Em esportes profissionais, sempre veremos equipes boas e ruins. E na NBA não é diferente, mas existem aqueles times que ficam no limbo. Pela natureza de como funcionam as franquias de esportes americanos, teoricamente os times ruins não serão ruins por tanto tempo. No começo de uma temporada, podemos separar os times em três prateleiras: os candidatos ao título, os que estão desenvolvendo jovens jogadores e os que estão tankando – perdendo de propósito para conseguir escolhas altas no Draft.
Na próxima campanha, ainda mais times, como San Antonio Spurs e Indiana Pacers aderiram ao tank, já que a potencial escolha número um do próximo Draft, Victor Wenbanyama, anima bastante os olheiros da liga.
Além dessas três categorias, podemos nomear mais uma: os times no limbo. Que não são bons o suficiente para serem candidatos sérios ao título, mas que também não vão perder jogos o suficiente para tankar. Alguns desses times tem jogadores jovens que podem um dia se tornar o futuro da franquia. Entretanto, esses jogadores são ofuscados dentro do próprio time, dificultando seu processo de amadurecimento para um dia serem superestrelas para aquela equipe.
Seja no basquete ou em outras ligas americanas, é possível dizer que ser mediano é pior que ser ruim. Sem mais delongas, aqui estão os times que estão presos no limbo da NBA.
Portland Trail Blazers
Eu sei, eu sei. O Damian Lillard é muito bom. Anfernee Simons teve uma ótima temporada e acabou de renovar. Então, Jerami Grant chegou. No entanto, é difícil imaginar esse time indo além de uma primeira rodada de playoffs. Enquanto Dame deve continuar a ser um pontuador incrível, suas deficiências ainda são as mesmas de quando o jogador fazia dupla com CJ McCollum, dois jogadores baixos nas posições de armador acabam tornando a defesa da equipe frágil. No entanto, Anfernee Simons, nova dupla de Lillard, tem a mesma altura de McCollum! Dessa forma, é possível dizer que, pelo menos nesse aspecto, Portland trocou seis por meia dúzia.
Além disso, sabe quando disse que alguns jovens jogadores são ofuscados dentro do próprio time, sem tanto espaço para se desenvolver? É o caso de Simons. O ala-armador mostrou na última temporada que tem um chute apurado de três, é bastante rápido e consegue ter uma boa tomada de decisão. No entanto, é difícil vê-lo no momento como um jogador que influencia positivamente o suficiente para chegar ao título, especialmente se tratando de uma equipe que precisa dele como a segunda opção ofensiva.
É claro, tudo isso pode mudar no futuro, com a melhora de Simons, que tem potencial para ser um All-Star. Mas seu desenvolvimento é retardado pela presença e dominância de Lillard, que inevitavelmente irá controlar as ações da equipe. Isso foi visto na última temporada, quando Simons floresceu e melhorou (e muito!) seu jogo enquanto Lillard estava machucado.
O resto da equipe
Outras peças interessantes da equipe são Jerami Grant, recém-chegado de Detroit que teve boas temporadas por lá. No entanto, pode ser o caso de jogador que foi bem enquanto num time ruim. Agora, com Lillard controlando as ações com bola da equipe, é esperado que Grant tenha uma pequena regressão ofensivamente, voltando para algo parecido com seus dias de Oklahoma City Thunder. Além dele, Jusuf Nurkic, Josh Hart e Gary Payton II são jogadores que contribuem positivamente – porém, não o suficiente para serem campeões.
Por muitos anos com a dupla de Lillard e CJ, o Blazers esteve entre os times nesse limbo da NBA, chegando uma única vez às finais de conferência. Agora, sem CJ e com Simons, não parece que o panorama da equipe muda tanto.
New York Knicks
A contratação de Jalen Brunson (foto) por cerca de US$104 milhões por quatro anos foi a grande movimentação do New York Knicks nesta offseason. No entanto, baseado no que o jogador mostrou até aqui na carreira, é difícil dizer se ele vale tudo isso.
Seu ponto alto foi a série entre Dallas Mavericks e Utah Jazz, onde, mesmo sem Luka Doncic nos três primeiros jogos, Brunson conseguiu carregar os Mavs e vencer dois jogos, numa situação em que muitos esperavam que Utah dominasse. Entretando, muitos fãs dos Knicks se perguntam se realmente vale a pena pagar tanto por um jogador baseado em uma série de playoffs.
RJ Barrett parece ser o principal jogador desse time e, em dupla com Jalen Brunson, precisam liderar os Knicks. Barrett tem melhorado consistentemente durante sua carreira, chegando ano passado a média de 20 pontos por jogo. Infelizmente para o torcedor da equipe de Nova York, porém, Barrett ainda está longe de ser o jogador que lidera um time concorrente ao título.
Julius Randle, Derrick Rose e Mitchell Robinson são algumas das outras peças interessantes que os Knicks possuem. Randle, que foi selecionado para o All-NBA Team na temporada 2020-21, decaiu muito em 2021-22, fazendo com que muitos questionassem o contrato que recebeu da equipe. Ainda assim, o jogador já mostrou que pode figurar entre os melhores da liga.
Derrick Rose mudou bastante seu estilo de jogo nos últimos anos, sendo hoje um jogador mais cerebral e que lidera a segunda unidade, servindo também como mentor dos mais jovens. Nisso, ele não peca. Por outro lado, Mitchell Robinson é outro que tem melhorado constantemente como protetor de aro e também seu jogo ofensivo.
Os jovens estão melhorando
No geral, alguns podem interpretar que o Knicks está, sim, desenvolvendo seus jogadores jovens, como Mitchell Robinson e RJ Barrett. No entanto, o contrato dado a Julius Randle diz o contrário, já que o jogador recebeu quase 140 milhões de dólares por quatro anos, movimento que o coloca em evidência como principal jogador da franquia.
Talvez a gestão da equipe de Nova York tenha sido enganada pela temporada 2020-2021, onde a equipe conseguiu a quarta colocação geral da conferência leste, e achou que podiam seguir dali para cima. No entanto, a temporada seguinte provou o contrário. Cabe aos jogadores mostrarem que o Knicks pode, sim, acabar com anos consecutivos de mediocridade e dar o salto para serem candidatos ao título. Mas, no momento,a equipe é a cara dos times no limbo da NBA.
Sacramento Kings
Olhando rápido, o Sacramento Kings parece um amontoado de jogadores medianos. Richaun Holmes, Kevin Huerter, Jeremy Lamb, Alex Len, Malik Monk, Harrison Barnes… e por aí vai. As estrelas do time são Domantas Sabonis e De’Aaron Fox, além do recém-draftado Keegan Murray. Sem dúvidas, o Kings faz parte dos times que estão no limbo da NBA.
Sabonis, que já foi selecionado para o All-Star game durante seus anos em Indiana, sempre mostrou um jogo sólido tanto como pontuador tanto quanto reboteiro. O Pacers, ex-time de Sabonis, no entanto, perceberam que não conseguiam dar ao jogador apoio o suficiente para serem candidatos ao título, então o trocaram por Tyrese Haliburton e Buddy Hield. Do lado do Kings, entretanto, a negociação foi vista de forma esquisita: trocar um jovem jogador bastante promissor em Haliburton, além de Hield, que era um ótimo ativo para trocas? Para onde isso leva a equipe?
A grande verdade é que, mesmo com De’Aaron Fox melhorando seu jogo constantemente e Sabonis sendo um jogador nível All-Star, não há muito além disso no time. Kevin Huerter, ex-Atlanta Hawks, ajuda com um arremesso de três consistente, enquanto Harrison Barnes e Richaun Holmes são sólidos na defesa. Parece a receita para a mediocridade, né?
Keegan Murray
A esperança da equipe é a escolha número quatro do draft, Keegan Murray. O jogador é tido pelos analistas como o mais pronto do draft, de forma que o Kings não terá que esperar tanto assim para vê-lo se desenvolver e ajudar a equipe. No entanto, a maioria dos jovens jogadores sofre com o processo de adaptação à liga, além de que Murray ainda tem alguns aspectos no seu jogo que precisa melhorar. Como com Lillard e Simons, Murray não terá tanto a bola, graças a presença de Sabonis e Fox, e isso pode ser um empecilho para seu desenvolvimento.
Pois bem, mas o Kings pode até beliscar um play-in, pois tem dois jogadores que são, de fato, bastante bons. Além disso, no entanto, é difícil enxergar a equipe de Sacramento sequer sonhando. Basta ver se Keegan Murray será uma influência positiva desde seu primeiro momento na liga.
Washington Wizards
Duas palavras: Contrato Beal.
O Washington Wizards tido problemas com lesões nos últimos anos, frequentemente vendo seus principais jogadores perdendo bastante tempo de jogo devido a razões médicas. Depois da troca de Russell Westbrook em 2021 e a chegada de Kyle Kuzma, muito se pensou que a equipe iria abrir mão também de Bradley Beal, e ir totalmente para o caminho do tank.
No entanto, um ano depois, o contrário foi feito. Wizards e Beal chegaram a um acordo de US$250 milhões por cinco anos, tornando o jogador um dos mais bem pagos da história. Além disso, o contrato também tem uma cláusula de não troca, significando que Beal só pode ser trocado se ele aceitar.
É difícil dizer, entretanto, se as cifras valem a pena, visto que se pode argumentar que Beal não é um jogador top-15 da liga.
Outra peça interessante é Kristaps Porzingis. O letão, que já foi selecionado para o All-Star Game, não conseguiu se recuperar tão bem de sua lesão sofrida em 2018, e seu tempo em Dallas foi definitivamente ruim para ele. Já no Wizards, Porzingis tem a missão de ser a segunda opção do time, dando suporte e tirando um pouco a bola de Bradley Beal.
Além disso, o Wizards agora trabalha com pouco espaço em sua folha salarial, além de vários jogadores medianos. Will Barton, Kyle Kuzma, Taj Gibson… São todos jogadores que, embora não sejam ruins, também não contribuem tanto assim para tornar um time extremamente competitivo.
O futuro
É difícil saber quais os próximos passos da equipe de Washington, principalmente devido ao contrato de Beal, que não dá muita flexibilidade. No entanto, se Beal tiver uma temporada de mais de 30 pontos por jogo como já teve, e Porzingis voltar aos seus dias de Knicks, podemos ver o Wizards chegando até mesmo às semifinais de conferência. Mais do que isso, eu diria impossível.
Por enquanto, o Wizards é um dos times no limbo da NBA.
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