Fonte: Andrew D. Bernstein/AFPTudo bem. O Los Angeles Lakers perdeu um jogo bem estranho contra o Houston Rockets. LeBron James passou a bola nos instantes finais, ao invés de tentar a bandeja. Apesar de tudo, de uma campanha horrorosa, o Lakers ainda é o melhor dos piores e terá a chance de disputar os playoffs. São as novas regras da NBA, afinal de contas.
Apenas para entender: não adianta nada o Lakers perder por querer (tank), pois o time não possui escolhas de primeira rodada no próximo draft. E nem no outro ano, no outro, no outro… Apenas em 2026. Não que o time não tenha feito grandes coisas quando teve picks de loteria ultimamente, mas já trocou tudo por Anthony Davis. Literalmente.
Quando Davis chegou, o Lakers enviou Brandon Ingram (segunda escolha de 2016), Lonzo Ball (segunda escolha de 2017), além das escolhas de primeira rodada de 2022, 2023, 2024 e 2025. Portanto, não vai ter tank. O time não está perdendo por querer, mas por ser apenas ruim.
Se pensarmos que o Lakers ocupa apenas a nona posição, então poderia haver um temor de ficar fora do play-in, mas os adversários abaixo não oferecem perigo. E olha que chances de a equipe ser superada estão aí todos os dias.
O New Orleans Pelicans, décimo colocado, até esboçou uma reação quando CJ McCollum chegou, mas vem de três derrotas seguidas. Portland Trail Blazers, San Antonio Spurs e Sacramento Kings, pouco ameaçam. Quase nada, na verdade. Embora matematicamente seja possível, não tem ninguém ali interessado em brigar por play-in. Parte disso, dos objetivos.
Campanha vexatória
Rocky Widner/AFP
No momento, o Lakers possui 28 vitórias e 37 derrotas. O time perdeu 13 dos últimos 17 jogos. Em hipótese alguma a direção esperava chegar em março com a possibilidade de não se classificar aos playoffs. Houve problema na montagem do elenco, muitas lesões que impossibilitaram a equipe tentar o título. Apesar de, matematicamente, ainda existir a chance, todo mundo sabe que não vai dar.
Restam 17 partidas, o que pode ser encarado como uma notícia boa ou ruim.
A boa é que o torcedor não vai mais precisar se iludir. A ruim é que tem LeBron James e não se aposta contra ele. Enquanto o time tiver a mínima possibilidade de vencer, ele não vai desistir. Isso é básico. Mesmo nos piores momentos do Lakers, LeBron deu o seu melhor.
Até o fim de março, o Lakers ainda vai jogar 11 vezes, sendo oito delas fora de casa. Anthony Davis será reavaliado dentro de uma semana, mas mesmo que ele volte, a campanha da equipe com ele também é negativa: 17 vitórias e 20 derrotas. Então, ele não é o salvador da pátria. Quando ele retornar às quadras, vai faltar cerca de 20 dias para o play-in. Será suficiente para uma última tentativa?
Play-in
Apenas como suposição, caso o Lakers consiga entrar inteiro para a disputa do play-in, vai precisar bater o Pelicans. Hoje, seria isso. Depois, é preciso bater o perdedor do jogo entre Minnesota Timberwolves e Los Angeles Clippers. No momento, o Timberwolves, em alta, ainda briga por vaga direta e ameaça o Denver Nuggets.
Contra o Pelicans, o Lakers só jogou uma vez na atual temporada e perdeu por 28 pontos, no fim de fevereiro. Ainda vai enfrentar nos dias 27 de março e 1° de abril.
Diante do Timberwolves, foram três partidas e encara a equipe dia 16, fora de casa. Até aqui, 2 a 1 para Minnesota.
Por fim, o Clippers venceu o Lakers nos quatro embates em 2021-22.
Mesmo que não seja favorito contra ninguém, o Lakers ainda tem um trio melhor entre os piores. A única certeza é LeBron James, mas Anthony Davis pode fazer a diferença e Russell Westbrook, mesmo longe de passar por boa fase, ainda é capaz de ajudar.
No entanto, como serão jogos únicos, ainda resta uma chance de pegar o Phoenix Suns na primeira rodada dos playoffs.
Futuro
De acordo com os últimos rumores, a situação do Lakers para a próxima temporada é mais ou menos assim: Rob Pelinka (GM), LeBron James e Anthony Davis ficam, Frank Vogel corre riscos, mas as lesões de seus principais jogadores podem salvar seu cargo e, por fim, Russell Westbrook será trocado. Tudo bem. Quando a campanha acabar, vai ser hora de ver o que dá para conseguir de uma negociação por Westbrook. Além disso, é preciso fazer uma “peneira” para saber quem se salva do resto.
No momento, os aprovados seriam Malik Monk, Austin Reaves, Stanley Johnson e Carmelo Anthony. Não se sabe, no entanto, se Anthony ainda vai querer disputar mais uma temporada. Em maio, ele vai fazer 38 anos. Seus quase 14 pontos por jogo e 39% de aproveitamento de três são coisas difíceis de se encontrar no mercado de agentes livres pelo valor que se paga.
Eles foram os melhores em um elenco com uma das piores montagens do Lakers nos últimos anos.
No limbo, estão Talen Horton-Tucker e Kendrick Nunn. O primeiro, por ser jovem e ainda ser um ativo para trocas. Nunn, por outro lado, precisa pisar em quadra. Lesionado, ele ainda não estreou na temporada.
Agora, o resto, sem chances. Muitos ex-jogadores em atividade.
Não confundir, todavia, com novas oportunidades na liga. Avery Bradley, Kent Bazemore, DJ Augustin, Dwight Howard e Wayne Ellington ainda podem ganhar um contrato aqui e ali, mas não em Los Angeles. Não todos juntos. Trevor Ariza, por outro lado, já não consegue mais jogar.
Os resultados da troca de Westbrook e de agentes livres vão ditar o que será o Lakers em 2022-23.
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