Fonte: Brian Babineau / AFPO Boston Celtics atropelou o Golden State Warriors em jogo no último domingo por 52 pontos de diferença, mas Jaylen Brown achou que o time californiano o desrespeitou. Em 22 minutos, Brown anotou 29 pontos, com cinco cestas de três. No entanto, ficou claro que a equipe de San Francisco tentou algo que não deu certo.
Sim, o Warriors deixou Jaylen Brown livre para arremessar enquanto esteve no jogo. Foi uma estratégia, mas nem sempre funciona, certo?
Mas o ponto é: até onde é falta de respeito?
Por vezes, Ben Simmons chegou perto da linha de três pontos e seu marcador foi fechar o garrafão, dando espaço para que ele tentasse arremessar. O mesmo aconteceu com Russell Westbrook.
Quem não lembra da série entre Houston Rockets e Los Angeles Lakers? Ali, os jogadores do Lakers simplesmente fechavam os espaços e deixavam Westbrook completamente livre. Pouco depois, o armador foi jogar em Los Angeles.
Recentemente, fizeram o mesmo com Josh Giddey, armador do Oklahoma City Thunder.
Agora, quem não lembra de Shaquille O’Neal recebendo faltas para ir ao lance livre? Houve até uma brincadeira de Gregg Popovich no início de uma temporada, logo na primeira posse de jogo.
Quando Popovich pediu para fazer um Hack-a-Shaq…
PublicidadeCom 5 segundos de jogo. 😅
E as reações depois? 😂pic.twitter.com/RU9afO6t2x
— 4theWin (@_4thewin) September 21, 2019
O fato é que, apesar de ser uma estratégia eficaz, às vezes Shaq acertava vários lances livres e sua equipe vencia de qualquer jeito.
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Se o atleta não é bom em algum detalhe do jogo, como aconteceu com O’Neal por toda a carreira, cabe ao técnico adversário explorar tal deficiência. Embora Jaylen Brown não seja um especialista em arremessos de três, o Warriors achou que ele seria o elo fraco. Daí, vem a importância de olhar as estatísticas.
Nas finais de 2021/22, o astro acertou 34% dos arremessos de três contra o time californiano. Não é ótimo ou bom, mas está na casa do aceitável (35%). Então, na carreira em fase regular, o aproveitamento de Jaylen Brown era de 40.2% antes do jogo contra o Warriors em 14 jogos. Além disso, nas seis partidas anteriores a domingo, ele converteu 37.1%.
Ou seja, definitivamente, houve um erro de leitura por parte de Steve Kerr e seus comandados.
Jaylen Brown reclamou por sentir-se desrespeitado, mas ele deveria mesmo era agradecer. Facilitou seu trabalho, pois ele acerta, em 2023/24, 39.8% dos arremessos com marcação a cerca de um metro a quase dois metros de distância por parte do oponente.
Talvez, a única estatística que justifique tanta liberdade é o fato de ele acertar 31% quando não tem ninguém por perto.
E logo na primeira posse ofensiva que Brown recebeu perto da linha de três, não havia absolutamente nenhum marcador. Resultado? Cesta. Na segunda? Ele deixou em 14 a 12.
Então, veio aquela sequência
O jogo estava em 21 a 21. Brown recebe a bola no canto da quadra, Draymond Green até pensa em marcar, mas vira de costas para pegar um eventual rebote. Cesta.
Faltavam 5:44 para o fim do primeiro período, o Celtics trancou a própria cesta e passou a pontuar sem o menor pudor.
Nas próximas duas posses, Jaylen Brown recebeu a bola perto da linha, mas Green, sabendo que seu oponente estava “quente”, tentou contestar o arremesso.
Sem chances. Em 40 segundos, Brown fez três cestas de três e o Celtics liderava por 30 a 21.
O primeiro quarto acabou 44 a 22, no intervalo o placar era 82 a 38 e, então, Steve Kerr sacou seus titulares, quem nem voltaram para o segundo tempo.
Desrespeito x qualidade
Tem uma coisa. A NBA sempre teve desrespeito entre jogadores, com provocações, desafiando o oponente a arremessar. Tudo isso é normal em um jogo de basquete.
Mas quando você o faz com um time que possui tantas armas ofensivas, fica realmente difícil. Caso Jaylen Brown não tivesse qualidade, tudo bem. O mais correto seria deixar o cara livre e forçar seu arremesso.
No entanto, Brown não é um Shaquille O’Neal no lance livre. Ele tem volume e porcentagem bastante razoável no arremesso do perímetro. Com 35.2%, ele passa longe, bem longe de ser um arremessador ruim.
De novo, talvez Kerr tenha abraçado aquela estatística do ala-armador em arremessar livre, mas todas as outras iam contra.
No fim, ele acertou cinco de dez e o Celtics conquistou a sua décima primeira vitória consecutiva.
Azar do Warriors.
Dominância
Apesar de eu criticar algumas vezes o técnico Joe Mazzulla por falta de outro estilo de jogo (o que preocupa em playoffs), é necessário entaltecer o fato de que o Celtics não vem tendo adversários. São 11 vitórias consecutivas, uma defesa realmente chata para o oponente e uma domínância na temporada.
Em 60 jogos, Boston venceu 48. Ou seja, um aproveitamento de 80%.
Tudo bem. Já tem sua classificação praticamente segura. Restam 22 e a projeção seria alcançar em torno de 66 vitórias. A NBA não vê uma dominância em fase regular desde 2017/18, quando o Houston Rockets venceu 65 jogos (79.3%).
Mas nos playoffs, as marcações são diferentes, os árbitros não apontam tantas faltas assim, a pressão em cima dos jogadores aumenta muito…
Vamos aguardar mais um pouco, pois tem chão pela frente.
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