Fonte: David Dow / AFPO Philadelphia 76ers teve a terceira ofensiva mais eficiente da última temporada. A estatística não chega a ser surpreendente, pois o time é liderado por dois MVPs da liga. Joel Embiid, aliás, conquistou o prêmio nesse ano. Mas, mesmo assim, nem todos estão felizes com o funcionamento da equipe. O pai e empresário de Tobias Harris, por exemplo, acredita que o ataque do Sixers subvaloriza o filho.
“Pessoalmente, eu não acho que o meu filho seja bem utilizado. Digo isso porque, antes de tudo, Tobias é um ‘pontuador assassino’. É um atleta que, para resumir, não pode ser marcado. Ninguém pode pará-lo nessa liga. Já provou isso ao longo da carreira e em sua passagem por outros times. Mas, aqui, ele só fica encostado no corner”, reclamou Torrel Harris, no podcast “Business of Sports”.
Do ponto de vista ofensivo, realmente, Harris registrou números que sugerem um subaproveitamento na campanha. Ele teve, afinal, a sua menor média de pontos (14,7) e arremessos de quadra (11,4) em sete anos. No entanto, converteu mais de 50% dos seus chutes só pela segunda vez na carreira. Para o pai do jogador, isso mostra como o ala-pivô tem o potencial limitado na Pensilvânia.
“Eles não utilizam Tobias, pois nunca foi uma prioridade em seu sistema ofensivo. Isso é frustrante porque, como disse, estamos falando de um jogador que chuta traseiros no ataque. Você não quer só ficar pedindo bola no canto da quadra, por exemplo. E sinto que, quando teve chances maiores, mostrou que pode ser bem mais do que vemos hoje”, garantiu o agente.
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Melhor momento
Harris, de fato, já teve momentos em que foi mais aproveitado ofensivamente na carreira e deu uma boa resposta. A curta passagem pelo Los Angeles Clippers, certamente, é o melhor exemplo. Anotou média de quase 21 pontos na primeira metade da temporada 2018-19 e, assim, foi candidato a ser all-star. A saída da equipe angelina só aconteceu por causa de um “desalinhamento”.
“O Clippers só trocou Tobias porque a equipe ficou boa demais e desejavam uma reconstrução mais lenta. Mas eles ofereceram uma extensão antes. Fizeram uma proposta de uns US$80 milhões por cinco anos. Recusamos, pois estava longe. O nosso valor era US$35 milhões por temporada. Não quiseram nos pagar, então negociaram com Philadelphia”, recordou o empresário.
Torrel garante que, até mesmo no Sixers, o seu filho viveu instantes semelhantes ao ótimo período no Clippers. Mas sempre foi “sabotado” internamente. “Já houve um intervalo de 15 partidas em que Joel e James [Harden] não atuaram. Tobias, então, marcou uns 25 pontos por partida. No entanto, quando ambos retornaram, eles chegaram para o meu filho e disseram para voltar ao corner”, concluiu.
Troca
As declarações do pai de Tobias Harris e críticas ao ataque do Sixers ocorrem em um momento crítico. As especulações sobre uma possível negociação do ala-pivô, afinal, voltaram com muita força nos últimos dias. Não faltam, a princípio, times que monitoram a situação. Phoenix Suns, Dallas Mavericks, Utah Jazz, Cleveland Cavaliers e Indiana Pacers seriam alguns dos interessados.
A saída do jogador, por enquanto, é improvável. Segundo Keith Pompey, do jornal Philadelphia Inquirer, a pedida da franquia de Philadelphia para liberar o titular é fora de realidade. Teria exigido, por exemplo, Jarrett Allen, Evan Mobley e uma escolha de primeira rodada de draft do Cavs em uma troca. Entendeu-se a exigência como um tipo de afronta.
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