Sam Mitchell está de volta ao comando de uma equipe da NBA após quase sete anos. O ex-jogador de 52 anos foi efetivado ao cargo de técnico interino do Minnesota Timberwolves no mês passado, com a notícia de que Flip Saunders se afastaria para tratar um câncer. Embora a situação não seja agradável, o treinador está excitado com a nova chance e acredita que as diferentes experiências vividas no período afastado tornaram-no um profissional melhor.
“Eu adorei meu tempo como comentarista de televisão, por exemplo. Pude aprender bastante, vi muitas partidas de vários times, conversei com diferentes técnicos. Foi uma aprendizagem e ganhei confiança em minhas capacidades. Ainda me incomoda um pouco as circunstâncias em que a oportunidade surgiu, mas nós precisamos fazer nosso trabalho e sermos profissionais”, afirmou Mitchell, em entrevista ao jornal Star Tribune.
Apesar da doença de Saunders, o Twolves vive um momento de empolgação pela montagem de um jovem e talentoso elenco – liderado pelas primeiras escolhas dos dois últimos drafts, o ala Andrew Wiggins e o ala-pivô Karl-Anthony Towns. A empolgação contagiou os jogadores, que já visam acabar com o jejum de uma década da equipe longe dos playoffs. Para o novo técnico, porém, a realidade da equipe é bem menos “vitoriosa”.
“Nós estamos na conferência Oeste e temos vários jovens que só passaram uma temporada na faculdade. É um ano para desenvolvimento de atletas. Eu não sacrificarei a evolução do grupo por umas duas vitórias a mais. Você não acorda e é um candidato ao título só porque possui muito talento no elenco. É preciso aprender a jogar e isso só acontece por um longo processo”, esclareceu o treinador, prevendo mais um ano fora dos playoffs para Minnesota.
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Mitchell, pelo menos, não está sozinho na missão de desenvolver os jovens da franquia. O Timberwolves contratou vários veteranos para serem mentores dos “garotos” no dia-a-dia, como Andre Miller, Tayshaun Prince e Kevin Garnett (com quem o agora técnico atuou em Minnesota). No entanto, ele sabe que precisa administrar um cenário complicado: os mais experientes ajudam, mas também querem jogar e tirar espaço dos jovens.
“Achamos que os veteranos adicionam mais do que uma presença positiva, também possuem valor em quadra. Mas nós vamos dar aos jovens todas as oportunidades de jogar. Além disso, eu terei uma relação diferente com cada jogador do elenco. Há regras que valem para todos os atletas, mas você não treina todos da mesma forma. É preciso saber como lidar com cada um, tratar individualmente”, explicou o comandante.
Segundo jogador com mais partidas disputadas (757) e pontos (7.161) na história do Twolves, Mitchell retornou ao time como assistente técnico de Saunders no ano passado. Sua primeira experiência como treinador aconteceu entre 2004 e 2008, no Toronto Raptors. Ele conquistou 156 vitórias em 345 partidas no cargo, incluindo o primeiro título de divisão da história da franquia e o prêmio de melhor técnico da liga na temporada 2006-07.
