Fonte: Andrew D. Bernstein / AFPMuitos torcedores ainda não o conheciam, pois a oportunidade demorou a chegar. Mas, agora, ignorá-lo em quadra tornou-se impossível. Primeiro jogador português na NBA, Neemias Queta virou uma peça importante da rotação do Boston Celtics nas últimas semanas. O atleta ganhou espaço como reserva de garrafão depois da lesão de Luke Kornet e aproveitou a oportunidade. Com isso, já conquistou todo mundo.
“Essa chance é o que estava esperando há muito tempo, antes de tudo. Estava pronto para esse momento, pois preparei-me dois anos para aproveitar. Sabia que, quando a minha chance aparecesse, precisava estar preparado para agarrar. E tudo aconteceria naturalmente. Com o tempo, o jogo está ‘desacelerando’ e estou mais confortável em quadra”, contou o pivô, em entrevista ao jornal Boston Globe.
Para muitos atletas, a chance de jogar na NBA basta: já é a realização de um sonho por si só. Queta, no entanto, tem uma missão maior. Como primeiro jogador do seu país na liga, ele quer abrir as portas para uma nova geração do basquete de Portugal. Ele sabe que, a princípio, a sua presença em quadra já tem um enorme significado. Mas, nesse sentido, ele sente a necessidade de fazer mais.
“Para os portugueses, ver-me nessa liga é uma realização. Quero levar esse mundo tão diferente, por isso, para próximo deles. Não me importa se for simplesmente vendo os jogos pela televisão, levando camps para lá ou aumentando a presença de Portugal no mundo do basquete. Quero ser capaz de iniciar isso. E, assim, eu espero que essa conexão cresça como uma árvore”, projetou o jogador de 24 anos.
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Espaço permanente
O tempo de quadra de Neemias Queta na NBA, a princípio, está bastante condicionado a uma situação muito específica no Celtics. Afinal, se Kornet não tivesse se contundido, o português ainda estaria limitado às chances costumeiras que um atleta de contrato two-way recebe. Mas, a partir de agora, algo mudou de forma permanente. O treinador Joe Mazzulla já garante que o pivô não sai mais da rotação.
“Quando Luke estiver saudável, todos vão jogar. Simples assim. Isso vai exigir sacrifício, profissionalismo e, acima de tudo, compreensão do elenco inteiro. No entanto, está bem claro que Neemias pede passagem dentro do time. Está cada vez melhor e faz um ótimo trabalho enquanto supre uma ausência importante nossa. Eu sei que ele vai manter o ritmo quando Luke estiver de volta”, revelou o jovem técnico.
Mazzulla acredita que, mais do que o desempenho recente, esse novo espaço premia a postura de Queta. “Neemias merece muito crédito porque nunca diminuiu o ritmo dos treinos, mesmo quando não entrava em quadra. Hoje, Luke e ele mostram a força do nosso elenco. Permitem, por exemplo, aliviar a pressão em Al Horford na nossa rotação”, elogiou o treinador.
Profundidade
Uma das forças do trabalho de Mazzulla, aliás, está no uso da profundidade do elenco. Jogadores como Sam Hauser e Payton Pritchard, por exemplo, tiveram um aumento considerável no tempo de quadra em relação à temporada passada. Dalano Banton e Oshae Brissett, além disso, fazem ou já fizeram parte da rotação nessa temporada. Queta, nesse sentido, é mais um caso de sucesso do elenco.
“Eu tenho confiança em Neemias e os reservas que jogam menos desde o primeiro dia da temporada. Afinal, vejo o quanto treinam e trabalham. Fazem um grande trabalho todos os dias, mas nem todos podem ver isso. Por isso, quando entram, eles causam impacto e encaixam de imediato. São ótimos profissionais. Então, estou extremamente confiante em colocá-los nos jogos”, finalizou o comandante do Celtics.
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