Tudo bem. O Charlotte Hornets venceu cinco dos últimos seis jogos da NBA, mas isso quer dizer que o time quer ir aos playoffs? Porque vamos ser sinceros, né? Mesmo quando LaMelo Ball estava saudável, o Hornets praticava o pior basquete da temporada. Então, na trade deadline, as coisas mudaram.
Mas será que mudaram para melhor?
Faz sentido um time querer ir aos playoffs da NBA, claro. É uma competição, então o mínimo que você espera é que as equipes se esforcem para tal. Mas quando o elenco é ruim de doer, o tank é o caminho mais curto.
Para o que, eu não tenho certeza. Às vezes, até para mais um ano de tank. Vários times andam fazendo isso. Ou seja, montam elencos fracos pensando no Draft e perdem diversos jogos. Por querer ou não, sacando seus melhores jogadores por “lesões” ou apenas deixando os piores em quadra.
Mas quando você olha a força do próximo recrutamento e não vê tantos jogadores com capacidade de serem futuros astros, o que você faz?
Por conta de proteções, o Charlotte Hornets possui uma escolha no Draft de 2024. Então, tudo certo até aí. O natural seria o time ficar entre as piores campanhas e garantir algo como a quarta escolha.
No entanto, a atual fase do time torna tudo bastante complexo. Isso porque Charlotte possui 15 vitórias em 57 jogos. Mas antes do último dia de trocas, eram dez triunfos em 51. No período, só perdeu para o Golden State Warriors.
Ou seja, mesmo sem o pivô Mark Williams e LaMelo Ball, o Charlotte Hornets está vencendo seus adversários e “corre riscos” de ir aos playoffs da NBA.
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E acontece com um monte de jogadores que, na teoria, serviriam apenas como complemento de grupo.
De repente, o Hornets enfrenta times de igual para igual na NBA. E detalhe: jogando bem (sofreu 98.5 pontos e 102.4 de eficiência defensiva, a melhor da liga no período). No ataque, são 38.2% de aproveitamento no perímetro, a nona melhor marca.
Claro que a diferença para o décimo no Leste (Atlanta Hawks) é enorme. Seria necessário vencer todos os dez próximos jogos, enquanto o Hawks teria de perder todos. Além disso, Brooklyn Nets e Toronto Raptors teriam de ser superados.
Mas existem dois fatores aí. Primeiro, restam 25 partidas. Depois, o Hawks perdeu o astro Trae Young por, pelo menos, um mês.
Pensando de forma lógica, é provável que o Charlotte Hornets “aborte uma eventual missão” e saque alguns dos jogadores que estão atuando bem.
Agora, tente entrar na mente de um atleta para ele não competir. Impossível. Está no DNA que precisa se esforçar.
E como o técnico Steve Clifford pode estar de saída, ele vai tentar fazer o melhor trabalho da vida para seguir relevante na NBA. Clifford tem contrato até a próxima temporada, mas o Hornets possui a opção de o demitir ao fim de 2023/24.
Então, como a demissão está escrita nas estrelas (ou já foi demitido na Austrália), ele deve querer que seus jogadores se esforcem. A não ser que ele tenha uma promessa de renovação, claro.
Seja como for, é legal ver um time muito (mas muito mesmo) ruim se transformar com poucos reforços.
Trade deadline
Veja Tre Mann, por exemplo. Ele ficou encostado no Oklahoma City Thunder, assim como Vasilije Micić. E os dois só não tinham espaço lá porque o titular Shai Gilgeous-Alexander é um MVP em potencial. Talento, os dois possuem.
Grant Williams saiu do Dallas Mavericks porque falava demais. Não foi por falta de talento, também. Vá lá, ele até não estava em sua melhor forma física, o que foi a “desculpa” para o Mavs o trocar. Mas olha… Ele é excelente defensor e arremessa bem dos cantos da quadra.
De novo, não sei se dá tempo para o Charlotte Hornets ir aos playoffs da NBA. Não sei, também, se tem fôlego. Mas o fato é que estamos vendo algo diferente.
Sob o comando de Michael Jordan, o Hornets fracassou na NBA. Não deu certo, assim como quando ele foi presidente do Washington Wizards. Então, a nova direção (que nem é tão nova assim) assumiu de vez com a temporada rolando.
Mas quando o seu melhor jogador se machuca pelo segundo ano consecutivo, é óbvio que o que o cerca não parece ser competitivo.
Tá. Mas e se?
A gente já viu outras grandes recuperações na NBA. Há dois anos, por exemplo, o Boston Celtics era o 11° no Leste. O time nem fez grandes mudanças e só foi parar diante do Golden State Warriors na decisão.
Algo similar aconteceu com o Los Angeles Lakers na última temporada. Várias lesões derrubaram a equipe californiana, mas veio a trade deadline e o Lakers chegou às finais do Oeste.
O raio poderia cair três vezes na NBA?
Não, por favor. Nem estou cogitando a menor possibilidade de o Charlotte Hornets ir longe. Apenas uma eventual classificação ao play-in e, depois, ainda mais remota a chance de classificação aos playoffs da NBA.
Mas não passa disso, nem mesmo se Ball e Williams voltarem. E ainda teria de “combinar” com Hawks, Nets e Raptors.
É fato que a NBA ficou mais democrática, mas é o suficiente para abrigar o Charlotte Hornets nos playoffs, um time que há duas semanas era um dos piores?
É legal pensar na chance de algo assim acontecer. Exceto, claro, para os torcedores dos três times.
Futuro
Nem adianta muito ficar pensando em flexibilidade financeira, pois o Charlotte Hornets não vai contratar grandes jogadores na próxima agência livre. Para ter uma ideia, a última contratação “de peso” foi Gordon Hayward. E mesmo assim, após uma sign and trade com o Boston Celtics, em 2020.
Antes disso?
Terry Rozier. Da mesma forma. Com o mesmo Celtics, em 2019.
Do contrário, só em trocas ou Draft mesmo.
É um mercado pequeno (oitavo menor da liga), pouco atrativo e o público prefere acompanhar o Carolina Panthers (NFL) ou o basquete universitário de North Carolina, que fica a cerca de 220 quilômetros dali, em Chapel Hill.
Ainda que tivesse um astro que atraísse outros jogadores, já seria difícil. Veja o Milwaukee Bucks, por exemplo. Mesmo com Giannis Antetokounmpo por lá, quantos agentes livres correram para Milwaukee?
Para a próxima temporada, o Hornets possui US$116 milhões comprometidos em sua folha, mas ainda vai tentar a extensão contratual do camisa 0. Caso ele fique, não haverá espaço para tentar ninguém de peso.
E mesmo que tenha espaço, né? Quem vai querer se aventurar em um time que foi aos playoffs três vezes nos últimos 22 anos? A última foi em 2016.
Então, o negócio é apostar no que tem com jovens, tentar trocas de veteranos para formar um grupo competitivo.
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