Na tarde deste sábado, 19 de abril, morreu Luciano do Valle, aos 66 anos, um dos melhores narradores que o país já teve e que com certeza foi um dos principais responsáveis pelo que a NBA é hoje no Brasil.
Comecei a gostar de esportes muito por conta dele. Chegava aos domingos, já pela manhã para assistir futebol italiano. E vinha o Show do Esporte, com apresentação de Elia Júnior. Eu assistia a Bandeirantes desde cedo até o fim do programa, que era lá pelas 20h. Seu comando era um absurdo de bom. Fazia o brasileiro entender de esportes, sem meias palavras, sem muita frescura.
Nos anos 80, Luciano, ao lado de Álvaro José, trouxe aos telespectadores algo que poucos imaginavam, um jogo de basquete com grandes lances de nomes que eu só lia nos jornais. Era algo inacreditável. Não existia essa coisa de TV por assinatura ou pela internet. Isso não existia aqui. Quem acompanhava, era só quem tinha antena parabólica ou pela Band.
Os nomes Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird, foram massificados aqui por conta de seu excepcional trabalho. Quem viu o último All Star game de Magic pela Band, sabe do que estou falando. Narrou com maestria. Me fez chorar pela primeira vez por causa de esporte.
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Ao mesmo tempo, trouxe a NFL e era um esporte completamente diferente para os nossos padrões. Ninguém entendia nada e Luciano dava aula sobre o assunto. Além disso, teve ainda a Fórmula Indy, uma concorrente de respeito da Fórmula 1. Ele era completo.
Infelizmente, ninguém está aqui para sempre, mas se tem uma coisa que podemos fazer é agradecê-lo por todo esforço que fez para trazer o esporte americano ao Brasil. Seu legado será eterno.
Obrigado, Luciano.