Finalizando as previsões da temporada que está para começar, hoje é dia de dar uma olhada na divisão Central. Atual campeão, o Milwaukee Bucks tem tudo para repetir o excelente rendimento, enquanto só o Cleveland Cavaliers realmente soa entrar na campanha sem grandes pretensões. Será que, em quadra, esse cenário vai se confirmar em 2020?
CONFERÊNCIA LESTE – DIVISÃO CENTRAL
Chicago Bulls
Tomas Satoransky (armador, Washington Wizards)
Thaddeus Young (ala-pivô, Indiana Pacers)
Luke Kornet (pivô, New York Knicks)
Coby White (armador, calouro)
Daniel Gafford (pivô, calouro)
Adam Mokoka (ala-armador, calouro)
Robin Lopez (pivô, Milwaukee Bucks)
Timothe Luwawu-Cabarrot (ala, Cleveland Cavaliers)
JaKarr Sampson (ala-pivô, Indiana Pacers)
Antonio Blakeney (ala-armador, Jiangsu-CHI)
Brandon Sampson (ala-armador, sem time)
Rawle Alkins (ala-armador, sem time)
Projetando o time
O “cara” da franquia
Com apenas 24 anos de idade, Zach LaVine passou por uma transformação como jogador: deixou de ser um impressionante highflyer para tornar-se um dos jovens scorers mais interessantes da liga. Ele segue totalmente imparável em transição e difícil de ser contestado ao arremessar, mas melhorou bastante criando separação para defensores e cobrou seis lances livres por jogo na última temporada.
Fique de olho!
A armação foi o maior problema de Chicago em campanhas recentes, mas a equipe pode ter (finalmente) resolvido a questão com a chegada de Tomas Satoransky. Uma das contratações mais subestimadas da offseason, o tcheco distribui mais de três assistências para cada erro de ataque desde que chegou à NBA – um incrível índice – e oferece enorme versatilidade defensiva do alto de seus 2.01m de altura.
O ponto de interrogação
Wendell Carter Jr. era tido como o pivô do futuro do Bulls – e fez uma temporada de estreia muito sólida, enquanto esteve em quadra. Mas, após ter sua campanha limitada por lesões, ele agora enfrenta uma rotação com menor margem para erro. Mostrar saúde e um bom basquete passou a ser a diferença entre ser o titular que todos imaginam ou ver sua passagem por Chicago durar menos do que o esperado.
O que esperar do Bulls em 2019-20?
A direção do Bulls já vinha dando claros sinais de que estava cansada de um longo processo de reconstrução em que algumas apostas foram evidentes “tiro na água” – Kris Dunn foi uma escolha de loteria, por exemplo. E, se existiam dúvidas sobre isso, a offseason veio para confirmar as intenções da equipe: com as chegadas do veterano Thaddeus Young e do armador Tomas Satoransky, a franquia pretende (no mínimo) competir um pouco mais.
Poucas pessoas já veem Chicago como um time consistente, mas a verdade é que o quinteto inicial soa bem estabelecido e o elenco melhorou consideravelmente. Se o banco ainda não é brilhante, oferece mais alternativas para o treinador Jim Boylen (atuar com dois armadores, usar Thaddeus Young como um ala-pivô móvel). Não é à toa que, nas últimas semanas, o Bulls tornou-se uma escolha popular para surpresa da temporada.
Projeção Jumper Brasil
Divisão: 4º colocado
Conferência: 11ª posição
CLEVELAND CAVALIERS
Darius Garland (armador, calouro)
John Henson (pivô, Milwaukee Bucks)
Dylan Windler (ala, calouro)
Kevin Porter Jr. (ala-armador, calouro)
Dean Wade (ala-pivô, calouro)
David Nwaba (ala-armador, Brooklyn Nets)
Channing Frye (pivô, aposentadoria)
Marquese Chriss (ala-pivô, Golden State Warriors)
Nik Stauskas (ala-armador, Baskonia-ESP)
Deng Adel (ala, sem time)
Projetando o time
O “cara” da franquia
Não importa quanto tempo ainda ficará em Ohio: Kevin Love é o melhor jogador do Cavaliers e um legítimo all-star. Seu papel no futuro de Cleveland é nebuloso, para dizer o mínimo, mas é muito difícil encontrar um reboteiro de primeiro nível que combine chute de longa distância e sua habilidade natural como passador. É a óbvia referência técnica da franquia enquanto estiver no elenco.
Fique de olho!
Cedi Osman teve aumento súbito de tempo de quadra com o início do processo de reconstrução do Cavs e comportou-se muito bem com um maior volume ofensivo, impulsionado pela titularidade e a lesão de Kevin Love. Embora seu aproveitamento de arremessos tenha caído, a taxa de assistência cresceu e o de desperdícios de posse diminuiu. Hoje, parece claro que é uma das peças do elenco para o futuro.
O ponto de interrogação
Ao escolher Darius Garland no último draft, o Cavaliers apostou na dupla que o calouro pode formar com Collin Sexton. A parceria, porém, terá que provar ser funcional em quadra. O jovem reforço possui o arremesso e capacidade de jogar sem a bola para fazer o encaixe funcionar, mas ambos não são criadores natos para os companheiros e tirar-lhe a posse “poda” sua criatividade operando no pick and roll.
O que esperar do Cavaliers em 2019-20?
O Cavaliers vive um processo de reconstrução que não consegue ser absolutamente abraçado por estar a preso a contratos longos com atletas como Tristan Thompson, J.R. Smith (já anistiado) e Brandon Knight. Não existe espaço na folha salarial para usar em trocas e conseguir ativos. Isso forma um tipo de Frankenstein: um elenco que, ao mesmo tempo, tenta desenvolver jovens talentos, mas precisará servir de vitrine para Kevin Love – negociável, mais cedo ou mais tarde.
Pelo menos, a equipe de Cleveland parece comprometida com o rebuild. A chegada do técnico John Beilein, um profissional conhecido como um “professor do jogo” no basquete universitário, aponta para um time que jogará com mais leveza e foco na evolução de jovens. Collin Sexton, Cedi Osman e Darius Garland precisam estar em quadra e é para isso que o novo treinador está chegando. Mas ainda é tão pouco para pensar em algo mais, mesmo em um futuro próximo!
Projeção Jumper Brasil
Divisão: 5º colocado
Conferência: 14ª posição
DETROIT PISTONS
Derrick Rose (armador, Minnesota Timberwolves)
Tony Snell (ala, Milwaukee Bucks)
Markieff Morris (ala-pivô, Oklahoma City Thunder)
Christian Wood (pivô, New Orleans Pelicans)
Tim Frazier (armador, Milwaukee Bucks)
Joe Johnson (ala-armador, sem time)
Sekou Doumbouya (ala-pivô, calouro)
Louis King (ala, calouro)
Jordan Bone (armador, calouro)
Ishmael Smith (armador, Washington Wizards)
Stanley Johnson (ala, Toronto Raptors)
Wayne Ellington (ala-armador, New York Knicks)
Glenn Robinson III (ala, Golden State Warriors)
Zaza Pachulia (pivô, aposentadoria)
José Calderon (armador, aposentadoria)
Jon Leuer (ala-pivô, sem time)
Zach Lofton (ala-armador, sem time)
Projetando o time
O “cara” da franquia
Blake Griffin fez por merecer ser visto como júri, juiz e executor no Pistons. Ele vem, provavelmente, da melhor temporada da carreira e tudo gira em torno de si no ataque de Detroit. Na falta de melhores opções, o cestinha ainda “carrega” as funções de armador (5.4 assistências por jogo na campanha passada) e principal jogador de garrafão espaçador (36.2% de acerto nos tiros de longa distância) do time.
Fique de olho!
Em meio a um elenco de pouca versatilidade, Luke Kennard é uma peça única que o técnico Dwane Casey parece tratar com cada vez mais esmero. Ele deverá sair do banco de reservas, mas é o provável melhor ala de ofício do elenco e atuou como o iniciador ofensivo para a segunda unidade do Pistons em boa parte da temporada passada. Isso sem contar que é o melhor arremessador de três pontos do plantel.
O ponto de interrogação
A ressuscitação da carreira de Derrick Rose, em Minnesota, teve um aliado muito importante: as baixas expectativas. O Twolves deu-lhe a chance de recuperar-se, mas não dependia do seu retorno. Agora, com 31 anos recém-completos, o astro chega para ser solução no Pistons: liderar a segunda unidade do time e até ser o armador que fecha jogos em quadra, no lugar do criticado Reggie Jackson. Será que ele tem esse gás?
O que esperar do Pistons em 2019-20?
É difícil analisar as engrenagens que movem o Pistons a essa altura: não deixa de ser admirável que a equipe tenha interesse em chegar aos playoffs todos os anos, sendo minimamente competitiva mesmo carregando uma das folhas salariais mais engessadas da NBA, mas a consistente mediocridade por tanto tempo é irritante e flerta com o nonsense. Detroit chegou aos playoffs nesse ano, mas porque contou com uma temporada heroica de Blake Griffin – e uma onda de lesões em Miami.
Mais irritante do que essa condição é a aparente falta de critério nas contratações do time, que continua a trazer jogadores redundantes e pouco versáteis em uma liga que caminha no contrário oposto. Dwane Casey é o técnico ideal para tentar trabalhar com um elenco tão pesado e sem chutadores, usando formações mais tradicionais. Será mais uma temporada do mesmo roteiro: Detroit vai até onde Blake Griffin, historicamente frágil do ponto de vista físico, conseguir levar.
Projeção Jumper Brasil
Divisão: 3º colocado
Conferência: 8ª posição
INDIANA PACERS
Malcolm Brogdon (ala-armador, Milwaukee Bucks)
T.J. Warren (ala, Phoenix Suns)
Jeremy Lamb (ala-armador, Charlotte Hornets)
Justin Holiday (ala, Chicago Bulls)
T.J. McConnell (armador, Philadelphia 76ers)
Goga Bitadze (pivô, calouro)
JaKarr Sampson (ala-pivô, Chicago Bulls)
Naz Mitrou-Long (ala-armador, Salt Lake City Stars-EUA)
Brian Bowen (ala, calouro)
Bojan Bogdanovic (ala, Utah Jazz)
Darren Collison (armador, aposentadoria)
Thaddeus Young (ala-pivô, Chicago Bulls)
Wesley Matthews (ala-armador, Milwaukee Bucks)
Cory Joseph (armador, Sacramento Kings)
Tyreke Evans (ala-armador, sem time)
Kyle O’Quinn (pivô, Philadelphia 76ers)
Davon Reed (ala-armador, Miami Heat)
Ike Anigbogu (pivô, sem time)
Projetando o time
* lesionado
O “cara” da franquia
É incerto quando Victor Oladipo terá condições de voltar a atuar. A certeza é que trata-se do melhor jogador do Pacers, antes e depois das mudanças do elenco. Ele nunca deixa oponentes em situação de conforto, com uma postura ultra-agressiva e feroz nos dois lados da quadra. Indiana pode até acumular bons recordes durante a temporada regular, mas precisa do craque e líder para ser uma ameaça no Leste.
Fique de olho!
Uma das principais movimentações da offseason, Malcolm Brogdon é visto como uma parceria perfeita para Oladipo no perímetro do Pacers. Mas, até que o astro volte às quadras, a expectativa é que ele seja mais do que mero complemento: precisará ser o principal iniciador do ataque de Nate McMillan – especialmente, porque o elenco não tem muitos alas e armadores criativos, que coloquem pressão na defesa.
O ponto de interrogação
O Pacers possui um dilema quando o assunto é a rotação de garrafão: os seus dois melhores jogadores de garrafão, Myles Turner e Domantas Sabonis, registram índices muito piores quando dividem a quadra do que atuando separados. Os dois atletas e Nate McMillan precisarão encontrar a solução para esse impasse agora, pois, com a saída do veterano Thaddeus Young, ambos começam a temporada como titulares.
O que esperar do Pacers em 2019-20?
O Pacers tem uma das situações mais incomuns da liga: é muito difícil ver um time que teve constante sucesso nos últimos anos mudar três titulares de uma vez. Se contarmos que Victor Oladipo está lesionado, Myles Turner será o único integrante do quinteto titular da temporada passada que permanece no alinhamento que vai entrar em quadra dentro de alguns dias. Bogdan Bogdanovic, Thaddeus Young e Darren Collison estão entre as baixas do elenco de Indiana.
A substituição, porém, veio no mesmo peso das saídas. Malcolm Brogdon puxa a fila, mas atletas como Jeremy Lamb, T.J. Warren e Justin Holiday ajudam a não deixar a bola cair. O grande temor que podemos ter relaciona-se a uma queda defensiva da equipe: o Pacers brilhou sob o comando de Nate McMillan com uma defesa forte, disciplinada e consistente – características que definem de forma perfeita os que foram embora e muito pouco aqueles que estão chegando.
Projeção Jumper Brasil
Divisão: 2º colocado
Conferência: 6ª posição
MILWAUKEE BUCKS
Robin Lopez (pivô, Chicago Bulls)
Wesley Matthews (ala-armador, Indiana Pacers)
Kyle Korver (ala, Utah Jazz)
Dragan Bender (ala-pivô, Phoenix Suns)
Frank Mason III (armador, Sacramento Kings)
Thanasis Antetokounmpo (ala, Panathinaikos)
Cameron Reynolds (ala-armador, Minnesota Timberwolves)
Malcolm Brogdon (ala-armador, Indiana Pacers)
Nikola Mirotic (ala-pivô, Barcelona-ESP)
Pau Gasol (ala-pivô, Portland Trail Blazers)
Tim Frazier (armador, Detroit Pistons)
Tony Snell (ala, Detroit Pistons)
John Henson (pivô, Cleveland Cavaliers)
Christian Wood (pivô, Detroit Pistons)
Projetando o time
O “cara” da franquia
O que dizer sobre o MVP da temporada passada? Giannis Antetokounmpo é um talento assustador, um dos melhores jogadores da NBA e foi o líder do Bucks em pontos, rebotes e assistências na campanha passada. Seu impacto em quadra e no sucesso do time é imenso. Trata-se do melhor passador, infiltrador e defensor da equipe atualmente. Qual seria a graça se ele ainda fosse um grande arremessador, né?
Fique de olho!
O Bucks acertou na loteria ao contratar Brook Lopez: sua capacidade de proteger o aro na defesa e espaçar a quadra ofensivamente, abrindo caminho para que Giannis Antetokounmpo agrida a cesta adversária desprotegida, foi o ingrediente que faltava para transformá-los em um legítimo candidato ao título. Poucos pivôs são tão decisivos para o estilo de jogo da equipe atualmente quanto o veterano de Milwaukee.
O ponto de interrogação
Malcolm Brogdon era outra das peças essenciais do elenco que chegou às finais do Leste no primeiro semestre, mostrando dinamismo para atuar com ou sem a posse da bola. O ótimo arremesso e passes inteligentes faziam com que fosse um complemento ideal para Antetokounmpo. Com a sua saída, o Bucks ganhou uma grande lacuna para resolver: o plantel parece ter várias possíveis alternativas, mas nenhum efetivo substituto.
O que esperar do Bucks em 2019-20?
Não havia dúvidas de que o Bucks apostaria na manutenção do elenco após fazer a sua melhor campanha regular em quatro décadas e quase chegar às finais da NBA. Mas, mesmo assim, o CAP não é infinito e todos já sabiam que algum sacrifício iria ter que ser feito. É difícil culpá-los por terem escolhido renovar com Brook Lopez e Khris Middleton, deixando Malcolm Brogdon – a peça com substitutos (George Hill, Wesley Matthews) mais ao alcance – ir embora para o Pacers.
É provável que o Bucks tenha recuado em relação à equipe da última temporada, mas os pilares do sistema implantado por Mike Budenholzer estão lá: Lopez espaça a quadra sem deixar a desejar na defesa, Middleton é uma peça complementar de excelência nos dois lados da quadra e Giannis Antetokounmpo é o motor ofensivo desse time. Além disso, a NBA recuou como um todo: temos um panorama muito mais aberto do que em anos anteriores. Talvez seja o momento de Milwaukee.
Projeção Jumper Brasil
Divisão: 1º colocado
Conferência: 1ª posição