Balanço da trade deadline

Gustavo Lima analisa as movimentações feitas pelas franquias no período final de trocas

Fonte: Gustavo Lima analisa as movimentações feitas pelas franquias no período final de trocas

trade deadline é um dos períodos mais bacanas da NBA (junto com o draft e início da offseason), mas neste ano ela foi frustrante. Isso foi consenso entre os que gostam e acompanham o melhor basquete do mundo.

Rumores de trocas que envolviam jogadores de calibre como Dwight Howard, Kevin Love e Al Horford não se concretizaram. De fato, tivemos apenas negociações que envolveram jogadores de segundo e terceiro escalão da Liga. No total foram dez transações e 25 jogadores trocados, conforme o post publicado ontem pelo Ricardo Stabolito.

Com a multa cada vez mais pesada para as franquias que excedem o teto salarial, percebemos que boa parte das negociações fechadas nesta semana serviu para trazer alívio à folha salarial das equipes. Tudo para evitar o pagamento da Luxury Tax (taxa especial para times que excedem o teto da folha salarial) e/ou criar condições melhores para o mercado de agentes livres que se abre no dia 1º de julho. Foram os casos de Chicago Bulls, Memphis Grizzlies, Miami Heat, Philadelphia 76ers e Phoenix Suns.

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Apenas Charlotte Hornets, Detroit Pistons, Los Angeles Clippers, Orlando Magic e Washington Wizards qualificaram seus elencos visando classificação para os playoffs.

O Hornets se reforçou bem com o ala-armador Courtney Lee, que tem contrato expirante. Ele combina solidez defensiva no perímetro com um bom arremesso de média e longa distância. Ele deve ocupar a vaga de Michael Kidd-Gilchrist, fora da temporada por conta de mais uma lesão no ombro. O time de Steve Clifford, portanto, ganha um jogador que pode contribuir em bolas de três pontos, sem perder a solidez defensiva. Ainda não entendo o que acontece com Lee, que é um bom role player, mas que já vai para seu sexto time na NBA, em oito temporadas.

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O Pistons trouxe o versátil ala Tobias Harris, que pode ajudar o time de imediato e a longo prazo, já que tem contrato garantido até 2019. Além dele, o time de Detroit angariou o ala-pivô Donatas Motiejunas e o ala-armador Marcus Thornton, que, saudáveis, serão boas opções na segunda unidade da equipe. Os dois que vieram do Houston Rockets têm contratos expirantes, mas segundo a imprensa de Detroit, o manda-chuva Stan Van Gundy teria interesse na permanência do lituano para os próximos anos. O fato é que o Pistons tem uma base jovem sólida e talentosa, já em condições de levar a equipe de volta aos playoffs depois de sete anos.

Doc Rivers conseguiu levar para o Clippers seu ex-pupilo na época de Boston Celtics, o ala Jeff Green, e ainda se livrou de Lance Stephenson, que pouco contribuía. Green tem contrato expirante e deve adicionar qualidade ao banco de reservas do time angelino. Até o retorno de Blake Griffin, que só Deus sabe quando será, ele deverá ter bastante tempo de quadra. Além disso, Rivers espera que o novo reforço contribua nos playoffs, quando optar por formações mais baixas em quadra. É inegável que o time se fortalece para a pós-temporada com a chegada de Green, mas ainda acho que o Clippers continua atrás de Golden State Warriors, San Antonio Spurs e Oklahoma City Thunder.

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Já o Magic, sedento por uma classificação aos playoffs, trouxe a dupla Brandon Jennings e Ersan Ilyasova. O detalhe é que ambos já foram treinados e têm a confiança de Scott Skiles. Com um banco de reservas reforçado, e Aaron Gordon ganhando cada vez mais espaço entre os titulares, o time de Orlando vai forte para brigar pelos playoffs após quatro anos no limbo. Ao abrir mão de Harris, o Magic mostrou que se arrependeu de estender o contrato do ala na última offseason. Com a saída dele, e o fato de Jennings ter contrato expirante e Ilyasova com um vínculo não garantido em 2016/17, a franquia de Orlando terá um espaço considerável na folha salarial para investir em agentes livres, em julho. A renovação de contrato do francês Evan Fournier e a chegada de um ala-pivô de calibre (Al Horford talvez) deverão ser as prioridades do Magic na próxima offseason.

O Wizards, por sua vez, reforçou sua posição mais carente. A chegada de Markieff Morris pode impulsionar a equipe rumo à pós-temporada. Inegavelmente, o time de Washington ganhou talento e ainda se livrou de dois jogadores que pouco contribuíam (Kris Humphries e DeJuan Blair). A briga pelas vagas de playoffs no Leste será insana, já que à exceção de Cleveland Cavaliers e Toronto Raptors, as outras seis posições estão em aberto. E nove times estarão se engalfinhando até o fim da temporada regular para conseguir a tão sonhada vaga. O Wizards é um deles.

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Não considero que a chegada de Channing Frye vá trazer algum impacto ao Cavs. Tudo bem que ele é mais uma opção para espaçar a quadra, mas “na hora do vamos ver”, nos playoffs, ele não deverá ter tanto espaço assim. Frye é mais um big man que arremessa de três e defende mal. Por exemplo, não dá para atuar com ele e Kevin Love ao mesmo tempo contra um Warriors ou Spurs da vida…

Digo o mesmo para a ida de Randy Foye para o Oklahoma City Thunder, Shelvin Mack para o Utah Jazz, Kirk Hinrich para o Atlanta Hawks, Justin Holiday para o Chicago Bulls e Brian Roberts para o Portland Trail Blazers. São jogadores que deverão ter poucos minutos em quadra.

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Vale destacar ainda as movimentações feitas pelo Memphis Grizzlies, que parece que chutou o balde para a temporada após a lesão do pivô Marc Gasol. O time carece de bons arremessadores e, mesmo assim, trocou duas de suas melhores opções nesse quesito (Lee e Green). O curioso é que, agora, metade do elenco do Grizzlies já esteve envolvida em alguma confusão extra-quadra. O técnico Dave Joerger merece um aumento salarial por comandar Mario Chalmers, Tony Allen, Lance Stephenson, Matt Barnes, P.J. Hairston, Zach Randolph e Chris Andersen.

O Suns finalmente conseguiu se livrar do problemático Morris e ainda angariou uma pick de primeira rodada do draft deste ano (protegida até a nona escolha) do Wizards. Nada mal. Com isso, o time de Phoenix possui grandes chances de ter três escolhas de primeira rodada no recrutamento de junho (a própria, a do Wizards e a do Cavs). Quanto aos jogadores que vieram de Washington, o contrato de Humphries é aceitável (US$ 4,6 milhões na próxima temporada) e Blair deverá ser dispensado em breve. Além disso, com a saída de Morris e de seus cerca de US$ 8 milhões anuais, o time abriu mais espaço na folha salarial.

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Dito isso, agora temos menos de dois meses até o início dos playoffs, e Warriors, Spurs, Cavs, Thunder e Raptors continuam sendo as principais forças da liga. A disputa por vagas na pós-temporada vai ser interessante, sobretudo no Leste, com Hornets, Magic, Pistons e Wizards reforçados. A contagem regressiva para aos playoffs já começou.

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