Semana após semana o Jumper Brasil traz um artigo sobre os coadjuvantes de times campeões da NBA. A equipe de hoje é o Houston Rockets, bicampeão nas temporadas 1993-94 e 1994-95, anos em que Hakeem Olajuwon foi eleito MVP das finais.

Houston Rockets

Títulos: 2
Participações em playoffs: 33
Melhores jogadores da franquia: Hakeem Olajuwon, James Harden, Calvin Murphy, Moses Malone, Rudy Tomjanovich, Yao Ming, Otis Thorpe, Elvin Hayes e Steve Francis

Após ser eliminado na semifinal de conferência em 1992-93 pelo Seattle Supersonics em sete jogos, o Houston Rockets entrou na temporada 1993-94 com dois jogadores muito jovens ganhando muito tempo de quadra: Sam Cassell e Robert Horry.

Havia uma certa pressão por fazer boa campanha, pois o melhor time do Texas nos anos anteriores era o San Antonio Spurs. Com Hakeem Olajuwon no elenco, era necessário fazer mais. E foi o que o Rockets fez.

1993-94

O início foi arrasador, vencendo incríveis 22 dos 23 jogos iniciais, sendo os 15 primeiros de forma consecutiva. Vale lembrar que era o primeiro ano sem o pavor de enfrentar Michael Jordan e o Chicago Bulls em uma eventual final. O Houston Rockets estava confiante de que faria uma excelente temporada, já que o time “deu liga”. Depois, a equipe caiu de produção e perdeu cinco partidas em seis disputadas, ligando o sinal amarelo. Entretanto, o time texano recuperou-se e seguiu brigando pelo primeiro lugar do Oeste até o fim, mas o Sonics terminou a fase regular no topo, enquanto o Rockets foi o segundo. Nos playoffs, o primeiro desafio foi o Portland Trail Blazers, mas veio com vitória por 3 a 1. Logo depois, encarou o Phoenix Suns, finalista do ano anterior, na semifinal de conferência. A equipe de Houston precisou de sete jogos para eliminar o Suns de Charles Barkley. Em seguida, na final de conferência, superou o forte Utah Jazz, de Karl Malone e John Stockton por 4 a 1, classificando-se para a final da NBA pela terceira vez em sua história. Na decisão, pegou o New York Knicks, de Patrick Ewing e obteve o inédito título após cinco partidas.

Principal jogador: Hakeem Olajuwon – 27.3 pontos, 11.9 rebotes, 3.6 assistências, 3.7 bloqueios, 1.6 roubada, 52.8% de acertos nos arremessos de quadra
Técnico: Rudy Tomjanovic

1994-95

Era a chance de defender o título. A direção do Houston Rockets estava preparada para fazer qualquer tipo de sacrifício para manter-se com chances de vencer novamente. E, assim como no ano anterior, o time saiu vencendo todos os oponentes. Foram nove triunfos consecutivos, mas logo vieram as derrotas e a equipe passou a cair de produção. Depois de várias conversas, o Rockets conseguiu realizar uma troca dos sonhos, recebendo o astro Clyde Drexler. Mas, para isso, precisou entregar o ala-pivô Otis Thorpe. Robert Horry foi obrigado a tornar-se ala-pivô em diversos momentos dos jogos, mas ainda assim, o time não conseguia engrenar, classificando-se apenas em sexto na conferência. Esses problemas estenderam-se para os playoffs, quando superou seus dois primeiros oponentes no último jogo (Utah Jazz e Phoenix Suns). Na final de conferência, encarou o San Antonio Spurs em seis partidas. Do outro lado, estava o Orlando Magic de Shaquille O’Neal e Penny Hardaway, o favorito. O primeiro jogo, em Orlando, é considerado um dos melhores de todos os tempos, quando Nick Anderson falhou em quatro lances livres consecutivos, dando brecha para o Rockets confirmar a vitória por 120 a 118. O momento do Magic passou e o Rockets sobrou no segundo embate, abrindo 2 a 0 na série. Em casa, a equipe foi superior e garantiu o seu segundo título.

Principal jogador: Hakeem Olajuwon – 27.8 pontos, 10.5 rebotes, 3.5 assistências, 3.4 bloqueios, 1.8 roubada e 51.7% de acertos nos arremessos de quadra
Técnico: Rudy Tomjanovich

Os coadjuvantes

Clyde Drexler

Clyde Drexler é um dos 12 jogadores do fantástico Dream Team, de Barcelona-92 e dez vezes All Star, mas sua grande fase foi pelo Portland Trail Blazers. Em fevereiro de 1995, o Houston Rockets enviou Otis Thorpe e escolha de draft por Tracy Murray e ele. O resultado: título logo de cara. Se no Blazers ele não havia conquistado o campeonato, Drexler aproveitou sua primeira oportunidade ao lado de Hakeem Olajuwon para tal. Ele jogou por lá até 1997-98, quando aposentou-se, não sem antes atuar ao lado de Charles Barkley. Ainda assim, foi o cestinha da equipe naquela campanha, com 18.4 pontos e ainda somou 5.5 assistências, 4.9 rebotes e 1.8 roubada aos 35 anos.

Otis Thorpe

Envolvido na troca que levou Clyde Drexler para o Houston Rockets, Otis Thorpe atuou pelo time texano entre 1988-89 até 1994-95, sendo All Star em 1992. Depois disso, o ala-pivô ficou até o fim da temporada no Portland Trail Blazers e foi para o Detroit Pistons. Em seguida, teve passagens pelo Vancouver Grizzlies, Sacramento Kings, Washington Wizards e Charlotte Hornets, aposentando-se em 2000-01. Finalizou a carreira aos 38 anos, totalizando 17.600 pontos e 10.370 rebotes em 1.257 jogos.

Vernon Maxwell

Com vocação ofensiva, Vernon Maxwell começou a carreira pelo San Antonio Spurs, mas rapidamente foi para o Houston Rockets. Sua especialidade era o arremesso de três. Naquela época, ele arriscava cerca de 6.5 por jogo, um número consideravelmente alto. Porém, com Hakeem Olajuwon no time, Maxwell era segunda ou terceira opção no ataque texano. Saiu depois do segundo título e iniciou uma troca de times de forma constante, passando por Philadelphia 76ers, retornando ao Spurs, Orlando Magic, Charlotte Hornets, Sacramento Kings, Seattle Supersonics e encerrou a carreira aos 35 anos, no Dallas Mavericks, em 2000-01.

Robert Horry

O cara certo, na hora certa. Os dois primeiros dos sete títulos em sua carreira foram pelo Houston Rockets. Robert Horry mostrou potencial em seu primeiro ano, já como titular em todos os jogos. Horry jogava como ala ou ala-pivô e o resultado era sempre o mesmo: no ataque, jogava aberto, posicionado para o arremesso de três. Vital para as conquistas do Rockets, especialmente em 1994-95, quando fez 19 pontos ou mais em três dos quatro jogos contra o Orlando Magic. Horry depois foi campeão pelo Los Angeles Lakers e San Antonio Spurs, além de passagem por Phoenix Suns. Encerrou a carreira em 2007-07, aos 38 anos.

Sam Cassell

Reserva de luxo nos tempos de Houston Rockets, Sam Cassell tornou-se um dos melhores armadores da NBA no fim dos anos 90, com grande passagem pelo New Jersey Nets, quando obteve 19.6 pontos e 8.0 assistências. Depois, manteve-se no topo jogando pelo Milwaukee Bucks e Minnesota Timberwolves. Neste último, foi para o Jogo das Estrelas em 2003-04, o ano em que o Timberwolves deu trabalho para os principais candidatos ao título, ao lado de Kevin Garnett, Latrell Sprewell e Wally Szczerbiak. Encerrou a carreira com mais um anel de campeão, pelo Boston Celtics em 2007-08, quase como um mentor para Rajon Rondo.

Kenny Smith

Comentarista da TNT americana, Kenny Smith era um bom armador no Houston Rockets. Chegou ao time em 1990-91, após passagens por Sacramento Kings e Atlanta Hawks. Fez 17.7 pontos e 7.1 assistências em seu primeiro ano em Houston, mas caiu de produção nas temporadas seguintes, ainda que tivesse aproveitamento sensacional nos arremessos de três por lá: 40.7%. Smith, depois passou Detroit Pistons, Orlando Magic e encerrou a carreira no Denver Nuggets, em 1996-97.

Mario Elie

Ala-armador, Mario Elie era conhecido por ser ótimo defensor e sabia arremessar de longa distância, mas demorou a chegar na NBA. Passou pela antiga CBA, jogou no basquete argentino e português até ser convidado pelo Philadelphia 76ers por três jogos. Foi para o Golden State Warriors, Portland Trail Blazers e, finalmente, para o Houston Rockets, aos 30 anos. Foram cinco temporadas, com dois títulos. Desapareceu nas finais contra o New York Knicks, mas fez pelo menos 17 pontos em três dos quatro jogos diante do Orlando Magic, em 1994-95. Encerrou a carreira em 2000-01, aos 37 anos, no Phoenix Suns.

Os coadjuvantes – Houston Rockets de Olajuwon

Gustavo Freitas analisa jogadores que tiveram parte importante nas conquistas dos títulos de 1993-94 e 1994-95

Houston Rockets

Os coadjuvantes

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