Abrindo as previsões do Jumper Brasil da temporada que está para começar, hoje é dia de darmos uma olhada em uma das divisões de nível técnico mais “questionável” da NBA: o Sudeste, que tem o Orlando Magic como atual campeão e único time que chegou aos playoffs no primeiro semestre. Será que as coisas vão mudar para melhor em 2020?
CONFERÊNCIA LESTE – DIVISÃO SUDESTE
ATLANTA HAWKS
Allen Crabbe (ala, Brooklyn Nets)
Evan Turner (ala-armador, Portland Trail Blazers)
Jabari Parker (ala, Washington Wizards)
Chandler Parsons (ala, Memphis Grizzlies)
Damian Jones (pivô, Golden State Warriors)
De’Andre Hunter (ala, calouro)
Cam Reddish (ala, calouro)
Bruno Fernando (pivô, calouro)
Marcus Derrickson (ala, Golden State Warriors)
Brandon Goodwin (ala-armador, Denver Nuggets)
Charlie Brown Jr. (ala-armador, calouro)
Armoni Brooks (armador, calouro)
Dewayne Dedmon (pivô, Sacramento Kings)
Kent Bazemore (ala, Portland Trail Blazers)
Omari Spellman (pivô, Golden State Warriors)
Tyler Dorsey (ala-armador, Maccabi Tel Aviv-ISR)
Miles Plumlee (pivô, Memphis Grizzlies)
Justin Anderson (ala, Washington Wizards)
Alex Poythress (ala-pivô, Jilin Northeastern Tigers-CHI)
Deyonta Davis (pivô, sem time)
Daniel Hamilton (ala-armador, Cleveland Cavaliers)
Isaac Humphries (ala-pivô, Orlando Magic)
Projetando o time
O “cara” da franquia
Após primeira metade de temporada decepcionante, Trae Young foi o comandante ofensivo que o Hawks esperava ao selecioná-lo no draft do ano passado. Seu chute de longa distância começou a cair, o que abriu o caminho para que sua criatividade como passador e habilidade cirúrgica atacando a cesta emergissem. Ele ainda não é o melhor jogador do Hawks, mas o plano da franquia é que seja em breve.
Fique de olho!
Não conte para ninguém, mas John Collins já poderia ter sido all-star em 2019: o ala-pivô de 22 anos foi um dos (apenas) oito atletas a registrarem médias de 19.0 pontos e 9.0 rebotes na última temporada. O Jogo das Estrelas, de repente, já não parece um objetivo tão longínquo. Mais importante: seu flexível jogo ofensivo faz com que seja uma parceria quase implacável no pick and roll com Young.
O ponto de interrogação
Atlanta tem uma questão interessante quando tenta projetar quem serão seus “alas do futuro”. A equipe usou duas das dez primeiras escolhas do draft com jogadores da posição – os talentosos De’Andre Hunter e Cam Reddish –, além de adquirir Allen Crabbe, do Nets. Essa temporada pode servir para descobrirmos quem será o potencial parceiro de Young e Kevin Huerter nesse perímetro por muito tempo.
O que esperar do Hawks em 2019-20?
O Hawks está em uma posição muito confortável às vésperas do início de uma nova temporada: já possui dois potenciais all-stars sob contrato de novato, um grupo de atletas com interessante combinação de juventude e experiência, além de nenhuma pressão para chegar aos playoffs em 2020. Tem uma base de molde para seu jogo bem clara no Golden State Warriors, apostando em muito espaçamento no ataque, passes rápidos e versatilidade defensiva.
Trata-se do cenário ideal para desenvolver um elenco jovem, mas eis uma questão: quem deve ser desenvolvido? A direção de Atlanta ainda tenta entender quem são as peças ideais para construir em torno de Young e Collins. E isso não é tão simples quanto parece. Taurean Prince era o ala do futuro da franquia até um ano atrás e, hoje, sequer está por lá. Alex Len, que foi contratado como “sobra de mercado” em 2018, surpreendeu e segue por lá. Não é ciência exata.
Projeção Jumper Brasil
Divisão: 3º colocado Conferência: 10ª posição
CHARLOTTE HORNETS
Terry Rozier (armador, Boston Celtics)
P.J. Washington (ala-pivô, calouro)
Robert Franks (ala, calouro)
Jalen McDaniels (ala, calouro)
Kobi Simmons (armador, Cleveland Cavaliers)
Cody Martin (ala, calouro)
Caleb Martin (ala, calouro)
Josh Perkins (armador, calouro)
Ahmed Hill (ala-armador, calouro)
Kemba Walker (armador, Boston Celtics)
Jeremy Lamb (ala-armador, Indiana Pacers)
Tony Parker (armador, aposentado)
Frank Kaminsky (pivô, Phoenix Suns)
Shelvin Mack (armador, Olimpia Milano-ITA)
J.P. Macura (ala-armador, Cleveland Cavaliers)
Projetando o time
https://www.youtube.com/watch?v=pBCag9SBrsc
O “cara” da franquia
Poucas equipes fizeram aposta tão incerta quanto o Hornets com Terry Rozier. A franquia afirma ter fechado vínculo de US$19 milhões anuais com o ex-reserva do Celtics pensando que será o armador do futuro de Charlotte, substituindo o maior atleta da história do time (Kemba Walker) para liderar essa reconstrução com sua confiança e competitividade – que são mais provadas do que sua qualidade técnica.
Fique de olho!
Embora tenha tido pouco espaço em boa parte de sua primeira temporada na NBA, Miles Bridges sempre foi o ala agressivo que projetávamos enquanto esteve em quadra. Confirmou-se como um jogador de elite atacando closeouts e finalizando em torno do aro, atuando com o vigor e dinamismo nos dois lados da quadra que os outros atletas da posição de Charlotte não tem. O Hornets precisa que ele “decole”.
O ponto de interrogação
Os veteranos do Hornets já foram informados de que serão menos aproveitados na próxima temporada, mas a franquia é refém deles no momento. Nicolas Batum, Michael Kidd-Gilchrist, Marvin Williams e Bismack Biyombo “engolem” quase US$70 milhões da folha salarial anual do time – e, certamente, não estarão felizes com pouco tempo de quadra. Não será uma situação simples de ser contornada.
O que esperar do Hornets em 2019-20?
A saída do astro Kemba Walker marca o início de uma necessária reconstrução no Hornets, afinal a equipe já não conseguia chegar aos playoffs nem com o melhor jogador de sua história no elenco. É difícil, porém, projetar quando esse processo vai realmente poder ser visto em ação: o plantel ainda possui muitos veteranos com contratos “pesados” e o treinador James Borrego parece estar bem longe de implementar estilo de jogo em Charlotte.
A única alternativa para o Hornets é colocar os atletas mais jovens para atuarem o máximo tempo de quadra possível (Miles Bridges, Malik Monk, Dwayne Bacon, P.J. Washington) e apostar na suposta liderança de Terry Rozier, a contratação mais ousada do time em anos. Tudo é muito incerto em Charlotte, a não ser a previsão de que há muitas derrotas pela frente em 2020. Esse não é um começo promissor, mas é o começo possível para a franquia.
Projeção Jumper Brasil
Divisão: 5º colocado Conferência: 15ª posição
MIAMI HEAT
Jimmy Butler (ala-armador, Philadelphia 76ers)
Tyler Herro (ala-armador, calouro)
Meyers Leonard (pivô, Portland Trail Blazers)
K.Z. Okpala (ala, calouro)
Kendrick Nunn (ala-armador, calouro)
Davon Reed (ala-armador, Indiana Pacers)
Chris Silva (ala-pivô, calouro)
Daryl Macon (ala-armador, Dallas Mavericks)
Kyle Alexander (ala-pivô, calouro)
Jeremiah Martin (armador, calouro)
Dwyane Wade (ala-armador, aposentado)
Josh Richardson (ala-armador, Philadelphia 76ers)
Hassan Whiteside (pivô, Portland Trail Blazers)
Ryan Anderson (ala-pivô, Houston Rockets)
Yante Maten (ala-pivô, Boston Celtics)
Emanuel Terry (ala-pivô, Teksut Bandirma-TUR)
Projetando o time
O “cara” da franquia
Jimmy Butler escolheu sair do competitivo Sixers para atuar pelo Heat. Muitos fãs não entenderam, mas o movimento faz bastante sentido: o craque queria um time onde tivesse uma maior liberdade e o Heat precisa de um líder na era pós-Dwyane Wade. Esse é um encaixe perfeito que estende-se para dentro de quadra, pois ele é o cara certo para dinamizar o ataque sem comprometer a forte defesa de Miami.
Fique de olho!
A consolidação de Bam Adebayo como titular foi celebrada como a libertação do Heat do frustrado projeto Hassan Whiteside. Ele é, de fato, um jogador bem mais lúcido com a bola nas mãos (subestimado passador) e defensor mais ágil do que o hoje jogador do Blazers. Agora, com um elenco orientado para o pick and roll e ampla minutagem, o cenário está armado para mais um salto de qualidade do pivô.
O ponto de interrogação
É difícil prever o que Goran Dragic fará na próxima temporada: ele só disputou 36 jogos na última campanha e, voltando de lesões, teve seu pior desempenho desde 2012. O veterano provou ser um dos armadores mais eficientes da liga executando o pick and roll, mas sua condição física e encaixe com Jimmy Butler são duvidosos. Além disso, com um contrato expirante, ele pode passar de titular a moeda de troca.
O que esperar do Heat em 2019-20?
O Heat parece ser uma das equipes mais subestimadas da NBA no momento. Uma onda de lesões em fevereiro e março, mais do que qualquer questão técnico-tática, foi a responsável por tirar o time dos playoffs na última temporada. Miami ainda se reforçou com a chegada de um legítimo astro na liga (Butler) e possui uma cultura de jogo bastante enraizada por Erik Spoelstra – figuram entre as melhores defesas da liga ano após ano.
Adicionar Butler a uma base já montada em cima de Adebayo e Winslow (que tem sido uma emergente revelação) representa reforçar uma defesa já muito forte com mais versatilidade enquanto ganha um novo iniciador de ataque, mais agressivo do que outros playmakers do elenco. Espaçamento sempre vai ser um problema para a ofensiva de Miami, aparentemente, mas os reforços da offseason conferem alguma ajuda no quesito – e Butler, por si só, pode dar vida a um ataque anêmico.
Projeção Jumper Brasil
Divisão: 2º colocado Conferência: 9ª posição
ORLANDO MAGIC
Al-Farouq Aminu (ala, Portland Trail Blazers)
Daquan Jeffries (ala, calouro)
Hassani Gravett (armador, calouro)
Isaac Humphries (pivô, Atlanta Hawks)
Josh Magette (armador, Gran Canaria-ESP)
Vic Law (ala, calouro)
Jarell Martin (ala, Cleveland Cavaliers)
Jerian Grant (armador, Qingdao DoubleStar Eagles-CHI)
Troy Caupain (ala-armador, Portland Trail Blazers)
Projetando o time
O “cara” da franquia
Na última temporada, Nikola Vucevic tornou-se o primeiro jogador do Magic a ser eleito para um Jogo das Estrelas desde Dwight Howard. E chegou lá com inegáveis méritos: o pivô de 28 anos foi o motor criativo da estagnada ofensiva de Orlando, com seu ótimo arsenal ofensivo e inesperada capacidade como passador. O novo contrato que assinou na offseason consolida-o no posto de referência da equipe.
Fique de olho!
O Magic vai continuar na contramão da NBA apostando na imposição defensiva com quintetos mais altos, o que resume-se na dupla formada pelos alas Aaron Gordon e Jonathan Isaac. Os dois são marcadores versáteis muito altos para a posição. Gordon vem desenvolvendo um jogo ofensivo variado e acaba de fazer a melhor temporada da carreira, enquanto o segundo está em franca melhoria como arremessador.
O ponto de interrogação
Markelle Fultz pode ser o passaporte do Magic para as “cabeças” do Leste ou mais um tiro na água da direção da franquia. Um atleta com a agressividade e habilidade natural de quebrar defesas que o armador exibia na NCAA seria o reforço ideal para dar mais dinamismo ao ataque do time. Ele está dando sinais bem positivos na pré-temporada, mas já teve avanços e retrocessos anteriormente na NBA.
O que esperar do Magic em 2019-20?
Continuidade foi a palavra de ordem no Magic nos últimos meses. E, sinceramente, não dá para questionar essa decisão: o time conseguiu a primeira classificação aos playoffs em quase uma década na temporada passada, emplacando a defesa mais eficiente da NBA pós-Jogo das Estrelas. A franquia está certa em querer ver como Steve Clifford – que assumiu o cargo há apenas um ano –, Nikola Vucevic e companhia podem evoluir com mais tempo juntos.
É seguro dizer que, com suas formações de alas altos “reforçadas” pela chegada de Al-Farouq Aminu, a equipe seguirá apostando na defesa e imposição físico-atlética para subir na tabela do Leste – que, repleto de mudanças, pode ter espaço para a ascensão de um time mais entrosado. Mas, em uma NBA orientada para o ataque, é difícil projetar até que ponto um sistema ultradefensivo com ataque estagnado como o de Orlando pode chegar.
Projeção Jumper Brasil
Divisão: 1º colocado Conferência: 7ª posição
WASHINGTON WIZARDS
Isaiah Thomas (armador, Denver Nuggets)
Ishmael Smith (armador, Detroit Pistons)
Rui Hachimura (ala, calouro)
Davis Bertans (ala-pivô, San Antonio Spurs)
Moritz Wagner (ala-pivô, Los Angeles Lakers)
C.J. Miles (ala, Memphis Grizzlies)
Justin Anderson (ala, Atlanta Hawks)
Admiral Schofield (ala-armador, calouro)
Jemerrio Jones (ala, Los Angeles Lakers)
Chris Chiozza (armador, Houston Rockets)
Isaac Bonga (ala-armador, Los Angeles Lakers)
Justin Robinson (armador, calouro)
Phil Booth (ala-armador, calouro)
Garrett Matthews (ala-armador, calouro)
Bobby Portis (ala-pivô, New York Knicks)
Dwight Howard (pivô, Los Angeles Lakers)
Tomas Satoransky (armador, Chicago Bulls)
Trevor Ariza (ala, Sacramento Kings)
Jabari Parker (ala, Atlanta Hawks)
Jeff Green (ala, Utah Jazz)
Sam Dekker (ala, Lokomotiv Kuban-RUS)
Devin Robinson (ala, Toronto Raptors)
Chasson Randle (armador, Tianjin Gold Lions-CHI)
Projetando o time
* lesionados
O “cara” da franquia
Bradley Beal consolidou-se como um astro da NBA nos últimos anos e um oásis de talento em meio a avalanche de erros/azar do Wizards. O ala-armador esteve entre os seis jogadores a anotar médias de 25.0 pontos, 5.0 rebotes e 5.0 assistências na última temporada. Na ausência de John Wall, ele virou o melhor criador de jogadas e principal scorer do time. É júri, juiz e executor no tribunal de Washington.
Fique de olho!
O Wizards quis “quebrar a banca” e ousou ao escolher Rui Hachimura com a nona escolha do último draft. Dá para entender a lógica por trás da seleção: o japonês é a possível injeção de ânimo e agressividade que a equipe precisava em um elenco enfraquecido. O combo de condição atlética e instintos ofensivos do ala, que terá muitos minutos como novato, é a maior novidade de Washington para surpreender.
O ponto de interrogação
Não é à toa que Isaiah Thomas definiu sua chegada à franquia como uma grande oportunidade na carreira: sem o contundido John Wall e depois da saída de Tomas Satoransky, o experiente armador deverá assumir a titularidade assim que estiver em condições de jogo. O que ele (ainda) pode fazer em quadra é uma incógnita. A única certeza é que, após nem jogar em Denver, minutos não faltarão no Wizards.
O que esperar do Wizards em 2019-20?
O Wizards está em uma situação complicada. A equipe não projeta ser candidata a vaga nos playoffs e, após as múltiplas lesões sofridas por John Wall – que não vai disputar a próxima temporada –, vem enfraquecendo seu elenco para administrar sua inchada folha salarial. Contratações como Hachimura e Thomas são símbolos de um time que necessita desesperadamente de home runs – até porque, lá fora, rivais esperam ávidos por um possível pedido de troca de Beal.
Talvez, esse seja o principal objetivo do Wizards na campanha: evitar que o novo astro da companhia peça para sair. Mas a verdade é que muita coisa está jogando contra: temos uma folha de salários de contender investida em um elenco fraco (e que iniciou a pré-temporada cheio de lesões), uma das direções mais estáticas da liga e um técnico dos mais questionados da NBA (Scott Brooks). É difícil ver o copo meio cheio para Washington.
Projeção Jumper Brasil
Divisão: 4º colocado Conferência: 13ª posição