O armador “europeu”

Correspondente em Israel, Rodrigo Salomão traz a crônica da semana na Euroliga

armador europeu Fonte: Foto: Rodrigo Salomão

O armador “europeu”

Uma das notícias mais interessantes da última semana no mercado da NBA foi a chegada do argentino Facundo Campazzo ao Denver Nuggets. Aos 29 anos, o armador do Real Madrid é uma estrela da Euroliga. Bicampeão do torneio, tornou-se aos poucos expoente do já estrelado elenco merengue. Para a sua primeira experiência na maior liga do planeta, muito se falou do seu perfil e do seu estilo de jogo. E foi comum vê-lo sendo etiquetado como um armador de “estilo europeu”. Mas o que seria isso exatamente? A denominação é bastante superficial e acaba explicando pouco.

Campazzo é um organizador, ótimo passador, de grande visão de jogo. Só que é um equívoco falar que, hoje em dia, tais características são as de um armador que atua na Europa. Não necessariamente. Tal qual acontece nos Estados Unidos, no Velho Continente já vemos atletas que atuam na posição 1 cuja principal característica é pontuar, seja arremessando do perímetro ou partindo para a cesta. Um exemplo é Scottie Wilbekin, americano naturalizado turco que há anos atua na Europa e está na sua terceira temporada pelo Maccabi Tel Aviv. 

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Scottie Wilbekin, armador do Maccabi Tel Aviv. Foto: Rodrigo Salomão

Foi principalmente pela centralização das jogadas em suas mãos que o time israelense fez frente ao Olimpia Milano na última rodada, numa partida que acompanhamos in loco. Numa noite em que quase nada deu certo para o Maccabi, Wilbekin (17 pontos) chamou o jogo para si e conseguiu levar o duelo para a prorrogação. 

“Contra o Wilbekin, você nunca sabe o que pode acontecer, porque ele pode chutar de longe, pode fazer uma jogada no ‘um contra um’ ou encontrar um passe”, resumiu o técnico milanês Ettore Messina.

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Ettore Messina, técnico do Olimpia Milano. Foto: Rodrigo Salomão.

 

Ele tem seu ponto, mas também foi polido, na visão dos jornalistas presentes. Porque foi também esse excesso de concentração de jogadas em torno de Scottie que tornou a defesa italiana mais preparada para assegurar a vitória (85-86). E é aqui que voltamos ao ponto do primeiro parágrafo: no basquete europeu – assim como no geral – em todos os armadores estão na mesma gaveta de características para que sejam classificados igualmente.

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Adversário de Wilbekin na partida em questão, o experiente Sergio Rodríguez (ex-Philadelphia 76ers, Real Madrid, dentre outros) entrou no decorrer das ações e conseguiu fazer grande diferença com uma exuberante atuação, sobretudo no segundo quarto. Tudo com a qualidade de organizar. A mesma que tem Campazzo, mas nem tanto Wilbekin. Três dos grandes nomes da posição em quadras europeias. Cada um à sua maneira.

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