Já se passaram 16 anos desde que a NBA proibiu jogadores irem direto do ensino médio para a liga. No entanto, com um novo contrato coletivo de trabalho a caminho, parece que as coisas podem voltar a ser como ante. Espera-se que a liga e a Associação dos Jogadores (NBPA) concordem em reduzir a idade mínima para entrada no Draft da NBA de 19 para 18 anos, de acordo com o portal The Athletic. Aliás, a mudança pode ocorrer a partir de 2024. Isso significaria o fim da regra que obriga jogadores a irem para o College antes de jogar na NBA.
Além disso, a medida abriria caminho para o próximo grupo de estrelas do ensino médio se tornarem profissionais, como ocorreu com Kobe Bryant, Kevin Garnett e LeBron James, por exemplo. Embora essa mudança afete a liga por anos e talvez décadas, há três histórias imediatas que valem a pena considerar.
A reunião da família James
LeBron, inquestionavelmente o maior prospecto do ensino médio da história, deixou claro que gostaria de jogar com pelo menos um de seus filhos. Supunha-se amplamente que ele não planejava ficar por tempo suficiente para que seu segundo filho, Bryce, também chegasse à NBA, já que ele tem apenas 15 anos. O próprio LeBron indicou que gostaria de jogar por tempo suficiente para se juntar aos dois filhos, mas com seu aniversário de 38 anos se aproximando, isso pode não ser possível.
Essa mudança não importa para Bronny. Independentemente se as regras forem ajustadas ou não, o Draft de 2024 chegaria um ano depois de ele se formar no ensino médio. Portanto, ele será elegível. Contudo, para Bryce significaria que ele poderia entrar na liga um ano depois. O jovem se formará no ensino médio em 2025 e, se a regra mudar, será elegível para o recrutamento da NBA quando seu pai tiver 40 anos.
No entanto, vale ressaltar que o Lakers deve uma escolha de primeira rodada ao New Orleans Pelicans, em 2024 ou 2025. A franquia da Louisiana decide quando vai querer a escolha. Portanto, é possível que o Lakers não tenha uma escolha de Draft para gastar em um deles. Mas, se James deixar o Lakers como agente livre, em 2024, para se reunir com um de seus filhos, isso não seria um problema.
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O Draft duplo
Você já se perguntou por que o Draft da NBA de 2006 foi tão fraco em relação a uma classe típica? Bem, em certo sentido, a regra de one-and-done o impediu de ser melhor. Os melhores alunos do ensino médio – Greg Oden e Kevin Durant – não foram elegíveis para serem selecionados imediatamente. No entanto, os jogadores que teriam sido os melhores calouros durante a temporada 2005-06 se declararam para o recrutamento de 2005. Isso significava que talentos da primeira rodada como Andrew Bynum, Gerald Green e Martell Webster já haviam ido para a liga. Basicamente, os jogadores muito bons no ensino médio de 2005 foram direto para a liga ao invés da faculdade.
Em 2024, o oposto será verdadeiro. Todos os melhores calouros da temporada universitária de 2023-24 estarão disponíveis. Provavelmente, alguns alunos do ensino médio irão para o College em busca de um processo de recrutamento mais “amigável” em 2025. Além disso, podemos ver mais possíveis “veteranos” jogando seus nomes em 2023 para evitar o Draft duplo. Ainda assim, o talento bruto no Draft de 2024 deve ser notável. Ou seja, basicamente, com a mudança na regra, a NBA terá os melhores jogadores do ensino médio e do College no recrutamento de 2024.
E quem pode lucrar?
Quem seriam os grandes vencedores desta mudança? Oklahoma City Thunder, Houston Rockets e Pelicans possuem escolhas de primeira rodada desprotegidas de outras equipes em 2024.
Várias outras equipes têm direitos de troca ou escolhas protegidas nesse recrutamento. Assim, essas escolhas agora valerão mais nas negociações. Além disso, as equipes que rotineiramente encontram talentos no fim do Draft, como Toronto Raptors, Golden State Warriors e Miami Heat, terão acesso a melhores perspectivas.
G League abandonada?
A G League (Lida de Desenvolvimento) nunca se igualará à NBA em termos de popularidade, mas cresceu significativamente nos últimos anos. Isso ocorreu graças, em parte, à presença de grandes promessas do ensino médio.
O G League Ignite foi fundado em 2020 e, desde então, produziu três escolhas top 10 no Draft: Jalen Green, Jonathan Kuminga e Dyson Daniels. Scoot Henderson, o prospecto número 2 na classe de 2023, vai atuar no Ignite nesta temporada.
Além de oferecer um caminho simplificado para os profissionais, a G League também ajudou outros jogadores a ganhar uma exposição muito necessária. A liga evoluiu e se tornou estável para as equipes da NBA. Todavia, sua maior atração pode perder muito brilho. Kuminga, Green, Daniels e Henderson provavelmente teriam se tornado profissionais direto para a NBA, se tivessem a opção. Talvez, com a perspectiva de irem direto para a NBA, futuros jogadores ignorem a G League. Mesmo que possa parecer melhor para se desenvolver, é complicado convencer alguém a ganhar quatro vezes menos do que ganharia na NBA, fora os holofotes e o sonho realizado.
Portanto, é difícil imaginar o fim de um ecossistema por uma mudança de regra, mas certamente a G League se tornaria bem menos atrativa do que a NBA para os jogadores que optarem por não irem para o College.
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