Jumper Brasil discute quem foram os melhores dirigentes da temporada
Os playoffs estão chegando e é hora da NBA anunciar os vencedores dos prêmios individuais e times ideais da temporada. Os ganhadores costumam ser revelados durante a primeira rodada do mata-mata e, por isso, o Jumper Brasil aproveita a última semana de jogos regulares para reunir sua equipe e discutir quem deveriam ser os atletas agraciados com as honrarias.
Durante esta semana, cinco integrantes de nossa equipe de colaboradores vão, diariamente, socializar suas impressões sobre a temporada e os principais destaques do ano. Todos os prêmios vão ser discutidos. Sinta-se a vontade para concordar ou discordar de nossas visões, deixe suas opiniões nos comentários.
Hoje é dia de discutirmos o prêmio de melhor executivo da temporada:
OBS: As respostas foram dadas antes de Larry Riley ser “rebaixado” de GM para diretor de recrutamento do Golden State Warriors.
1 – Quem receberia o seu voto para o prêmio de executivo do ano?
Ricardo Stabolito Jr.: É um crime que Sam Presti, do Oklahoma City Thunder, ainda não tenha vencido este prêmio ainda. Ainda mais com gente como John Hammond (Milwaukee Bucks) já possuindo um. Mas a temporada foi de Larry Bird. Seu plano de cinco anos para reconstruir o elenco do Indiana Pacers foi finalizado antes do esperado, mesmo contando apenas com uma escolha TOP 10 de draft no período. Teve paciência para investir e soube fazer trocas pontuais. Ele deverá sair da organização em algumas temporadas, mas deixa como legado um time jovem e competitivo.
Vinicius Donato: Sam Presti. A cada ano, o time montado por ele fica melhor. E nada de darem o prêmio ao cara.
Gustavo Lima: Larry Bird, do Pacers. Ele usou bem o dinheiro disponível na folha salarial para trazer reforços pontuais. Assinou com David West, para preencher a lacuna na carente posição de ala-pivô; trocou uma escolha de draft pelo armador George Hill – jogador que se mostrou útil ao time; e, na trade deadline, contratou Leandrinho, que era a peça que faltava à rotação por uma escolha de segunda rodada de draft (ou seja, nada). Tudo isso sem estourar o teto salarial. O resultado? O Pacers fechou a temporada regular com a terceira melhor campanha da conferência Leste.
Zeca Oliveira: Seguindo o critério usado nas premiações dos anos anteriores, meu voto vai para Neil Olshey, do Los Angeles Clippers. A troca que levou Chris Paul para a franquia foi a negociação de maior impacto na temporada e fez com que os angelinos se tornassem muito mais competitivos, para não dizer um dos favoritos ao título.
Lucas Colisse: Larry Bird, sem dúvidas. Ao lado do restante do Pacers, ele conseguiu montar uma equipe competitiva e sem vaidade. Não tem um all star, que precise ter a bola nas mãos ou vá reclamar se o time não jogar em função dele. Além disso, a franquia está terminando a temporada regular à frente de times como o Boston Celtics, por exemplo.
2 – E quem é o pior GM empregado na NBA?
Ricardo Stabolito Jr.: Larry Riley, do Golden State Warriors. Sempre na loteria. Sempre fazendo trocas horrorosas. Sempre com a folha salarial comprometida. Difícil entender qual a lógica por trás de suas (péssimas) decisões.
Vinicius Donato: Rod Higgins não é o gerente geral do Bobcats, mas ocupou o cargo até o ano passado e o acho pior do que qualquer um dos GMs empregados atualmente.
Gustavo Lima: Larry Riley. Fez duas trocas horríveis para o Golden State Warriors. Liberou seu melhor jogador (Monta Ellis) por um pivô caro que vive mais no departamento médico do que em quadra (Andrew Bogut). Trouxe o decadente Richard Jefferson e seu contrato de mais dez milhões de dólares por temporada até 2014. E, por último, seu maior erro: manteve no elenco Andris Biedrins, pior custo-benefício da NBA. Como anistiou Charlie Bell no início da temporada, a franquia terá que “engolir” o letão com contrato de US$27 milhões até 2014. Em suma, Riley comprometeu a folha salarial do time por mais duas temporadas.
Zeca Oliveira: Joe Dumars se esforçou muito para tentar levar esse “prêmio” ao escolher Darko Milicic na segunda escolha do draft de 2003 e dar contratos absurdos para Ben Gordon e Charlie Villanueva, mas acho que Otis Smith (Orlando Magic) é o que vem fazendo mais besteiras ultimamente. Eu até admiro sua ousadia, mas quando o melhor companheiro que você consegue arrumar para Dwight Howard é Jason Richardson, as coisas não estão legais. E, poxa, Brandon Bass por Glen Davis? Sério?
Lucas Colisse: Ernie Grunfeld, do Washington Wizards. Mesmo tendo jovens muito talentosos na equipe, como John Wall, ele não consegue montar um time competitivo – muito pelo contrário. A culpa não é só do dirigente, mas ele poderia ter desempenhado um papel melhor.
3 – Que executivo você não vê iniciando a próxima temporada no cargo?
Ricardo Stabolito Jr.: Otis Smith, do Orlando Magic. Não o acho tão ruim quanto a maioria, mas não existem mais condições de mantê-lo na franquia. Por mais que veja a lógica de seus movimentos (e concorde com muitos deles), seu trabalho passou longe de dar certo nos últimos dois anos.
Vinicius Donato: Rod Higgins, do Charlotte Bobcats.
Gustavo Lima: Larry Riley, do Golden State Warriors. Fez um trabalho medíocre nesta temporada.
Zeca Oliveira: Acho que Rod Higgins (Bobcats), já que o time de Charlotte está passando por uma reformulação e ele ainda não provou ser bom quando trabalhando com uma mentalidade a longo prazo.
Lucas Colisse: Acho que Grunfeld, do Wizards, e Rod Higgins, do Bobcats. São disparadas as duas piores franquias da liga e têm que se reestruturar urgentemente.
4 – Qual é o GM que terá mais trabalho nesta temporada?
Ricardo Stabolito Jr.: Rich Cho, do Charlotte Bobcats. Diferente do circo que a imprensa faz, eu não acho que o Bobcats esteja realmente preocupado com o fato de ser a pior equipe da história da NBA. O Thunder também foi um dos piores há três ou quatro anos e hoje briga pelo título. Esse é o objetivo de Cho – remontar como Oklahoma fez. O trabalho é gigantesco.
Vinicius Donato: Rich Cho, do Bobcats.
Gustavo Lima: Rich Cho, do Bobcats. Vai ter um trabalho enorme para montar um elenco decente para a próxima temporada.
Zeca Oliveira: Daryl Morey, do Houston Rockets. São três temporadas seguidas “batendo na trave” por uma vaga nos playoffs. Isso é muito pior do que qualquer campanha de sete vitórias e 59 derrotas e parece estar virando um círculo vicioso. Então, eu espero algo mais radical por parte de Morey e isso nunca é algo simples de se arquitetar.
Lucas Colisse: Danny Ainge, do Boston Celtics. Com o elenco envelhecido, ele terá a missão de começar a dura missão de renovar a equipe a montando para jogar em torno de Rondo. O famoso “Big Three” (Ray Allen, Paul Pierce e Kevin Garnett) terá que ser desfeito em troca de jogadores jovens, escolhas de draft e etc.
5 – Você está iniciando uma franquia hoje e pode contratar qualquer GM em atividade na NBA. Quem seria e por quê?
Ricardo Stabolito Jr.: Sam Presti, do Oklahoma City Thunder. Seu trabalho pela franquia nos últimos cinco anos é o exemplo perfeito de como se montar um time na NBA. Excelente recrutador, sempre leva a melhor nas trocas e sabe lidar com as nuances salariais da liga. Hoje, ele é o mais próximo que existe do dirigente ideal.
Vinicius Donato: Sam Presti. Só ver todo o processo de construção do elenco do Thunder.
Gustavo Lima: Sam Presti. Fez um trabalho de se tirar o chapéu no Thunder. Em três anos, por meio de escolhas de draft, ele levou o time de coadjuvante a concorrente ao título. E trouxe nomes como Thabo Sefolosha e Kendrick Perkins para completar o jovem e talentoso elenco.
Zeca Oliveira: R.C. Buford, se possível acompanhado de todos os scouts do San Antonio Spurs. A franquia está indo ao seu 15º playoff seguido sem estar em um grande centro ou fazendo movimentos radicais. Essa “Era Vencedora” está durando tanto tempo porque as apostas do GM – tanto no draft, quando em agentes livres – são geniais. Lembremos que qualquer uma das outras 29 equipes da NBA tiveram a chances de selecionar Tony Parker, Manu Ginobili e Tiago Splitter no recrutamento, mas quem o fez foi o Spurs (mesmo sem nunca estar no topo do draft).
Lucas Colisse: Eu contrataria R.C. Buford, do San Antonio Spurs. Ele faz um ótimo trabalho há anos e sempre consegue montar times competitivos. Por mais que a base do time seja a mesma há pelo menos sete ou oito anos, as peças de reposição e do banco que chegaram à equipe sempre deram certo.