Rajon Rondo escancarou a crise do Chicago Bulls com uma atitude inesperada na noite dessa quinta-feira. O armador utilizou suas redes sociais para rebater as críticas dos astros Jimmy Butler e Dwyane Wade aos atletas jovens do elenco, contestando os líderes da equipe de forma direta. O veterano criticou a dupla ao compará-los com dois de seus ex-companheiros dos tempos de Boston Celtics: Kevin Garnett e Paul Pierce.
“Meus veteranos nunca teriam recorrido à imprensa. Eles falariam com o grupo primeiro. Nunca escolheriam o momento de esforçar-se, pois davam o máximo cada vez que pisavam em quadra. Não tiravam dias de folga e não se importavam com números. Eles jogavam para o time e assumiam a responsabilidade pelas derrotas em vez de culpar os outros. Mostravam aos jovens o que significava trabalho”, postou Rondo, questionando a postura dos atletas.
De acordo com o repórter K.C. Johnson, do jornal Chicago Tribune, pessoas ligadas à franquia garantem que os desabafos de Wade e Butler foram direcionados ao ala Nikola Mirotic e o armador Michael Carter-Williams. Os dois vêm atuando abaixo das expectativas nos últimos jogos. Rondo, por sua vez, é um grande apoiador dos jovens do elenco e sentiu-se na necessidade de sair em defesa dos companheiros.
Imprensa e torcida do Bulls esperam um posicionamento do técnico Fred Hoiberg e dirigentes da franquia sobre a polêmica nas próximas horas. A declaração deverá selar, definitivamente, a saída do armador do elenco de Chicago até o fechamento da janela de transferências (23 de fevereiro). Ele vinha sendo pouco aproveitado pelo treinador há cerca de um mês, quando foi retirado da rotação pelos resultados ruins do time.
Oitavo colocado da conferência Leste, o Bulls perdeu seis das últimas dez partidas disputadas e está com campanha negativa: são 23 vitórias e 24 derrotas. O time volta às quadras nesta sexta-feira, quando recebe o Miami Heat.
Segue abaixo a transcrição do texto postado pelo polêmico armador.
“Meus veteranos não recorriam à mídia. Eles vinham direto para o time. Meus veteranos não escolhiam quando eles iriam jogar. Eles jogavam em todas as vezes que pisavam em quadra, sendo em um treino ou em uma partida. Eles não tiravam folga. Meus veteranos não se importavam com os números, eles jogavam pelo time. Quando perdíamos, eles não colocavam a culpa na gente. Eles assumiam a responsabilidade e iam treinar. Eles mostraram aos jovens o que significa trabalhar. Em Boston, quando tínhamos a melhor campanha da liga, se perdíamos um jogo, não escutávamos um ‘a’ no ônibus. Eles nos mostraram a seriedade do jogo. Meus veteranos não tinham influência na comissão técnica. Eles não mudavam o plano de jogo só porque não funcionava para o lado deles. Joguei para um dos melhores técnicos da história e ele deu conta de todos. É preciso de 15 caras para vencer. Se você isolar cada um no seu canto, não conseguirá ganhar. Eu posso ser um monte de coisas, mas não sou um mau companheiro de time. Meu objetivo é compartilhar o que aprendi. Os jovens trabalham. Eles dão a cara a tapa. A culpa não é deles. Se eu posso questionar alguma coisa, é a liderança”.