontos no último ano, mas pode apresentar uma melhora siginificativa no perímetro.
Existe a expectativa de que Smart possa melhorar o nível de seu desempenho para que a equipe como um todo suba de patamar e agora mais novatos chegaram e trazem outras boas perspectivas para o Celtics. Só que por enquanto as expectativas não devem ser muito altas para Terry Rozier e R.J. Hunter no basquete profissional, mesmo que eles já tenham provado ser bons pontuadores por suas universidades (no último ano eles tiveram média de 17.1 e 19.7 pontos por jogo, respectivamente).
O Garrafão
As duas principais contratações do Boston Celtics para a próxima temporada chegaram para reforçar o garrafão. Amir Johnson e David Lee ganham os dois maiores salários do elenco e devem contribuir de imediato, mesmo sem estarem em seu melhor momento da carreira. Depois de ser selecionado para o All-Star Game na temporada 2012-13, Lee passou a sofrer com contusões e não conseguiu repetir mais os números daquele ano. Ele também perdeu espaço no Golden State Warriors por conta da ascensão de Draymond Green, mas em uma equipe de nível intermediário sua contribuição pode ser fundamental. Já Johnson nunca teve uma temporada com mais de 10.4 pontos por jogo de média, mas o veterano deve ser importante defensivamente.
O também experiente Jonas Jerebko renovou o seu contrato com o Celtics no meio do ano, mas entre as opções de Brad Stevens para o garrafão também existem muitos jogadores jovens. Os pivôs Tyller Zeller e Kelly Olynyk estão chegando no final de seus contratos de calouro, mas em situações distintas. A sensação em Boston é que o canadense ainda precisa fazer mais para justificar a 13ª escolha no draft de 2013. Contusões o prejudicaram ao longo do último ano e seu desempenho na próxima campanha será decisivo para a franquia decidir se vai exercer a opção prevista em contrato de seguir com o jogador para 2016-17. Por outro lado, Zeller foi titular em 59 partidas na última temporada e surpreendeu positivamente.
Uma das grandes dúvidas do elenco é a condição física de Jared Sullinger. O ala-pivô não consegue se livrar dos problemas de peso que já resultaram em contusões ao longo da sua carreira e a franquia já tentou negociar o jogador durante a última offseason. Entrando em seu último ano de contrato com a equipe, a tendência é que os dias de Sullinger em Boston estejam chegando ao fim.
Análise Geral
O Boston Celtics se reforçou bem na offseason, mas Danny Ainge ainda dá a entender que a equipe está sendo formada para o futuro, com muitos jogadores do elenco selecionados em edições recentes do draft. Pra piorar, seus principais concorrentes pelas últimas vagas nos playoffs também melhoraram e as esperanças de se classificar para a pós-temporada parecem residir na capacidade de Brad Stevens. Se o jovem treinador conseguir formar uma boa equipe coletivamente e alguns jogadores melhorarem seu desempenho, a equipe pode surpreender como fez na campanha passada.
Uma das grandes preocupações da equipe deve ser o ataque. Boston terminou na 20ª posição da NBA durante a temporada passada em pontos marcados por 100 posses de bola. O ideal é que a equipe tenha outros jogadores além de Isaiah Thomas com capacidade para criar arremessos. Ou que pelo menos facilitem o arremesso do companheiro com bons passes, como Evan Turner fez muito bem no último ano.
Por um lado, o garrafão teve bons reforços para se previnir contra os altos e baixos de Kelly Olynyk e Jared Sullinger. Por outro, o grupo de armadores segue com um grande número de apostas. Mas se nem a direção do Celtics parece ter pressa por resultados, o mais importante para os torcedores de Boston no momento talvez seja acompanhar o desenvolvimento do treinador Brad Stevens e jovens como Marcus Smart e Avery Bradley, além dos calouros Terry Rozier, Jordan Mickey e R.J. Hunter, que podem ser os responsáveis por boas campanhas e títulos no futuro.
Previsão: nono lugar na conferência Leste