Michael Jordan nunca teve dúvidas de que, após deixar as quadras, pretendia ser dono de uma franquia da NBA. Esse rumo nunca deixou de ser uma surpresa para vários torcedores da liga: o natural era imaginar que o maior jogador de basquete de todos os tempos fosse querer ser técnico quando o momento da aposentadoria chegasse. Jordan ainda é questionado sobre isso e admite que, na verdade, falta-lhe a paciência necessária a um treinador desde sempre.
“Eu não tenho paciência para ser treinador. Meu maior problema, do ponto de vista competitivo, seria lidar com o foco do atleta na atualidade. Seria injusto pedir que, no mundo de hoje, um jogador tenha o mesmo foco que eu tinha no esporte. E, se não tivessem esse mesmo nível de concentração, não sei dizer qual seria a minha reação com eles”, explicou o ídolo do Chicago Bulls, em entrevista recente ao site Cigar Aficionado.
Como dono do Charlotte Hornets, Jordan lida com dilemas bastante diferentes do que enfrentaria como treinador – tanto que, hoje, ele é acusado de já falar muito mais como executivo e homem de negócio do que ex-atleta. Um exemplo disso é como avalia as uniões de astros na liga: ele é contra esse expediente nos dias atuais porque, mais do que um “atalho competitivo”, trata-se de uma ameaça aos negócios da NBA.
“Eu acho que essas reuniões prejudicam o cenário geral da liga, do ponto de vista competitivo. A tendência é você ter um ou dois times ótimos e outras 28 equipes sem nenhum propósito ou como simplesmente ‘lixo’ na liga. Essas franquias terão extremas dificuldades para sobreviverem nesse ambiente e modelo de negócios”, refletiu o integrante do Hall da Fama, dono de uma equipe que dificilmente será visada por astros que queiram jogar juntos.
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