A conferência Leste foi o celeiro das maiores rivalidades da liga nas décadas de 1990 e 2000. Esses tempos ficaram para trás, mas cada novo encontro em mata-mata faz a gente relembrar esses duelos históricos. É o que vai acontecer agora, pois New York Knicks e Indiana Pacers vão se reencontrar nos playoffs da NBA depois de 11 anos.
Confrontos na temporada
Indiana Pacers 2 X 1 New York Knicks
30/12: Knicks 126 X 140 Pacers
01/02: Pacers 105 X 109 Knicks
10/12: Pacers 125 X 111 Knicks
Datas da série
06/05: Indiana Pacers X New York Knicks – 20h30 (Amazon Prime Video)
08/05: Indiana Pacers X New York Knicks – 21h00 (Amazon Prime Video)
10/05: New York Knicks X Indiana Pacers – 20h00 (ESPN 2)
12/05: New York Knicks X Indiana Pacers – 16h30 (ESPN 2)
14/05: Indiana Pacers X New York Knicks *
17/05: New York Knicks X Indiana Pacers *
19/05: Indiana Pacers X New York Knicks *
* Se necessário
Destaques
Indiana Pacers (47-35)
Temporada regular
Pascal Siakam: 21,3 pontos, 7,8 rebotes, 3,7 assistências e 54,9% de aproveitamento nos arremessos de quadra
Tyrese Haliburton: 20,1 pontos, 3,9 rebotes, 10,9 assistências e 47,7% de aproveitamento nos arremessos de quadra
Myles Turner: 17,1 pontos, 6,9 rebotes, 1,9 toco e 52,4% de aproveitamento nos arremessos de quadra
Playoffs (Passou pelo Milwaukee Bucks em seis jogos)
Pascal Siakam: 22,3 pontos, 8,8 rebotes, 4,2 assistências e 54,7% de aproveitamento nos arremessos de quadra
Myles Turner: 19,2 pontos, 7,2 rebotes, 2,8 assistências e 43,9% de aproveitamento nos arremessos de longa distância
Tyrese Haliburton: 16,0 pontos, 5,8 rebotes, 9,3 assistências e 43,5% de aproveitamento nos arremessos de quadra
New York Knicks (50-32)
Temporada regular
Jalen Brunson: 28,7 pontos, 3,6 rebotes, 6,7 assistências e 40,1% de aproveitamento nos arremessos de longa distância
Julius Randle: 24,0 pontos, 9,2 rebotes, 5,0 assistências e 47,2% de aproveitamento nos arremessos de quadra
Donte DiVincenzo: 15,5 pontos, 3,7 rebotes, 2,7 assistências e 40,1% de aproveitamento nos arremessos de longa distância
Playoffs (Eliminou o Philadelphia 76ers em seis jogos)
Jalen Brunson: 35,5 pontos, 4,5 rebotes, 9,0 assistências e 42,9% de aproveitamento nos arremessos de quadra
Josh Hart: 16,8 pontos, 12,3 rebotes, 4,5 assistências e 43,2% de aproveitamento nos arremessos de longa distância
OG Anunoby: 15,0 pontos, 6,8 rebotes, 1,3 toco e 51,3% de aproveitamento nos arremessos de quadra
Na temporada
New York Knicks e Indiana Pacers avançam nos playoffs da NBA enquanto, obviamente, vivem um momento de ascensão. No entanto, isso vai além do (ótimo) estado de suas campanhas. Os nova-iorquinos possuem uma equipe sólida e com estilo de jogo muito alinhado com as convicções do técnico Tom Thibodeau. Prova disso é que venceu uma série “brigada”, física contra o experiente Philadelphia 76ers.
O Knicks não chega a uma final de conferência há mais de duas décadas. E, por isso, nunca pareceu tão perto de chegar ao TOP 2 do seu lado nesse século.
Os comandados de Rick Carlisle, por sua vez, são uma equipe jovem diante do melhor resultado competitivo de seu ciclo. A vaga direta nos playoffs já soava como um ótimo resultado no início dos playoffs. Mas o sexto colocado do Leste foi além e conseguiu se aproveitar dos desfalques do Milwaukee Bucks para avançar contra o favorito. Alcança, com isso, uma fase que poucos esperavam. É uma boa surpresa.
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Números de Pacers e Knicks
As estatísticas evidenciam como Pacers e Knicks são times diferentes entre si. Trata-se de uma batalha de estilos que, acima de tudo, refletem formas díspares de praticar o basquete. Indiana teve o segundo ataque mais eficiente da liga, marcando pouco mais de 120 pontos por 100 posses de bola. Mas, ao mesmo tempo, registrou a sétima pior defesa da temporada em eficiência: cedeu 117,6 pontos.
Isso espelha uma ideia de “jogue e deixe jogar” da franquia já bem conhecida. Teve o segundo ritmo mais veloz da campanha e a sexta maior taxa de assistências. Como resultado, antes dos playoffs, só anotou menos de 100 pontos em um dos 82 jogos disputados. Ou seja, é um time que induz o basquete de fluidez.
New York, por sua vez, é um adepto do basquete mais truncado e físico da NBA atual. Teve a nona defesa mais eficiente da temporada, sofrendo pouco mais de 112 pontos por 100 posses de bola. Mais do que isso, teve um ritmo de ações que destoa do seu adversário nas semifinais do Leste. O time teve o pior índice nesse quesito e foi o único time a disputar menos de 96 posses por partida.
Além disso, para realçar essa diferença, os nova-iorquinos tiveram a segunda pior taxa de assistências da temporada. Só 59% das suas cestas aconteceram a partir de passes decisivos.
Na história
A história entre Pacers e Knicks nos playoffs da NBA só começou nos anos 1990, mas já tem muitos capítulos. Afinal, nos últimos 31 anos, essa vai ser a oitava vez em que os dois times vão se encontrar. E pela quarta vez, aliás, nas semifinais do Leste. Indiana leva uma leve vantagem no confronto porque passou em quatro das sete séries até agora. Isso inclui a única delas que aconteceu nesse século, em 2013.
Duelo de extremos
Knicks e Pacers, antes de tudo, é um duelo de extremos nas semifinais de conferência dos playoffs da NBA. Os nova-iorquinos, para começar, são um time com uma visão e ideia essencialmente defensiva do jogo. Andam na contramão das tendências da liga, pois pregam um basquete de ações mais lentas e ritmo lento. Quer impor-se por um basquete “brigado”, físico. Como resultado, sacrifica a fluência ofensiva de tudo.
É, em síntese, a equipe mais à feição que o técnico Tom Thibodeau já montou. Uma máquina que tenta impor o esforço em detrimento do talento.
Indiana, por outro lado, é um time ofensivo de eficiência histórica que quer ver o jogo solto e fluído. É uma equipe de ritmo muito rápido, que opera em transição e espaça tudo em meia quadra para deixar a partida o mais leve possível. Não por acaso, ainda que tenha disputado uma série “lenta” contra o Bucks, lidera os playoffs em média de assistências com folgas. O basquete de fluência, para resumir, é a sua identidade.
Durante a temporada regular, os duelos entre os times mostraram essa dualidade. As partidas que tiveram 266 e 236 pontos combinados, por exemplo, tiveram o Pacers como vencedor. Enquanto isso, o Knicks ganhou o jogo que somou para 214 pontos. Isso reflete, de certa forma, o que cada uma das equipes vai buscar nessa série. São duas formas bem diferentes de jogar e, acima de tudo, ver basquete.
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Mais do que astros
É uma reação natural resumir uma série entre Knicks e Pacers aos armadores dos dois lados. Afinal, são os astros dos elencos. Mas a verdade é que as duas equipes tiveram dificuldade para pará-los. Jalen Brunson teve média de 35,7 pontos contra Indiana na temporada. Tyrese Haliburton, por sua vez, anotou quase 20 pontos e 14 assistências por jogo contra os nova-iorquinos. Ou seja, isso vai ser um problema para ambos.
O segundo colocado do Leste, nesse sentido, possui um trunfo valioso nessa série: OG Anunoby. O especialista defensivo, que chegou durante a temporada, não esteve em quadra contra o Pacers. Ele pode ser defensor novo contra Brunson, que vai ter uma grande vantagem em termos físicos. Além disso, é capaz de trocar marcação e fazer frente a qualquer rival – em particular, contra um Indiana que joga tão “espaçado”.
O jogo aberto do Pacers, aliás, provou-se um problema na temporada regular contra o Knicks. Nas duas vitórias de Indiana da temporada, Myles Turner teve médias de 25,5 pontos e 4,0 cestas de longa distância. Isso é previsível, a princípio. Os pivôs de Nova Iorque são mais adequados a um jogo mais “tradicional” e, assim, vão ter dificuldades contra espaçamento.
Mitchell Robinson e Isaiah Hartenstein tem jogos mais efetivos em torno da cesta nos dois lados da quadra. Com isso, perdem eficiência quanto mais precisam “sair”. O time pode tentar uma abordagem mais agressiva no homem da bola para tentar diminuir a força do adversário nos passes. “Subir” os pivôs, em síntese. No entanto, eu acho que isso seria fugir um pouco da característica da equipe.
O que é uma fraqueza, ao mesmo tempo, representa uma outra possível vantagem para o Knicks: os rebotes. Esse é um ponto crítico para a equipe. O time de Nova Iorque teve a maior taxa de rebotes da liga na temporada regular, enquanto o oponente ficou com a sexta pior. É o encontro da equipe com rebote ofensivo mais forte da liga contra um dos cinco piores em rebotes defensivos. Ou seja, isso pode ser um forte mismatch.
Afinal, quem passa?
Parece claro que essa é uma série em que o ritmo do jogo, como citado anteriormente, vai indicar quem está no comando. É fato que o Pacers venceu um duelo mais “lento” contra o Bucks na primeira rodada dos playoffs. Isso não quer dizer, no entanto, que queiram jogar assim. Mostra, talvez, que Indiana mereça mais crédito como um time versátil do que recebe até agora.
Por escolha, a princípio, está muito claro o que vai acontecer. Uma série mais aberta, de transição rápida e espaçamento, simboliza que as coisas vão estar à feição do sexto colocado do Leste. Por outro lado, um duelo físico de execução mais “modorrenta” e brigado em espaços pequenos é a cara do vice-líder da conferência. Esse é o estado, para resumir.
Na temporada regular, por pouco, a vantagem esteve do lado de Indiana. Mas, agora, o Knicks possui algumas vantagens importantes. O reforço de Anunoby, viver um melhor momento técnico e ter mando de quadra, por exemplo. Randle pode ser um desfalque mais relevante agora do que contra o Sixers, mas os nova-iorquinos soam partir de condições um pouco melhores. É o favorito, certamente.
Palpite: Knicks em seis jogos.
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