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Draymond Green lutou mais do que qualquer jogador do Golden State Warriors na noite deste domingo, provavelmente. Mas não foi suficiente. Uma das melhores atuações do astro em playoffs não bastou para que o time superasse o Cleveland Cavaliers e, mesmo atuando em casa, perdeu a chance de conquistar o segundo título da NBA. Depois da partida, o emocionado ala-pivô travou outra luta: como explicar a maior decepção de sua carreira.
“Não sei dizer o que passava pela minha mente quando terminou. Era muita coisa. Descrença, dor, decepção. O vestiário ficou calado, todos estávamos cabisbaixos e tristes. Mas isso acontece. Acontece com os melhores. E o que definirá cada um de nós é a forma como reagiremos a um golpe desses”, afirmou o titular do Warriors, que saiu de quadra com 32 pontos, 15 rebotes e nove assistências na traumática derrota.
Apesar da decepção, o desempenho de Green no jogo decisivo recebeu elogios e a projeção de muitos analistas era que ele seria o MVP das finais em caso de triunfo dos donos da casa. “Isso significa muito para mim que receba respeito por minha atuação, mas é amargo. Minha performance não importa, não fiz o bastante. Não sou um cara de individualidades. Estávamos lá para sermos campeões e, então, falhamos”, lamentou.
A derrota poderia não ter acontecido se o astro tivesse tido uma atitude diferente em um dos momentos mais nervosos nas finais. Ele foi suspenso do quinto jogo da série após uma confusão com o craque LeBron James na partida anterior do confronto, quando deu um tapa na virilha do adversário que tentava passar por cima dele. Ele admite que o momento foi um erro intempestivo da sua parte e assegura ter aprendido uma lição para o restante da vida.
“Eu aprendi muito sobre mim como homem com tudo o que aconteceu. Sobre saber controlar minhas emoções. Não sou um cara de vitórias morais, mas aprendi minha lição e serei um jogador muito melhor a partir de agora. Com o mesmo ‘fogo’, mas controlado. Tenho certeza de que tudo acontece por um motivo em nossas vidas”, contou o atleta, que havia sido o terceiro que mais recebeu faltas técnicas durante a temporada regular (13).
Uma prova do “novo” autocontrole foi sua postura após a partida: deu uma sóbria entrevista coletiva após a partida e fez questão de parabenizar todos os oponentes ainda em quadra. Até aquele que “causou” sua suspensão. “Temos que parabenizá-los, porque tudo estava contra eles. Lutaram, recuperaram-se e ganharam. Coisas acontecem em quadra, mas tenho respeito por todos. Fui parabenizar LeBron, pois, acima disso tudo, respeito-o bastante por ter voltado para o Cavs como fez”, disse.
Green e o Warriors tiveram uma temporada de feitos históricos antes de perder o título, liderados pela quebra do recorde de melhor campanha da história da liga. Setenta e três vitórias que acabaram não sendo coroadas com o título. Então, no fim das contas, o que aconteceu mesmo? O ala-pivô ainda não tem explicações certas horas depois do estouro da sirene. Só sabe que a derrota não pode fazer a franquia jogar tudo o que fez e tem na lata do lixo.
“Eu estou orgulhoso da nossa temporada. Nós falhamos em nossa meta principal, mas foi uma jornada fenomenal. Não acho que a derrota nas finais faça com que tudo seja um fracasso. Não foi um fracasso. Fizemos coisas extraordinárias e as lembranças vão viver para sempre. Você precisa separar os pontos positivos e negativos agora e seguir em frente. Foi um acidente em nossa caminhada”, finalizou o astro, prevendo uma equipe (ainda) melhor na próxima temporada.