Contatos inapropriados e aliciamento de jogadores parecem ser acusações cada vez mais constantes nos bastidores da NBA. Em vista disso, a liga tomará medidas para coibir desvios de comportamento competitivo. O comissário Adam Silver confirmou, nessa sexta-feira, que o comitê formado pelos donos das 30 franquias aprovou por unanimidade o aumento do rigor das punições para essas infrações.
“Havia uma forte visão entre todas as pessoas reunidas aqui de que precisamos nos responsabilizar por criar uma cultura de conformidade na liga. Nossas equipes têm que operar com a certeza de que estão competindo sob uma igualdade de regras – e não se sentirem em desvantagem quando decidem segui-las”, afirmou Silver, em entrevista coletiva concedida logo depois da reunião.
Os parâmetros das novas punições ainda não foram revelados, mas, de acordo com a imprensa norte-americana, o aumento nos valores de multas vai ser agressivo e exemplar. É esperado que times envolvidos em casos de aliciamento de jogadores sob contrato com rivais tenham que pagar US$10 milhões, enquanto acordos fora das regras de conduta da liga renderão penalização na faixa dos US$6 milhões.
“Criar um certo ambiente de tensão nesse processo de vigilância é o meu trabalho. Se as equipes sentirem absoluta liberdade para comunicar-se de formas duvidosas, eu não estou promovendo as consequências para as atividades impróprias. Temos que fazer um melhor trabalho criando a confiança de que há reflexos pesados para quem não respeita as regras”, alertou o comissário da liga.
Outra discussão que mobilizou o encontro de mandatários da NBA com Silver foi o recrutamento entre atletas sob contrato, que pode ser visto como uma maneira de aliciamento assim como a realizada pelas franquias. Mas, nesse caso, as coisas são mais difíceis de avaliar. A NBA não vê os jogadores como um agravante no debate e entende não poder ter controle sobre a comunicação entre eles.
“Um fato perdido nessa discussão é que os 450 jogadores na liga também querem um cenário o mais competitivo, equilibrado possível. Eles não desejam um sistema que privilegie ou dê vantagens para alguns times, pois, indiretamente, isso poderia significar que estaríamos privilegiando apenas os atletas que atuam por tais times”, apontou o dirigente-mor da NBA, defendendo os “artistas” do jogo.
Mas, se o papel dos jogadores no aliciamento é minimizado, as equipes pagam pela necessidade de mostrar políticas mais duras. Silver confirmou ter o poder, através da NBA, de confiscar telefones celulares e outros dispositivos de profissionais que estejam ligados a times em investigação. Além disso, a cada ano, cinco franquias passarão por uma auditoria surpresa da liga para busca de irregularidades.
“Não estamos em uma cruzada contra os times, mas buscando uma mudança de cultura dramática na NBA. Existem trapaceiros em qualquer indústria e o que nós queremos mostrar para essas pessoas é que vamos pegá-las. Sabemos que não há sistema perfeito, mas, em algum momento, é preciso crer na boa fé dos agentes que trabalham juntos e competir de forma justa”, concluiu o comissário.