O MVP do Warriors

O Golden State Warriors adquiriu o armador Jarrett Jack no início da presente temporada através de uma troca tripla envolvendo seu ex-time, o New Orleans Hornets e o Philadelphia 76ers, pois buscava um reserva de qualidade para sua joia em lapidação – e que frequentemente é traído pela fragilidade do próprio corpo – Stephen Curry. […]

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O Golden State Warriors adquiriu o armador Jarrett Jack no início da presente temporada através de uma troca tripla envolvendo seu ex-time, o New Orleans Hornets e o Philadelphia 76ers, pois buscava um reserva de qualidade para sua joia em lapidação – e que frequentemente é traído pela fragilidade do próprio corpo – Stephen Curry.

Porém, para a sorte da franquia, ela acabou recebendo não apenas mais um role player para a rotação, pelo contrário: atualmente, Jack é cogitado para vencer o prêmio de Sixth Man Of The Year da NBA, e além disso, pode ser considerado o Most Valuable Player da equipe em 2012-13.

Para mim, o MVP não é o melhor jogador de uma equipe (que no caso do Warriors seria Stephen Curry ou David Lee), mas sim aquele jogador cujo impacto em quadra seja o mais positivo possível, e cuja ausência seja extremamente prejudicial para o time, o que nos remete à Jack.

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Vindo do banco de reservas em 51 das 55 partidas que disputou na temporada e atuando 29.5 minutos por noite, ele tem médias de 13.8 pontos, seis assistências, 47,5% de aproveitamento nos arremessos e 42,7% de acertos em chutes do perímetro – esta é a melhor marca da carreira.

Quando ele está em quadra, ele é o organizador da equipe no ataque, além de ser o responsável por marcar quem for mais perigoso no perímetro – seus longos braços compensam a falta de altura, 1,91m. Mas sua influência vai além do que os números são capazes de medir.

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O seu ex-colega Jose Calderon (atuaram juntos no Toronto Raptors), deu a seguinte declaração recentemente :

“Ele é um jogador completo, pode jogar em posições diferentes na armação, tanto como o condutor quanto como finalizador. Você pode contar com ele para o que for em quadra. Ele foi nossa peça principal , fazia as coisas certas e defendia muito bem em posições variadas. O típico jogador ‘pau pra toda obra’.”

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A capacidade de jogar tanto como point guard quanto como shooting guard vem sendo fundamental para o sucesso do Warriors na temporada. Quando ele atua ao lado de Stephen Curry e Klay Thompson (a maior parte do tempo), é dificílimo marcar o ataque da franquia, já que ambos são especialistas nos chutes de média e longa distância – e, saindo dos corta-luzes dos pivôs, inevitavelmente Jack faz com que a bola chegue às mãos deles na hora certa.

Isso é importante porque reduz a responsabilidade de Curry em ser o principal criador de jogadas da equipe, e faz com que seu carro-chefe ofensivo seja muito mais eficaz – quando recebe parado e arremessa (o chamado spot-up), tem 1,35 pontos por posse, o oitavo melhor de toda a liga, segundo o Synergy Sports. 

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Não creio que seja coincidência que 2012-13 seja a temporada em que Curry esteja tendo a melhor média de pontos em sua (curta) carreira, com 21.3 por partida, além de estar arremessando 17.1 vezes – na temporada passada foram apenas 11.4, comparativamente. Receber a bola para arremessar tem sido melhor para ele do que ter que criar o próprio chute.

Como ele pode defender em um bom nível em todas as três posições de perímetro, isso facilita a vida tanto de Curry quanto de Thompson, que ainda são franzinos para marcar jogadores mais fortes do que eles – essa responsabilidade acaba caindo para o reserva. Ontem, por exemplo, era ele quem marcava Carmelo Anthony contra o New York Knicks.

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O mais engraçado é que, às vezes, sobra para o “baixinho” a responsabilidade de marcar os pivôs adversários.

Jack também é um atleta altruísta, que não se importa em ser titular ou não, se vai atuar muitos minutos ou ser apenas um role player: o que  importa é fazer parte de um time vencedor. Ele, como um dos veteranos da equipe, vem exercendo papel de liderança para os jovens. Mas essa característica está presente com ele há muito tempo.

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“Apenas tento ser produtivo, antes de tudo. Não acho que você possa fazer nada se não der duro, por isso tento liderar os outros através de exemplos e palavras. Depois disso, deixo que meu talento fale por si”, disse o armador, que está em sua sétima temporada na liga.

Nesse período ele já defendeu outras quatro franquias antes do Warriors: Portland Trail Blazers, Indiana Pacers, Toronto Raptors e New Orleans Hornets. Uma coincidência que chama atenção em todas as equipes que ele já defendeu é que, mesmo sendo chegando apenas como opção para compor o elenco, no fim das contas acaba com um grande papel na rotação.

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Foi assim no Blazers, quando após sua temporada de calouro se tornou o titular na armação; no Pacers, assumiu a titularidade durante a campanha, e chegou a jogar 37.8 minutos por partida na reta final. Quando chegou ao Raptors, rapidamente se transformou na chave do sistema da franquia, como dito por Calderón. Por fim, no Hornets, foi reserva de Chris Paul para depois ser o cestinha da equipe na temporada passada.

Mas seu papel de importância dentro do elenco só saltou aos olhos agora porque é a primeira vez em que está em um time bem-sucedido; o Warriors caminha a (agora não mais) passos (tão) firmes para os playoffs, e Jack é um dos principais responsáveis por isso.

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Depois de tanto peregrinar pela liga, ele parece ter encontrado seu lugar em Oakland. Ele já declarou que pretende continuar por lá e renovar seu contrato, que acaba ao fim dessa temporada, para continuar com o mesmo papel na rotação.

Assim, ele acabará assumindo um papel semelhante ao de Andre Miller no Denver Nuggets, com Curry sendo o seu Ty Lawson, e com a vantagem para o Warriors de que ele ainda vai fazer 30 anos.

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Recentemente, há exemplos claros de jogadores que são essenciais para suas franquias vindo do banco de reservas: Lamar Odom, nas campanhas que resultaram em títulos para o Los Angeles Lakers em 2009 e 2010; James Harden, até a última temporada com o Oklahoma City Thunder; Manu Ginóbili, que vem fazendo isso há anos no San Antonio Spurs.

Com isso, para mim, o futuro próximo do Golden State Warriors com certeza passa através de Jarrett Jack.

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Por fim, ele sendo malandrão durante o jogo contra o Philadelphia 76ers

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